Capítulo 11

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  É primeiro dia de inverno em Dolls Vale. Pequenos flocos de neve começam a se aglomerar na barra de minha varanda.

   Olho o relógio perto do abajur que tem formato de cupcake, e encontro um copo com chocolate quente, sobre um papel para não sujar.

    ^^ Pro seu dia começar melhor^^

Leio o bilhetinho com a letra de Saluza. Sorrio com o presente. Penso em levantar e tomar um banho, mas decido apenas me sentar e desgutar do meu chocolate, que por sinal está uma delícia.

Rapidamente lembro-me da noite anterior. Olho novamente no relógio, são 09:10 da manhã. Uma chuva de neve cai lá fora. Penso na possibilidade de Rômulo já ter ido viajar.

Levanto-me da cama e vou em direção ao banheiro. Ligo o aquecedor do chuveiro. Faço minha higiene pessoal e bocal.
Assim que volto ao meu quarto, visto uma calça de pano grosso, blusa de frio, um agasalho e uma jaqueta térmica, enrolo-me um cachicol. Coloco touca e luvas. Calço minhas galochas e vou até a casa de Rômulo.

Pairo em frente a sua porta, revejo novamente se toco a campanhia ou se volto atrás.
Não sei o que pode ser pior, a ansiedade de saber se ainda está aqui, ou a tristeza que vira mediante a notícia de que já viajou.
Depois da segunda chamada, Raissa abre a porta.

---- Sâmi! - ela agarra em seu pequenininho abraço.

----- Sâmia ... - dona Grace aparece na porta, um pouco supresa. ---- Que bom vê-lá, está tudo bem ?

----- Mais ou menos, mas vim falar com o Rômulo.

----- Ele já foi - diz Raissa.

----- Poxa, Sâmia, eu achei que vocês... ontem... Sinto muito, mas ele viajou bem cedo.

----- Não, tudo bem. Nós meio que discutimos ontem - forço um sorriso. ----- Mas ok, eu... eu espero que ocorra tudo bem na viagem.

----- Você pode mandar uma mensagem pra ele. - dona Grace, sugere.

Faço um sinal positivo com a cabeça e saio andando. Decido ir caminhar.
Sei que isso era inevitável, mas eu poderia ter dado aos nossos últimos momentos, um final diferente.
Agi de maneira tão covarde.

Por pouco não tropeço em uma pedra, escondida embaixo da neve.
Tiro a toca da cabeça. Fecho os olhos e ergo a cabeça para o céu, frio e branco.

Depois que volto a caminhar, passo em frente a floricultura do centro.
Olho através da janela da lojinha para ver se vejo alguém. Sr.Agostino, está lá dentro terminando de encaixar algo. Não vejo mais ninguém, então decido entrar.

----- Por favor sr.Agostino! Eu preciso mesmo de um trabalho.

----- Sâmia eu não preciso de mais funcionários, eu e Robert temos dado conta do trabalho.

----- Sim, eu sei. Mas no verão as vendas sempre aumentam. Fora que o senhor precisa de férias. - meus argumentos acabam.

----- E daqui um tempo terei de viajar também - diz Robert, saindo do da porta dos fundos. Ele me oferece uma piscadela, o que me faz corar.

----- Ok, Sâmia. No início do verão irei lhe querer aqui.

----- Prometo ser uma ótima funcionária. - dou abraço no sr.Agostino.

Saio saltitante da floricultura. Penso logo em contar a Rômulo sobre a novidade. Quando então, volta-me a consciência de que ele não está mais em Dolls Vale.

Pego o celular no bolso da calça. "Não faça isso!", meus pensamentos começam a se confundir no desejo de lhe mandar mensagem e na obrigação de deixar Rômulo viver sua vida, sem minhas inconviniecias.

Uma guerra fria é dada se por iniciada no meu coração. Quaisquer que fossem as novas notícias ocorridas em minha vida, teriam de ser compartilhada com o círculo de minha família e só.

Guardo o celular novamente e sigo.
Aquele velho e habitual " estar", voltava novamente. Onde eu vagueio sozinha pela cidade, sem experiência alguma de amigos permanentes, melhor ainda, de um amor permanente.

Mesmo Diante De Minimas Chances Onde histórias criam vida. Descubra agora