Capítulo 29

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   O alarme começa a tocar antes do sol nascer. Levanto da cama, sonolenta e pego o remédio da manhã na minha bolsa.
  Engulo a pílula e volto pra cama.

---- Você tomou água ? - Rosa pergunta com os olhos entre abertos.

---- Não. - me envolvo no edredom.

---- Isso tudo foi preguiça de descer lá embaixo pra pegar um copo d'água ?

---- Vai dormir. Daqui a pouco a gente tem que levantar pra trabalhar.

---- Ah, vamos tacar fogo naquela floricultura, pra não trabalharmos mais. Por favor...

   O alarme toca novamente às 06:00 horas da manhã. Acordo Rosa e vou para o banheiro fazer minha higiene pessoal e bucal.
  Assim que nós duas terminamos, descemos para tomar café.
  Rômulo está a mesa com os meus pais, tomando café com leite e torradas com geleia.

---- Bom dia, minha princesa. - diz estendendo sua mão direita para me receber. 

---- Bom dia ... O que está fazendo aqui ?

---- Só queria te levar para o trabalho hoje.

Todos olhos bastante surpresos pela atitude de Rômulo.
Tento disfarçar o nervosismo apresentando Rosana.

---- Essa é a Rosana - a puxo de perto da escada ---- Minha melhor amiga.

---- Oi, Rosana. A Sâmia fala muito sobre você.

Eles se cumprimentam.

---- Sâmi, você não tem nada para dizer pra gente ? - papa pergunta, levantando as sombrancelhas.

---- É Sâmia. Você não tem nada pra dizer pra gente ? - enfatiza Rosa, num tom debochado, pegando algo para comer.

---- Bom, eu e o Rômulo. - faço uma pausa, e pego no cordão que Rômulo me deu.  ---- Nós estamos, namorando.

   Mama por um momento fica quieta, mas logo em seguida começa a saltitar de alegria. E abraçar Rômulo.

---- Tudo bem, mãe. Já chega. - digo sentando na cadeira.

   Tomamos café, e eu vou umas duas vezes ao banheiro para vomitar. É um pouco mais difícil quando você não pode fazer barulho, porque toda sua família está na cozinha ao lado.
   Vamos lá Sâmia, você consegue, digo ao mim mesma, lavando o rosto.
Rosana é a única que sabe como estou, e elá definitivamente falha em suas tentativas em disfarçar preocupação.
    A chamo no canto da sala e digo que são só vontades de urinar, porque tomei muito líquido.

  Saímos por volta das 07:15. Estou no banco da frente ao lado do Rômulo. Rosana está atrás, escutando músicas no seu Ipad.
  Toco nas mãos do meu namorado e o olho com ternura. Estou me acostumando a tê-lo aqui. Por fim, cai a ficha de que ainda temos que conversar sobre sua volta, sei que ele não veio de vez.
  Assim que chegamos Dylan está encostado em seu carro, em frente a floricultura.

---- O que esse cara está fazendo ? - Rômulo pergunta num tom bastante irritado.

---- Ele é nosso amigo. - digo, tirando os cintos e abrindo a porta. Por mais que eu não tenha olhado para ter certeza. Vejo a irritação emanando dos olhos de Rômulo.

---- Oi Dylan. - aceno ao sair do carro.

---- Oi, desculpa está aqui tão cedo. É que hoje vai ter um evento no pub, e preciso de um arranjo.

   Rômulo sai do carro e bate a porta com bastante força.

---- Ei vai com calma - Rosa fica a sua frente e o segura.

---- Oi Rômulo. - Dylan se aproxima para cumprimenta-lo e acaba desistindo.

   Rosana pede para ficar perto de Rômulo, enquanto ela abre a floricultura.

---- Sua inocência as vezes me irrita. Rômulo está com ciúmes do Dylan, cuide desses dois e não deixa eles fazerem barraco. - diz em cochicho.

---- Amor, mais tarde a gente se fala. Eu preciso trabalhar agora. - digo o puxando lentamente pro carro.

  Dylan permanece parado, esperando.
De repente, Rômulo passa por mim e se aproxima perto suficiente de Dylan.

---- Eu só não acabei com você naquela época, a pedido de Stella. Mas se você ousar mexer com a Sâmia ...

---- Rômulo já chega. Ser meu namorado não te dar o direito de ameaçar outros rapazes que se aproximam de mim.

---- Ele acabou com a vida de uma funcionária minha. - Rômulo indaga num tom de mágoa.

  Olho para Dylan, quando então recordo da conversa que tivemos.

---- Eu sei. Mas por favor, não podemos julgar uma pessoa pelo o que ela foi no passado. - faço uma pausa e passo a língua pelo lábios superiores. ---- Não precisamos falar sobre isso novamente. Só vai pra casa. Eu estou bem.

  Abraço Rômulo e peço a Deus para que ele me escute. Assim que o avisto indo embora, entro na floricultura e Rosa está mostrando algumas de nossas flores exóticas para o Dylan.
    Depois ela vai buscar outras amostras.

---- O meu tio chegou a pouco tempo na cidade. E ele tem gostando de trabalhar aqui. - diz, olhando ao redor da floricultura. ---- Recentemente ele começou a ficar muito preocupado com um caso, que poucas vezes ele teve que lidar ao longo da carreira.

---- É muito grave ? - pergunto.

---- Sâmia, ele é médico. Um bom médico. E quando me disse que o caso estava acontecendo com uma jovem, até quem era a jovem. Eu pude entender a sua preocupação.

  Fico calada. Sinto minha pulsação acelerar. E as mãos suar. Entendo o verdadeiro porquê de Dylan está tão cedo ali.

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