Capítulo 18

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**** S.

  O frio começa a diminuir e a dar sinais de sua deixa.
Levanto mais cedo que os meus pais. E preparo um delicioso café. Mama e as meninas preferem chá. Eu e papa que gostamos mais de café.
Preparo panquecas e ovos cozidos. Corto algumas frutas. E faço um pão-bolo.

As meninas voltarão a rotina escolar em menos de 3 dias. Decido acorda-las, assim que termino de cozinhar.

Tomamos café todos juntos. Papa sai às 10:00 para resolver alguma coisa no trabalho.
Eu decido sair também para caminhar no bosque. Onde por sinal, ainda está coberto por muito neve.

----- É difícil ver pessoas por aqui, nessa época do ano. - um rapaz com pele muito pálida, e todo encapado do frio, diz ao se aproximar.

----- Eu sei. Mas gosto desse lugar. Me faz bem, independente de como possa estar. Eu sempre venho.

----- Eu entendo. Bom, eu me chamo Dylan.  - estende a mão para me cumprimentar.

----- Sâmia Bluer. Acho que nunca te vi por aqui. Nunca te vi em nenhum lugar de Dolls Vale.

----- Eu cheguei recentemente. Vou abrir um negócio aqui. Na segunda semana de verão.

----- Entendi. - A verdade é que eu não estava nem um pouco interessada em saber sobre sua vida ou sua vinda a Dolls Vale. Mas me sentia na obrigação de ser no mínimo simpática.

Caminhamos mais um pouco e ele tinha sempre uma pergunta em mente a me fazer. Sobre meu estado civil principalmente.

---- Tem um cara, que eu gosto. Mas sei lá. É complicado.

----  Sério ? E quem seria ? Olha, desculpa se estou sendo muito abusado.

---- Não, tudo bem! Acho que é bom uma opinião masculina, que não seja do meu pai. - rimos. ----- Acho que o grande problema é que ele mora longe. No caso, ele tem outras prioridades longe daqui.

---- Na minha opinião,  a prioridade dele, deveria ser estar com você.

  Não demorou muito para minha cabeça começar a vaguear e deixar de dar atenção para o que Dylan estava falando.

----- Desculpa, o que ?

----- Você não está prestando atenção em nada do que eu estou dizendo, não é mesmo ?!

Apenas concordo com a cabeça.

---- Eu sei que você pode não aceitar, mas eu queria muito te convidar pra sair. - Dylan põe a mão no peito, como num sinal de juramento ---- Apenas como amigos.

---- Se diz que é apenas como amigos, eu aceito, sim.

---- Você deve conhecer o fiorde de patinação da cidade. Pensei em irmos lá.

De repente, lembranças minhas e de Rômulo começam a invadir meu consciente. Não era muito ruim lembrar daquela nossa noite e sim do final dela.

---- E então ? O que me diz ?

---- Sim. - forço um sorriso.

---- Ótimo! Eu te mando mensagem.

---- Mas eu não te dei o meu número.

---- Eu descubro. - Dylan grita a certa distância.


  Até que não foi tão ruim, ajudar uma pessoa a interagir comigo, ou ficar o máximo possível mais perto.
Pensei em mandar uma mensagem para o Rômulo, sobre minha saída com Dylan, mas é preciso reconhecer que não estou em nenhum compromisso e eu tenho o direito de sair com outras pessoas, até porque não há segundas intenções.
Não devo satisfações de cada passo que dou. Então é isso. Estava na hora de seguir. Rômulo estará longe por muitos mais meses. Não posso ficar como um robô dependente dele.

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