---- Vamos lá amor, falta pouco. - Rômulo grita, um pouco distante na trilha.
---- Estou indo. - respondo ofegante e com a garganta quase seca.
Estamos rodeados de plantas com delicadas gotas de orvalho. No alto das árvores é possível enxergar alguns riscos dos raios de sol e pássaros comendo frutinhas de árvores carregadas mediante sua estação. Ao se aproximar do tronco de uma árvore, eu posso observar as formigas sempre em trabalho e carregando suas folhinhas. Mesmo que a certa distância, ainda é possível escutar o som da cachoeira. Percebo o quanto já foi agradável pra mim fazer esses passeios. Mas hoje em dia, tem sido bem difícil desfrutar do privilégio de estar naquele lugar calmo.
Bebo água da minha garrafinha e assim que me recomponho, volto a correr em sua direção.
Começo a pensar no quão mal me sentirei durante e noite. E no descanso que precisarei amanhã.
Rômulo já está aqui a 1 semana, e ainda não tive coragem de entrar no assunto sobre sua volta.
Não seria nada agradável demonstrar minha vontade de sua partida, mas eu preciso me consultar novamente. E fazer o pedido de mais remédios.---- No que está pensando ? - Rômulo começa a diminuir seus paços.
---- Que está na hora de pararmos. - apoio as mãos na coxa e baixo a cabeça.
---- Ei, posso carregar você. Se quiser - ele sorri e levanta as duas mãos em sinal de respeito.
---- Por favor.
Rômulo me carrega o caminho inteiro, até chegarmos no carro estacionado bem abaixo do Monte.
Ele senta-me no banco de passageiro e coloca o cinto.
Entra no carro, e após sentar, coloca o seu cinto de segurança. Conversamos bastante durante a volta pra casa.---- Você mudou. - diz ele, ao estacionar o carro em frente a minha casa.
---- Do que está falando ? - viro a cabeça para o lado esquerdo e seguro em sua mão.
---- Quando eu te conheci. Você fazia questão de fazer trilhas ou estar perto da natureza, sei lá. Agora está aqui, mas ao mesmo tempo não. Estou fazendo de tudo pra reconhecer a garota que eu me apaixonei, mas acho que ela...
Retiro meu cinto e me encosto pra perto de seu rosto, beijando delicadamente seus lábios. O seguro com as duas mãos e passo meu nariz sobre o seu.
---- Desculpa. Eu sei que você tem se esforçado. E os dias com você não poderiam ser melhores. Só um pouco cansada. Aconteceu muita coisa e... - percebo o quanto atento ele estar sobre cada uma das minhas palavras. ---- Obrigada por estar aqui. Eu não queria nunca que fosse embora. - então o abraço e lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.
O celular de Rômulo começa a vibrar. O deixo atender e procuro enxugar as lágrimas antes de entrar em casa. Respectivamente, ele sai do carro e bate a porta com força. Se afasta o suficiente a ponto de eu não conseguir escutar a conversa. Franzo a testa e saio do carro. Percebo por suas expressões faciais que ele está alterado e apavorado.
Encosto-me no carro, afim de espera-lo terminar a ligação. Mas ela dura bem mais. Rômulo começa a andar em círculos e levantar a cabeça aos céus em sinal de súplica. Quando então ele cai de joelhos e solta o celular de suas mãos. O celular quebra assim que cai brutalmente no asfalto.
Corro em sua direção e o abraço ao perceber sua dor. Rômulo se encolhe e apoia-se em meus braços. Em poucos segundos, ele começa a chorar. Ali mesmo, sem nenhuma cerimônia, o vejo soluçar em choro.
Sinto-me sem chão por vê-lo assim, e por saber que não vou conseguir ajudar no problema, visto que é algo claramente difícil demais, tanto é que o desistruturou ali mesmo. Em público.---- Amor olha pra mim. - ergo sua cabeça e enxugo suas lágrimas. ---- Me fala o que aconteceu. Você está me assustando.
Rômulo baixa novamente a cabeça, afim de procurar as palavras certas para dizer.
---- Foi com sua família ?
Ele nega balançando a cabeça.
---- Amigos ? - continuo a insistir.
Rômulo fecha novamente os olhos e volta a chorar. No mesmo instante me vem Dastin a mente.
---- Vai ficar tudo bem. - tento ao máximo conforta-lo e faze-lo conseguir sair dali da rua.
---- Minha empresa pegou fogo, Sâmia. Muitas pessoas se feriram. E morreram. Incluindo... - ele faz uma pausa --- Simone. Ela era irmã do Dastin. Irmã mais nova.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mesmo Diante De Minimas Chances
Teen FictionUm amor capaz de superar o que a princípio, se domina impossível. Um amor paciente que move dois apaixonados a alcançar lugares que nossa limitações jamais julgariam se possível chegar. . Venha embarcar nessa história contada na visão deste casal qu...