Capítulo 39

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Eu e Rosa,  passamos o dia inteiro arrumando as malas,  caixas,  cobrindo alguns móveis, removendo os alimentos da dispensa e todas essas outras coisas chatas que uma mudança cobra. 
   Tivemos que tirar algumas horas ainda para conversar com os médicos,  ela quis ter certeza de que eu não morreria durante a viagem. 

       Assim que concluímos tudo de importante,  nos jogamos no chão da sala e ficamos observando o teto.  Eu gostava de estar ali,  foi meu refúgio nos dias mais difíceis e era o meu lugar particular com a Rosa.  Foi uma experiência gratificante,  morar com ela.  Aprender mais com suas manias,  me acostumar com todo seu carinho e proteção.  Uma parte minha,  não queria ir embora,  afinal, eu fui muito bem cuidada.

---- Talvez a gente possa dizer pro Rômulo que estamos apaixonadas e assim eu não preciso voltar. 

---- Você é muito idiota,  Sâmia.  - Rosa ri bem alto,  era tão bom ve-la rindo assim. 

---- Acho que vou sentir saudades daqui.  É bem mais fácil lidar com você,  do que com a minha família. 

---- Eles te amam.  Vão ficar feliz por você ter decidido voltar!

---- É... 

---- Eu vou estar lá com você.  Sempre. 

---- Sabe que eu acabei de perceber uma coisa ?!

---- O que ?  - Rosa se vira em minha direção e apoia a cabeça com o braço direito. 

---- Estou com muita fome. 

     Decididos sair para dar uma volta de carro.  Termino de me arrumar e Rosa já está me esperando no carro.  Paramos em um restaurante que vende vários pratos de frutos do mar. 
    Decidimos comer uma lagosta, e outro prato reserva caso a lagosta  não seja tão boa quanto o cheiro. 

---- E para acompanhar ?  - pergunta o garçom. 

---- Vinho.  Branco.  - Rosa entrega o cardápio de bebidas.

     Admito que o sabor não é tão ruim,  porém não é uma comida que eu pediria novamente. 
    Ficamos observando a noite estrelada e ventilada.  De repente um celular começa a tocar,  olho em volta até que percebo que é o da Rosa. 

---- Não vai atender ? 

---- Não, porque a pessoa que está ligando...é aquela ali. - ela aponta em direção a recepção. 

Dylan vem desfilando pelo saguão de maneira elegante e debochada. 

---- DYLAN  - levanto rapidamente e lhe dou um abraço muito forte. 

---- Eu sabia que uma hora o seu amor por mim,  gritaria mais alto.  - diz ele,  passando os dedos sobre o meu rosto e por fim segurando o meu queixo. 

---- O que você está fazendo aqui ? 

---- Rosana me falou que vocês iriam voltar pra Dolls Vale,  só queria ajudar na mudança. 

---- Senti sua falta. 

---- Eu também,  querida. 

---- Eu já não posso falar o mesmo.  - Rosa pega a taça e toma um pouco do vinho. 

---- Na verdade ela é a mais apaixonada por mim.  - Dylan responde ironicamente. 

    Quando terminamos o jantar,  decidimos ir para um kiosque ali perto.  Conversamos bastante sobre o último ano e meus primordiais preparativos para o casamento.
    Dylan se oferece em pagar a lua de mel,  mas o aviso que não será necessário. 
  Conversamos sobre o bifer e lugar onde eu desejo fazer a festa.
Admito que queria que fosse em um lugar aberto, mas em vista da estação, temo que possa chover e acabar estragando tudo.
   Dylan, como sempre, faz uma de suas piadas com toda a situação.

---- Eu sei que você está no seu direito de não aceitar. Mas eu gostaria mesmo de oferecer como presente, uma costureira, profissional obviamente, para fazer seu vestido.

---- Amiga eu não ... Caramba, é sério ? Nossa, claro. Eu vestido feito especialmente pra mim ? Eu aceito.

Levanto e a abraço. Rosa sempre cuidando de mim e de minhas alegrias.

---- Bom, garotas. Temos que ir. Daqui algumas horas precisamos fazer a mudança e quero vocês inteiras para me ajudar.

---- Ah por favor, a última garrafa de vinho ?!

---- Um brinde. - Dylan, cede e pede mais 3 taças.

---- Que isso aqui, seja pra vida toda. - erguemos as taças para cima.

    Mesmo que não tenhamos bebido tanto, decidimos que é melhor pedir um táxi. Rosa acaba adormecendo e deita sobre o meu ombro, e eu com um pouco de sono, decido deitar sobre o ombro de Dylan.

---- Ah não - diz ele em tom de brincadeira.

---- Cala boca. - dou-lhe um leve soco.

---- Você está bem ? Se sente bem para voltar ?

---- No início, não. Mas agora, acho que sim.

---- Pretende contar a todo mundo, quando chegar ?

---- Primeiro o meu casamento. Depois as outras coisas.

---- Se você não se cuidar, não vai ter noiva. Se não tem noiva, não tem casamento.

---- Você e Rosa, falam como se eu já fosse morrer de imediato.

---- Só queremos o seu bem.

---- Eu sei disso e os agradeço. Mas poxa, eu fico bem quando não tocam no assunto. Pelo menos não toda hora.

---- OK. - ele dá um beijo na minha cabeça.  ---- Vamos pra casa.

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