II - Verdadeiras Intenções

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A pequena aldeia em que Ryan morava, tinha um costume que a diferenciava de muitos outros locais. Em vez de o Halloween ser comemorado um dia, lá eram dois. Mas independentemente de ser um ou dois, em nada mudava para ele.

O relógio de pé da sua sala, marcava exatamente as vinte e uma horas, mais nomeadamente nove horas da noite. O rapaz estava em sua casa a jantar, onde a solidão e o pavor, reinavam naquela noite aterradora. Sendo que mesmo estando no seu interior, ele conseguia ouvir a típica pergunta, "Doce ou travessura".

Para muitos era algo adorado, para outros era indiferente, e ainda haviam aqueles que passavam por grandes terrores.

Apesar de não demonstrar, Ryan para além da sua baixa autoestima, também desenvolvera ao longo dos anos, um trauma por aqueles dois dias. Algo que facilitaria a tarefa aos mais traquinas, para pregarem as suas partidas.

Naquele momento, ele estava a preparar a mesa para jantar. Limpou-a com um pano semi húmido, usando de imediato um mais seco. Logo a seguir procurou nos armários da cozinha pelo seu copo e prato favoritos.

O seu manjar seria bastante humilde como era costume, querendo preparar uma simples canja de galinha. Esticou-se e procurou no armário que ficava por cima do lava loiça, por uma panela para efetuar a cozedura do arroz.

Tudo parecia estar a correr bem, se a sua tarefa não fosse interrompida por um súbito toque da campainha, que o fez arrepiar logo de imediato.
Na sua mente formou-se logo de imediato a típica pergunta.
"Quem será?"
Ryan naquele momento não sabia se abriria a porta, porque só de ter a ideia de ter alguma criança que viesse munida de artigos para lhe bombardearem a casa, deixava-o petrificado.

Engoliu aquele medo e nervosismo, e acabou por tentar reunir a coragem para se dirigir á porta. Passo a passo, o jovem caminhou para o hall de entrada, mas sempre tremendo por todos os lados. Colocou a mão na maçaneta da porta, e abriu-a lentamente.

Do outro lado surgiu-lhe uma cara bem familiar. Alguém que ele não esperava ver tão cedo.

- Olá! Como estás? - cumprimentou Miriam - Posso entrar?

Ryan ainda estava baralhado com aquela sua visita inesperada, mas apesar da simpatia e educação, este ainda não se havia esquecido da forma como ela o tratara. Optou por usar com medida preventiva, uma desculpa para voltar para dentro.

- Desculpa... eu estou ocupado, com licença.

Miriam mostrou não querer desistir, e colocou o pé na porta, impedindo-o de fechar.

- Espera! - pediu ela - Eu só quero conversar contigo.

Ryan deu indicíos que começava a ficar nervoso com aquela sua atitude insistente.

- Por favor, sai daqui!

- Não, eu não quero que fiques com a ideia errada á cerca de mim!

Entranhada naquela sua atitude teimosa e forçada, Miriam não reparou nem sentira a presença da monarca da aldeia. Esta aproximou-se da porta e empurrou a miúda teimosa para o chão. O embate havia sido grande o suficiente para lhe magoar as nádegas.

- Sua velha, o que pensa que está a fazer!?

A monarca possuía uma expressão séria e calma, ficando a olhar para ela, analisando a sua postura ordinária.

- Parece que estás a demonstrar a tua verdadeira face.

Miriam não estava a gostar nada da brincadeira, sendo que a sua postura começou-se a revelar completamente diferente. Até que chegou ao ponto, de a raiva parecer estar a flutuar á superficíe do seu corpo.

O Rei Vampiro - As Relíquias PerdidasOnde histórias criam vida. Descubra agora