33: Você me destruiu!

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— Você me traiu! — Ela chorou empurrando Poseidon. — Você transou com ela, prefiriu ela a mim.

— Amor, por favor...

— Não! Me deixe em paz, eu te odeio! — gritou — Por que? Eu confiei em você, eu te amei... Desisti de tudo por ti e você me destruiu. Vai embora, não quero saber de você. Não quero mais ver sua face.

— Eu estava bêbado, eu juro, não queria que isso tivesse acontecido. Eu te amo, por favor, não me deixa, por favor, eu te imploro, me perdoa?

— Não consigo, perdão, você fez a única coisa que eu nunca conseguiria perdoar, me deixe em paz.

Mas ele era persistente, deu um passo a frente, tentou tocar seu rosto mas ela o empurrou com força. Ela não iria perdoa-lo tão fácil. Não conseguia aceitar tal erro. Suas amigas estavam certas, os Olimpus só faziam mal onde quer que passavam.

— Minha rainha, volta pra mim. — Ele estava chorando. Ela estava chorando.

— Só me dê um tempo, por favor, vai embora.

Ele tentou se aproximar mas ela com os olhos cheios de medo e dor se afastou. Ele então com muita dor virou para trás e fechou a porta. Com o barulho do cruzar da porta. Sally se pós a chorar, estava sozinha novamente. Ele havia a traído, havia a destruído por dentro.

***

— Vou me casar. — sua voz era fraca, aquela voz que ela tanto amava e destruía seu psicológico. — Ela está gravida, eu não posso deixar meu filho sozinho, não quero dar a ele o mesmo destino que eu, mas, eu não consigo ama-la, eu juro, eu só penso em você o tempo todo, te amo tanto....

— Não serei sua amante, Poseidon. — Ela estava diferente, tinha em seu olhar uma frieza sem igual, uma dureza sem fim. Não havia mais o olhar carinhoso e ousado de sempre. — Nem ao menos direi que não deve se casar, você pode ser um cretino mas sei que se importa com sua família, só aviso: um casamento sem amor está fadado a machucar ainda mais seus filhos.

— Você não entende.

— Não, é você que não entende, eu já desisti de você. Estou fora.

— Amor...

— Vou me lembrar de você eu juro, pode ir agora? Já se explicou, mas não serei sua amiga muito menos sua amante.

Ele se foi e ela atordoada voltou a chorar, ela nunca conseguiria esquecer aquele lindo canalha que amava ou amará algum dia. Uma vontade de vomitar tomou conta dela. Ela só queria sumir. 

***

Sally olhou-se no espelho, seus olhos estavam com olheiras e seu corpo pedia descanso, estava ela na maldita casa que sempre sonhou, com o coração despedaçado. Estava chorando. 

Lembrava de como se imaginava naquela casa, ela e Poseidon, sentados juntos, rindo e brincando, a barriga crescendo e ele ao seu lado sorrindo, beijando sua barriga e dizendo que juntos agora seriamos família. Não havia algo que Poseidon mais respeitava do que família, para ele era uma palavra sagrada, algo que nunca mudaria com o tempo e que ele sempre se sacrificaria para cuidar, mas ela não era sua família, muito mesmo o bebê que estava em seu ventre. 

Quem ela ligaria para contar tal bela noticia? Não tinha família, nem namorado, nem amigos. Estava sozinha, naquela maldita casa comprada com o sonho de morarem juntos, com um maldito anel guardado na escrivaninha do quarto e um maldito teste segurado em mãos. Positivo, ele dizia. 

Sua tia riria de sua cara se a vi-se, diria que tinha razão, que ela sempre estaria sozinha, que ela sempre seria uma inútil e que nesse mundo nada a amaria porque ela era somente uma orfãm que nunca poderia ter nenhum valor, que vivia as custas da tia e sonhava com um mundo ilusório onde ela poderia ser uma grande escritora. 

Agora era uma mãe solteira que não tinha nenhum dinheiro no bolso e corna. O que ela faria da vida? 

Queria tanto usar o telefone, conversar com alguém, quem quer que fosse, mas não tinha ninguém para contar. Quem ligaria para ela? Sua mão tremeu ligeramente e simplesmente começou a chorar, antes de enfim se levantar e fazer alguma coisa. 

***

Já estava tudo pronto, aos 8 meses de gravidez ela conseguiu com doações algumas roupas e um berço, tinha ovos e um monte de miojo na geladeira, a única coisa que poderia comprar, e a vizinha a qualquer momento estava preparada para a levar no hospital se precisa-se, é claro que Sally ia pagar.

Só havia um problema, naquele momento, sua vizinha estava em uma viagem e ela estava sentindo muita dor, o chão estava envolto em sangue e tudo que ela pensou é que estava perdendo o bebê. No fundo do seu coração, ela estava um pouco feliz, afinal, se não fosse ele, ela estaria bem. Estaria estudando para escrever seu livro, teria esquecido a muito Poseidon e nunca ficaria lembrando dele cada vez que olhava a sua barriga. 

Nunca teria coragem de tirar uma vida, mas talvez fosse os céus a ajudando. Afinal, não tinha ninguém para se ligar. A dor era extrema. Ela, na verdade, sentiu que seria melhor que ela fosse junto também. Ansiava por isso, a dor aumentou e ela levou a mão para o telefone que estava próximo. 

Para quem ligaria? Poseidon? Não tinha amigas, sua tia diria que era bom que morresse mesmo, sua vizinha estava longe e ninguém ouviria seus gritos. Uma pessoa entrou em sua mente, o melhor amigo de Poseidon: Pan. 

Ela sabia seu número, mas se ligasse para ele, tinha chances dele contar a Poseidon sobre seu filho, não sabia o que fazer, mas desesperada discou os números. Talvez a vida poderia a surpreender. 

Pan chegou minutos depois, ela estava quase desmaiando, foi levada as pressas para o hospital, ele pagou todo o acompanhamento e descobriu que se tivesse chegado alguns segundos depois, o menino teria morrido. Perseus foi o nome escolhido, a cara do pai, era nítido. 

Sally ficou furiosa ao ver o filho, um ódio tomou conta dela, por que ele tinha que ser tão parecido? Deus estava furioso por ela ter pensando em mata-lo e o colocou em sua frente para que ela sofra as consequências? O diagnostico foi dado: ela tinha depressão pós parto. A cada dia o desespero a  inundava, como podia não amar seu próprio filho? Como não conseguia nem segurar ele em seu colo sem chorar e querer mata-lo por ser tão parecido com Poseidon e a trazer tanta dor?

Ela era doente, e seu filho recém nascido nunca a perdoaria por se vingar dele, o proibindo de conhecer seu próprio pai e no fundo do seu coração, bem lá no fundo, odiá-lo por ter a destruído. 

*** 

O que acharam desse capítulo destruidor? Aqui sabemos como Pan sabia de Percy, descobrimos como Sally se sentiu durante a gravidez e quando descobriu a traição. 

Vocês imaginavam que essa era a Sally que conhecem? Podemos ver que muito do jeito dela, calmo e sereno e muito das dores profundas que sentiu na vida, suas feridas mais profundas. 

Gente, depressão pós-parto é uma coisa muito séria, demonstrei somente uma virgula do que realmente é essa realidade e queria muito que não julgassem ninguém nessa condição, pois é algo que vejo sendo muito julgado em nosso meio. Cuidado com o que falam, pessoas são pessoas afinal, elas falham. 

Se quiserem saber mais sobre depressão pós-parto, indico esse artigo: https://www.vittude.com/blog/depressao-pos-parto-sintomas-causas/

Espero que tenham gostado, e vejam a midía, pois a música vai ajudar a destruir seus corações. 

A primeira a comentar foi a @mariamariguela (mudou seu nome?) e a segunda foi a CamilleVitria.

Estou louca para ver suas reações desse capítulo.

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