Capítulo 14

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Rômulo mandava mensagem todas as noites. No horário de 21:00 horas ou 22:00, era hábito ir para o meu quarto afim de conversarmos melhor.
Tinha dias que passávamos a madrugada teclado, já em outros, fazíamos um contato rápido e formal sobre como estávamos e como estava sendo o dia. O dele mais ocupado, o meu, monótono.

  Naquela semana ele ainda não tinha me ligado, nem mesmo mandado mensagem. Fico um pouco ansiosa com as idéias que passam na minha cabeça. Decido sair para caminhar. Pego meu cachecol e minhas luvas.

   A noite está mais que fria, chega a ser difícil respirar. Entro em uma cafeteria. Peço um expresso, pago ao balconista que me olha estranho e sento-me em umas das mesas vazias.

Um grupo de amigos está na mesa em frente. Eles riem bastante, e não me sinto incomodada, na verdade começo a me sentir triste com o fato de não ter amigos para sair, ou me divertir em dias convenientes. 

Meu café chega, passo a língua no lábio inferior ao sentir o calor que emana dele, resolvo pedir uma porção de panquecas com Nutella e morangos.
Fico parada olhando para meu celular repousando na mesa.
Respiro e olho para fora. Pequenos flocos de neve caem lentamente lá do outro lado. Começo a imaginar como seria passar um inverno ao lado de Rômulo.

Minhas panquecas chegam. Agradeço ao rapaz e dirijo o primeiro pedaço a minha boca.
Meu celular vibra. O pego disparada e sorrio com o remetente.

  °Comprei um presente para você ^-^

Rômulo e eu voltamos a teclar. Esqueço as panquecas e o café, juntamente o horário.
O rapaz que me atendeu pede permissão para tirar as coisas da mesa, apenas respondo com um sinal positivo, sem tirar os olhos do celular.

---- Olha, não imagina o quanto me dói fazer isso. Mas eu preciso mesmo fechar.

Diz o rapaz pairado em pé ao meu lado. Peço desculpas pela atitude, e pago o valor da panqueca.
Sinto que ele deseja falar algo, mas prefere não dizer.
Logo que caminho em direção a saída, toma a coragem de perguntar se poderia me deixar em casa.

---- Com todo respeito. É porque como está tarde. Não sei, acho que precisaria de uma companhia.

Olho para o meu celular. Penso em Rômulo, e não é a primeira vez que saio sozinha.

----- Eu sinceramente agradeço. Mas, estou com quem preciso. - respondo segurando o celular perto do meu coração. 


Sei que estou perto de casa. De repente, sinto minha vista embaçar. Seguro em uma árvore próxima a casa vizinha. Minha pressão deve ter caido, penso. Tenho dificuldades em voltar a andar.

Aos poucos, ergo novamente os passos. Faço outra parada em frente casa, respiro e entro.
Está tudo desligado. Subo as escadas e caminho em direção ao quarto dos meus pais. Os aviso que já cheguei e volto para o meu quarto.
Tiro a roupa que sai e visto uma mais leve. Calço minhas meias e sandálias entro para o banheiro, escovo os dentes. Assim que retorno, enfio-me embaixo das cobertas.

Envio uma mensagem de boa noite para Rômulo, e durmo tranquila.

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