XXI - Procura Frenética

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Passado um dia desde que Ryan conseguira escapar ao plano de sua irmã, Pandora ainda se mantinha de muito mau humor com a fraca intervenção do reino para impedir que tal se sucedesse. Mandou colocar muitos mais soldados dentro do castelo, aumentou o nível de procura fora dos terrenos do reino atingindo cerca de cinco quilómetros de distância em qualquer direção. Ninguém no castelo estava parado, onde nem sequer tal poderia acontecer correndo o sério risco de sofrer pena por decapitação.

Como era costume todas as manhãs, a princesa de Ardonos havia saído do castelo bastante cedo para dar inicío ao seu treino matinal. Ele consistia numa hora de corrida em torno de todo o reino, depois passava para um treino de força onde quebrava várias rochas com os punhos, e acabava com um espetáculo de cores negras fazendo vários feitiços para não se enferrujar na sua técnica.

No local onde ela estava, havia uma sombra que a resguardava dos olhares atentos de todos aqueles que a veneravam como uma autêntica Deusa. Era uma pequena secção de floresta composta por árvores de baixa densidade, bem como muitos animais selvagens que pareciam caçar àquela hora. O sinples facto deles fazerem os típicos ruídos irritantes entre eles para comunicarem, fê-la irritar-se de tal maneira com aquilo que correu na direção de um deles, tresspassando-o com as próprias mãos arrancando o seu coração. Com a criatura morta no chão, cravou os seus afiados dentes no pescoço do cadaver do animal sugando-lhe o sangue que corria no corpo. O líquido vermelho passou-lhe pela garganta conseguindo-lhe saciar a fome e sede que sentia, mas com a raiva ainda a persistir como uma maldita doença.

- Raios! Maldito sejas Ryan! Estive tão perto de acabar contigo e tu escapaste mesmo pelos meus dedos!

Durante o seu ataque de fúria, um sombra surgiu no solo deixando algumas folhas escurecidas. Era Rumen, que se aproximou dela mas ficando a uma distância de segurança.

- Princesa, tenha calma.

- Não me digas para ter calma seu idiota! - atirou a carcaça do animal na direção dele - A culpa disto é toda tua, porque não conseguiste matar o miserável do meu irmão!

- E eu que pensei que quisesse ouvir as novidades que lhe trago - respondeu com ironia na sua voz, fingindo que se ia embora - Mas tudo bem, eu vou deixá-la á vontade...

- Espera lá - limpou o sangue das mãos - que novidades são essas?

O general esboçou um sorriso maldoso, sentindo que conseguira de novo a atenção de Pandora.

- Assim que perdemos a noção de onde o rapazola havia se metido, eu tomei logo a medida de enviar uns quantos espiões para analisarem as redondezas do reino. Vai gostar de saber que eles fizeram uma descoberta que a vai deixar fascinada.

Pandora agarrou no colarinho dele, começando a perder a paciência com tanto suspense.

- Vais me dizer o que sabes - colocou a mão perto do pescoço dele ameaçando despedaçá-lo - ou terei de te dar um pequeno incentivo?

- Claro que direi minha princesa - a sua voz continuava calma e confiante da informação que possuía - o seu irmão está bastante perto ainda. É questão de levarmos alguns soldados para o trazer de volta.

- Isso é a ideia mais estúpida que alguma vez ouvi - respondeu largando o pescoço do vampiro afastando-se novamente - Aproveita também, e envia uma comitiva com doces e champanhe para celebrar o facto dele estar a ser procurado. Nós tenos de agir com calma se o queremos apanhar. Apesar de ele não ter qualquer experiência em combate, não deixa de ser inteligente e fugiria logo de imediato assim que visse os soldados a aproximarem-se.

- Tem razão, e não nos podemos esquecer daquela estranha que o ajudou a fugir - Analisou esfregando o seu queixo enquanto tentava orquestrar um plano - Pergunto-me que ligação teria ele para ajudá-lo a fugir.

- Não sei nem me interessa. Eu quero aquele miserável, se apanharmos conseguimos apanhá-la também. - fez uma pausa olhando para ele de repente - Curioso é o facto de ela ter conseguido defender-se do teu ataque com facilidade, agarrando a tua espada apenas com as mãos.

Momentaneamente este cerrou os seus punhos, tentando conter a sua raiva que sentia perante tamanha vergonha que passara em frente a todos os que assistiram ao combate.

- Aquela puta será minha - disse cerrando os dentes - quando eu a apanhar, irei ensinar-lhe a não se meter com as pessoas erradas.

Pandora esboçou um sorriso ao vê-lo irritado pela primeira vez.

- Vá, vamos a ter calma porque nós somos melhores que eles os dois. Para além disto, o que me está a preocupar é a Firefang.

- O que tem essa raposa. - reagiu curioso desmbainhando a sua espada limpando-a.

- Ela preocupa-se imenso com ele, já para não falar que é uma grande amiga da minha mãe e daquela raça coberta de pulgas. Temos de arranjar uma solução caso lhe chegue aos ouvidos que tencionamos matar o herdeiro ao trono de Ardonos. Teremos um enorme problema, porque ela aparecerá logo ás nossas portas para pedir esclarecimentos á cerca do sucedido.

- Princesa, eu tenho solução para esse problema - pousou a espada no chão encostando-a a uma árvore.

- Então diz-me - mostrou-se curiosa.

- Se bem me lembro, durante o combate que eu tive com aquele cobardolas, vossa exelência disse que se casava comigo.

- Tens razão, mas se isso acontecesse quais seriam as regalias daqui em diante?

Rumen sorriu-se com imensas ideias obscuras em mente.

- Muito simples, com a nossa união o reino ficará mais forte e confiante. Eu possuo uma série de contactos e conhecidos que beneficiariam numa união ao reino. Assim seríamos capazes de destruir as raposa Flamejantes de uma vez por todas.

O tom de voz com que o general havia exposto a sua linha de raciocinio, havia sido de grande malicia e intenções negativas mas Pandora gostara imenso da ideia. O simples facto de se casarem iria causar um impacto maior nos reinos da redondeza, passando de um a dois líderes. Com aquela mesma união surgiriam mais covites para formarem alianças, que poderiam ser realmente prometedoras num futuro próxino.

- Convenceste-me - disse Pandora mostrando uma atitude mais calma e alegre - Casar-me-ei contigo, mas irás fazer-me o pedido diante de todos para que a novidade se espalhe por todos os cantos do mundo.

- Como desejares minha querida - Rumen beijou-lhe a mão sentindo o seu objetivo completo.

- Agora quero voltar ao castelo, tenho de mudar de roupa e temos muita coisa para tratar até formalizares o teu pedido. Até lá vamos mantermo-nos atentos aos passos do idiota do meu irmão, mandando dois soldados para lhe fazer uma visitinha discreta nessa tal taberna.

- Estupendo, pensaste exatamente no mesmo que eu. És cada vez mais bela e malvada a cada dia que passa, e isso deixa-me louco por ti - agarrou-a pela cintura beijando os seus lábios gelados com agressividade.

- Eu sei - afastou-o um pouco para olhá-lo nos olhos - e daqui em diante serei cada vez pior.

- Estou ansioso de ver.

- Então...espero que estejas preparado - concluiu Pandora escondendo um sorriso tenebroso no canto da boca.

O Rei Vampiro - As Relíquias PerdidasOnde histórias criam vida. Descubra agora