Capítulo 5

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Rômulo alugou duas bicicletas e saímos para pedalar por volta das 17:00 horas. Assim que chegamos na praia, descansamos a bicicleta e decidimos caminhar.
Ele estava bastante calado, talvez tímido, assim como eu.
Não fazia a mínima idéia sobre como iniciar uma conversa da qual ele não ficasse inteiramente intediado ou sem vontade de se pronunciar.

--- Mas então, como foi hoje ? - pergunta-me com olhos atentos.

--- Ah, nenhuma novidade. Ainda não consegui nada. - respondo um pouco entristecida.

--- Sua família não me parece ter necessidades, logo, por que esta ânsia em trabalhar ?

--- Bom, Rômulo. Eu sempre me sentiria em dívida com os meus pais, eles fizeram de tudo para me qualificar. E me deram uma vida que eu não tenho do que reclamar. Mas, meu sonho é viajar, sabe ? Conhecer todos os lugares, culturas, comidas. Ver o que tem além do pacífico.

--- Você fez alguma faculdade ?

--- Não, os cursos disponíveis eram de mensalidade alta. Pensei em fazer turismo, mas Dolls Vale continua a mesma de sempre.

--- Poderia trabalhar em outro lugar!

--- Sim mas, passaporte, visto. Hospedagem... - dou de ombros.

--- Temos uma ótima rede de empregos para funcionários ou estagiários no RH, de nossa empresa.

--- Está falando de Atlanta ? - rio com a idéia. ---- É muita gentileza mas não.

--- Já imaginava sua resposta.

--- Dou minha palavra que não se trata de orgulho. Mas sim de uma atitude um tanto que radical e abusativa.

--- Não se preocupe. Vou dar um mergulho, me acompanha ? - pergunta estendendo a mão.

--- Não! Mas fique a vontade.

Duvido um pouco do que Rômulo acaba de dizer que fará, mas ele apenas caminha em direção a água e mergulha sem nenhuma cerimônia. Ele brinca como uma criança e faz várias piruetas.
Por mais estranho que pareça, me sinto muito feliz por vê-lo solto daquele jeito. E tão submerso a tranquilidade. Chega a ser difícil imagina- lo de terno e gravata.

Assim que ele volta, sentamos na areia e olhamos o horizonte. Aproveitamos o espetáculo musical, qual os pássaros nos presenteiam.

--- Me fala mais de você! - diz Rômulo.

--- Não tenho o que falar.

--- Vamos lá,Sâmia. Me ajuda. - pedi num gesto de súplica.

--- Bom, minha estação preferida é o outono. Minha comida é pizza. Quero ter um cachorro e seu nome será 'Renck'. Tenho um par de galochas de joaninha que são meu tesouro. Tenho curso técnico em computação, estética, eletrônica, administração,atendente e falo um pouco do idioma Japonês. Sou bastante eclética em questão a músicas. Não tenho amigos.

--- Galochas ?

--- Ah, qual é ?! De tudo o que eu falei, você só focou nisso ? - escondo o rosto com as duas mãos.

--- Você é encantadora, sabia ?

--- E você um galantiador.

--- Você namora ?

--- Não.

--- Não quero acusar ninguém, mas, galochas de joaninhas ? - ele rir sem parar.

--- Seu idiota.

Rômulo se levanta e sai correndo.
Corro atrás dele, quando percebo que está escurecendo. Assim que olho novamente para o horizante, agora temos o Grãfinale, o sol está se pondo.

--- Rômulo espera. - grito, o que o faz olhar pra trás.

--- Olha! - aponto em direção ao por do sol.

Caminhamos um para perto do outro. E nos embebedemos com a beleza unificada daquele momento.




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