Capítulo 32

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---- Sr  Rômulo...  - Stella gagueja,  e altos sons de sirenes ecoam do outro lado da linha.

---- Sim.  - saio do carro,  coloco a mão esquerda acima do ouvido  esquerdo, na tentativa de escutar melhor.  ---- Stella,  que barulhos são esses ?  Onde você está ? 


Gritos perturbadores começam a se juntar ao sons das sirenes.

---- Senhor,  senhor,  eu eu...

---- Stella o que está acontecendo ?  Você sofreu um acidente,  é isso ? 

---- Eu não,  não,  não.  Oh meu Deus.  - ela começa a chorar de desespero. 

---- Stella,  se concentre na minha voz,  apenas.  Respira,  fecha os olhos e me diga,  o que foi que aconteceu ?!

---- Eu sai para o almoço,  como de costume e foi uma manhã normal de trabalho e alguns dos funcionários estavam até dando uma festa de despedida para a senhora Simone e e...  Eu cheguei a pouco,  e e...  A empresa estava em chamas e e...  Tem corpos e pessoas chorando e gritando e eu estou desesperada,  não sei cadê o meu noivo e meus ouros amigos.  Desculpa Sr. Rômulo. 

  Sinto o chão abrir-se novamente diante dos meus pés.  Mil e uma emoções se colidem sobre o meu corpo e veias.
   Fecho os olhos e peço que por uma única que vez,  aquilo seja apenas um passageiro pesadelo. 

     __ Papai,  papai - assim que Luany abre a porta da sua sala, eu corro para o seu colo. 
   __ oi meu garoto - papai me segura no colo e me aperta bem forte.  - o que você está fazendo aqui essa hora,  não deveria está na escola?
  __ Papai,  hoje é sábado.  O senhor disse que iríamos passear,  não se lembra?
__ Oh,  claro claro.  Papai apenas se confundiu.  Mas venha cá,  quero lhe mostrar uma coisa. 

  Papai mostra toda Atlanta através da vista de sua sala.  Ela é tão bonita e grande.  Ele diz que um dia aquela sala vai ser minha e nós vamos realizar coisas boas para muitas pessoas. 

__ Oi pai.  - ele está assinando alguns documentos,  evito lhe atrapalhar,  pois sei que isso estragaria nosso passeio.

__ Oi filhão.  Já estou terminando.  Mas então,  cadê o amigo que você disse que traria ?

__ Ele está lá fora.  O nome dele é Dastin. 

__ Ótimo.  O trago aqui e marcamos para a avaliação de entrevista.

__ Ah e a irmã dele também está se candidatando para uma vaga.

__ Você sabe que todos devem passar pelo mesmo processo,  não é?!  Temos de manter um sistema justo.  Se eles forem aprovados,  ganharam o cargo. 

__ Certo.  -




---- Tudo bem,  Stella eu preciso que você fique calma e tente me passar um relatório geral de tudo o que está acontecendo ai.  Pode fazer isso ?

---- Posso sim.  Eu vou procurar saber com os paramédicos e bombeiros,  toda a situacao.

   Fico aguardando na linha.  Olho em direção do carro e percebo a inquietação de Sâmia. 
   Ainda não hora de se desesperar,  penso.  Começo a ficar um pouco mais nervoso com a demora de Stella.  Até que por fim,  ela retorna.  Há muitos funcionários feridos e alguns ainda presos sobre os escombros.  Os bombeiros estão fazendo o máximo para controlar as chamas de outros andares,  e sei que o pior pode acontecer se não conseguirem. 

     É como se eu estivesse segurando um mundo inteiro nas costas.  Penso em como poderei contar isso pra minha mãe,  como vou resolver os problemas que ainda tem por vim.  Penso nos dias...  olho para o carro e vejo Sâmia sair dele,  penso nos dias sem ela.  Nos longos dias sem ela. 

       Aviso Stella para fazer uma reserva no avião,  o mais rápido possível. 
      Ela pede permissão para desligar a chamada,  afim de buscar mais informações.  Tenho certa dificuldade para conssetir,  pois ficar segundos sem notícias,  parecem ser os mais piores. 

   A informo que pode,  então ela desliga.  Toda adrelina começa a cair pelo meu corpo e sinto as pernas bambiar.  Isso tudo cobrará de mim a postura mais firme possível,  então se eu quiser cair,  que seja agora aqui.  Longe de lá e de todos os problemas que já me esperam.

   Caio em lágrimas, que não faz muito tempo e eu estava lá,  cuidando e monitorando tudo.  Penso novamente,  e se eu estivesse lá.  Sim,  se eu também estivesse hoje lá. 
  Dobro meus joelhos sobre o chão e Sâmia corre em minha direção.  Só por um instante eu permito ser totalmente devastado por essa dor. 

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