Mama e papa gritavam um com outro, mas era difícil entender do que se tratava. Uma boa parte minha, ainda estava imersa no sono. Viro-me para o lado, e coloco o travesseiro no ouvido.
- Filha- mama se aproxima perto de mim, meus olhos um pouco abertos se encontram com os delas. - Estamos indo no centro, queres alguma coisa ?
---- galochas - respondo ainda sonâmbula
---- Galochas ? Oh meu Deus, por que tu não pede um salto alto ? Como é mesmo que vocês falam, ah "seria meu sonho" ?
---- Não dá pra andar de salto no bosque!
---- Tudo bem. Chego lá pelas 11:00. Traremos almoço.
Mama me dá um beijo na testa, volto a dormir mais um pouco. Levanto às 08:00 horas. Assim que termino de me arrumar, desço para cozinha e como uma salada de frutas com ceral.
Faço uma limpeza na casa e arrumo as bonecas que estão no quarto de Samira e Saluza.---- Meu Jesus, como essas meninas dormem com isso ? - saio apressada de dentro do quarto.
Assim que termino as tarefas domésticas, resolvo ler um livro sentada no sofá da sala. Algo que por sinal é interrompido por um forte barulho de caminhão lá fora.
Levanto- me e caminho em direção a cortina, vejo uma senhora muito elegante, de cabelos castanhos direcionando o caminhão da mudança.
Volto para o lugar onde me encontrava a fazer a leitura e com certo esforço, me envolvo novamente na história.
Após umas meia hora, escuto baterem na porta. Penso em fingir que não tem ninguém em casa, mas graças a algo chamado consciência, decido abrir a porta.
---- Bom dia, você deve ser a ... - ela fica um pouco insegura sobre se arriscar ou não em dizer meu nome.
--- Isso, Sâmia. - ofereço-lhe um sorriso simpático.
---- Conheci seus pais pela manhã. Me chamo Grace. Eu gostaria de me desculpar pelo barulho. Espero não ter incomodado tanto.
Olho para o livro repousando em cima a mesinha da sala.
---- Não, tudo bem. Eu entendo, acredito que todos da vizinhança. Mudanças são mudanças.
---- Que bom. Pra não ocupar mais seu tempo, gostaria de convidar você para um jantar hoje, na minha casa.
---- Eu ? Por que ? - aquela conversa é um tanto que estranha.
---- Só um agrado. Você e sua família na verdade, estão convidados.
---- Meu pai trabalha bastante durante o dia e geralmente prefere a noite só para ficar em casa mesmo. Mas vou falar com eles. E obrigada.
---- Está certo. Mas se possível, vá. É aqui do lado. Acho que eles não irão ver problema.
---- OK. - respondo ríspida. Mas qual é ?! De qualquer maneira ela era uma estranha.
---- Tchau Sâmia.
Assim que fecho a porta, olho no relógio. São 11:30.
Minha família chega uns 25 minutos depois.
Distribuo os pratos na mesa. E vamos almoçar.---- A nova vizinha veio aqui. - sirvo arroz, maionese, macarrão e carne assada, no prato de papa.
---- A Grace ? Ela perguntou por você mais cedo.
---- Por mim ?
---- Sim. O filho dela falou de você pra ela.
Lembro me do encontro com o rapaz novo ontem a noite.
---- Entendi. Ela nos convidou para jantar na casa dela.
---- Que gentileza!
---- Achei um pouco estranho. - respondo franzendo a testa.
---- Mas não deixa de ser uma gentileza também. - mama me dá uma piscadela.
Por volta das 18:30 estou sentada na varanda lendo um livro. Ouço alguem batendo na porta e dou permissão para entrar.
---- Trouxe uma coisa para você. - mama ergue uma sacola prateada com o nome de Belicius.
---- O que é isso ?
---- Abra.
Pego um vestido que vai até dois dedos acima do joelho, de cor amarelo delicado e renda branca. Com mangas parecidas com uma folha sobre a outra, e pescoço num V um pouco arredondado.
---- Mama ele é lindo. Obrigada.
Levanto- me e lhe dou um abraço.
Eu não era uma garota muito vaidosa, e mama sabia bem os meus gostos. Não gostava de coisas chamativas nem mesmo pesadas, para usar.
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Mesmo Diante De Minimas Chances
Teen FictionUm amor capaz de superar o que a princípio, se domina impossível. Um amor paciente que move dois apaixonados a alcançar lugares que nossa limitações jamais julgariam se possível chegar. . Venha embarcar nessa história contada na visão deste casal qu...