Eu só queria que aquele dia chegasse ao fim. Eu e a Rosa brigamos feio. Eu sabia que estava errada. Mas eu tinha o direito de decidir.
A escolha cabia somente a mim.---- Rosa por favor, me espera ! - saio correndo atrás dela e seguro seu braço direito.
---- VOCÊ TEM IDÉIA DO QUE ESTÁ QUERENDO QUE EU FAÇA ? - seus olhos rapidamente ficam vermelhos e cheios d'água.
---- Tente me entender. Eu vou ficar bem. - limpo suas lágrimas ---- Não acho necessário preocupar outras pessoas, com as possibilidades negativas.
---- Sua família tem o direito de saber!
---- Se fosse algo grave sim. Mas é só um problema que podemos resolver juntas. Sem envolver mais ninguém.
---- É uma responsabilidade que eu não sei se posso suportar sozinha.
---- Você não vai estar sozinha.
---- Até quando, Sâmia ? Dolls Vale é a metade de um ovo. Querendo ou não as pessoas vão saber. Dai você vai preferir esconder. Preferir não fazer nada a respeito por causa de uma egoísta covardia.
Mordo os lábios. Fecho os olhos e lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.
Sentamos as duas em um banco, no corredor do hospital. Tento pegar na mão da Rosa, mas ela apenas recua. Decido não insistir. Eu sei o quanto precisa de tempo pra digerir o pedido que eu fiz.
---- Pega um táxi de volta pra casa. Eu preciso ficar sozinha.
---- Rosa - chamo seu nome, tão baixo que chega até ser difícil ela ter escutado.
Ela se levanta, coloca a jaqueta de couro preta em seu braço esquerdo e vai embora.
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Não consigo dormir. Eu preciso acordar cedo novamente no outro dia para novos exames. E eu só queria que a Rosa estivesse comigo. Juro que não sei se vou conseguir sem ela.
Meu celular começa a vibrar. A foto do Rômulo aparece na tela. Penso se devo mesmo atender. Ele vai querer saber sobre o motivo da briga. E eu não gosto de mentir. Mas talvez eu só devesse falar que vai ficar tudo bem, assim não dou margem para entrar no outro assunto.
---- Oi ...
---- Oi, estava com saudades. Queria saber como você está ?
---- Eu estou bem - forço uma voz ---- Você parece preocupado. Tá tudo bem ? - começo a pensar na possibilidade de Rosa ter contado alguma coisa para ele. Não. Ela não teria como.
---- Só o trabalho. Estamos muito distantes um do outro ?
---- Tecnicamente sim. - rio
Rômulo fica em silêncio.
---- Mas meu coração o faz todos os dias estar perto de mim. Não devemos pensar na distância física. - completo.
Mesmo que não o veja, posso sentir pela sua voz, o alívio.
---- O que vai fazer amanhã ?
---- De manhã vou ao médico, depois vou pro trabalho.
---- Médico ?
---- Sim. A Rosa quer que eu cuide da minha saúde. Vou fazer alguns exames.
---- Exames de rotina ?
---- Isso ! - um nó se forma na minha garganta. Eu não posso chorar! Aguenta só mais um pouco. Repito para mim mesma.
---- Vou te deixar dormir. Qualquer que você precisar, me avise. Posso levar qualquer médico pra você.
---- Não vou morrer. - finjo uma risada.
---- Eu morreria, se isso acontecesse.
---- Eu vou dormir. Fica bem. Estou aqui se precisar. E ... Não esquece de voltar pra mim.
---- Pode deixar. Boa noite.
Retiro o celular de cima do ouvido.
Papa bate na porta e entra. Ainda que esteja escuro, sei que ele pode me ver com os olhos abertos.---- Está sem sono, filha ? - pergunta
Sufoco meu rosto no travesseiro e começo a chorar. Chorar muito. Desesperadamente.
Papa deita-se ao meu lado e me puxa para os seus braços.
Começa a fazer carinho na minha cabeça.---- Briguei com a Rosana. - digo em meio ao choro.
---- Ela é sua melhor amiga e você a dela. O que quer que tenha acontecido, vai ser resolvido.
---- Sinto falta do Rômulo. Não quero perde-los.
---- Você não vai !
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Mesmo Diante De Minimas Chances
Ficção AdolescenteUm amor capaz de superar o que a princípio, se domina impossível. Um amor paciente que move dois apaixonados a alcançar lugares que nossa limitações jamais julgariam se possível chegar. . Venha embarcar nessa história contada na visão deste casal qu...