Capítulo 4

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Aquela manhã, eu estava mais do que motivada em gastar todos os pensamentos irrevelantes, correndo no bosque.
As palavras de Grace, fixaram na minha mente como música chiclete.

Eu não sei o porquê de dar tamanha importância a isso. Mas quem sabe eu não poderia mesmo ajudar o Rômulo? Com a minha amizade.
Pensei nos lugares que eu poderia leva-lo e desperta novamente suas vontades.

Diminuo os passos e me encosto a uma pedra de frente pra mini cachoeira. Respiro fundo e lavo o rosto.

---- Não sabia que era uma pessoa tão matinal.

Salto e caio pro lado, mediante ao susto que tenho ao encontrar Rômulo ali, parado a minha frente.

--- Desculpe, eu não quis te assustar. - indaga com a mão sobre o peito.

--- Tudo bem. Só achei que estivesse sozinha nesta parte do bosque.

---- Eu estava passando de carro e decidi caminhar um pouco. É um lugar incrível.

---- Sim! - faço uma pausa e tenho uma idéia ---- Estava pensando em sairmos mais tarde.

---- Tipo um encontro ?

---- Não! - reviro os olhos ---- Quero apenas que conheçamos mais um ao outro. Sem segunda intenções. Quero que sejamos ... - pauso, não acredito que vou dizer isso ---- Quero que sejamos amigos! - forço um sorriso.

---- Tente disfarçar como quiser, mas sei que está afim de mim.

---- Isso é o cúmulo do egocentrismo. Esqueça.

---- Não. Espera! Eu só estava brincando. Eu aceito sua convite. Preciso mesmo ter a companhia de alguém.

---- Certo. Agora eu tenho que ir. Preciso me arrumar ainda para ir atrás de trabalho.

---- Posso lhe dar uma carona até em casa!

---- Aceito.

Seguimos para o carro de Rômulo.
Ou o Batmóvel dele. O carro parecia ser de última geração.

Enquanto ele dirigia, me esforçava em disfarça o desconforto que sentia. Não ia ser uma coisa fácil, ser amiga de uma pessoa com tanto dinheiro e acostumada com tantas coisas materiais.

Em menos de 1 hora, chegamos na minha casa. Assim que Rômulo estaciona o carro. Fico imóvel, com vergonha de não fazer idéia sobre como sair dali.

---- É só aperta esse botão. - assim que ele repara me mexer, avisa ---- Mas antes tirar o cinto.

---- Ah claro. Obrigada pela carona.

Assim que me despeço, entro para dentro. Encontro mama na cozinha preparando o almoço. Samira e Saluza já têm chegado da escola. Estão na sala brincando na companhia de Ryan e Raissa.

---- Oi crianças. Oi mama.

---- Oi filha! - mama me dá um beijo --- Ryan e Raissa vinheram nos visitar e brincar com as meninas.

---- Entendi. Encontrei com Rômulo no bosque.

---- Ainda bem que não estava de galochas. - diz mama, ironicamente.

--- Bom, vou me arrumar. Tenho que sair depois.

O dia, assim como tantos passados, não foi nada produtivo. Dolls Vale não tinha rede de indústria, com isso sobravam apenas sub-empregos como opção. Ou talvez nem isso, já que eu não conseguia um se quer.

Passei boa parte do dia caminhando pelo centro da cidade. E até mesmo em algumas lojinhas do shopping. Sentei na calçada da rua, e fiquei pensando como que eu iria conseguir um dia viajar?!
Era ótimo está perto da minha família. Eu sei que mesmo com todos os erros que eu poderia cometer em qualquer lugar, eles ainda estariam lá quando eu voltasse e precisasse de amparo.

Meus pais sempre me ensinaram o valor que é ter uma família unida. Porque você se sente motivado e mais seguro com suas escolhas.
O mundo já é tão cheio de pessoas que vão lutar contra você, e é desolador quando essas pessoas também são sua família.
Por isso eu era tão grata, pela dedicação que mama e papa tiveram com meus estudos e a ter estrutura tanto espiritual quanto física. E sei que não farão diferente com Samira e Saluza.

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