XXV - Floresta Negra

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Com a fuga bem-sucedida dos soldados de Pandora, Ryan e Kharis e avançavam calmamente através dos céus. Por baixo deles, conseguiam ver o mais variado dos cenários. Animais a tratarem das suas crias, flores a desabrocharem ao sabor dos raios solares, e as aves a chilrear as mais belas das melodias. Era encantador de se ver, mas algo não parecia estar bem. O jovem vampiro já algumas horas que sentia qualquer coisa de estranho na sua cabeça. Era como uma voz que queria falar com ele, uma presença que nunca sentira antes, mas que lhe dava a sensação de ser incrivelmente familiar.

- Passa-se alguma coisa Ryan? - perguntou ela olhando para ele mostrando alguma preocupação.

- Há algo...que não me parece bem. - Mostrou-se pensativo.

- Sentes-te bem? Há algo que eu posso fazer para te ajudar?

- Sabes aquela sensação, que parece teres alguém a falar dentro da tua cabeça? - Explicou passando suavemente a mão pela testa.

- Não...estou a ver. - retorquiu confusa ao ser confrontada com aquela questão - Mas tu tens alguém dentro da tua mente? Será a tua irmã a perseguir-te? A tentar descobrir onde é que tu estás?

Ele olhou alguns segundos para ela, detetando uma expressão incrédula.

- Tu achas que estou a delirar, não é?

- De modo algum - respondeu Kharis de imediato - é de meu desejo poder-te ajudar. Mas o que me contas eu nunca ouvi falar antes, nem mesmo nas lendas que temos na nossa pequena aldeia onde os casacas negras vivem.

Os raios de sol esbarraram no rosto de Ryan, exibindo traços belos mas ao mesmo tempo de desmoralização. Sabia perfeitamente que os vampiros nunca poderiam ser afetados por doenças mentais, mas dentro dele a preocupação não deixava de ser visível. Os pensamentos de se ver numa cama ou sentado numa cadeira a passar o resto da sua imortalidade preso a uma doença que provavelmente so existia naquele mundo, surgiram logo na sua mente.

Foi nesse momento, em que na sua mente se fez ouvir algo conpletamente fora do normal.

- Ryan, não lhe contes nada! - Disse aquela voz num tom autoritário.

- Espera , - Ryan abanou a sua cabeça parecendo ter chegado a uma conclusão - Eu conheço a tua voz. Tu és aquele ser que falou comigo naquelas correntes?

- É bom falar contigo novamente meu jovem. Vejo que estás a tomar a decisão certa em procurares ajuda para te fortaleceres, mas a situação mudou. - A voz passou de satisfação a seriedade numa questão de segundos.

- Como assim?

- Vais ter de deixar os casacas negras para segundo plano, e terás de procurar por aquele que será o único capaz de expulsar a tua irmã de Ardonos. Para tal terás de fazer exatamente o que te direi, e confiares em mim. Fazes isso?

O Rei Vampiro - As Relíquias PerdidasOnde histórias criam vida. Descubra agora