57: Está do meu lado quando quero chorar?

1K 84 23
                                    

Percy saiu da sala e deu de cara com Annabeth o encarando com algumas lágrimas no rosto, ela conseguiu ouvir tudo e como no primeiro dia de aula ela ficou esperando por ele. Amigos esperam os amigos terminarem, foi o que na época ela disse, ela continuou do lado dele, mesmo naquele momento. Ele olhou em seus olhos, a raiva estava ali, o cansaço, a dor. Ele encarou seus olhos tempestuosos e ela o seus olhos verdes que mais pareciam estar preparados para explodir em um grande maremoto, levando tudo ao redor. Annabeth estava chorando por ele, seu amado, estar sofrendo tanto. Ela sentia aquela dor, ela sabia como era, nunca no mundo ela queria que aquilo acontece-se assim.

— Vêm comigo. — Percy falou, simples e breve. Somente se segurando enquanto a puxava para longe. Annabeth o seguiu ainda com pequenas lágrimas rolando. Eles entraram no carro do motorista da família mas tudo o que Percy falou para ele foi para que ele saísse e é claro que ele obedeceu vendo o novo membro da família Olimpus junto com Annabeth, ele acelerou o carro e passou pelos carros e jornalistas na porta da casa.

Ele acelerou e Annabeth ficou feliz por lembrar que ele já tinha carteira, mesmo assim, ficou realmente com medo de ver ele dirigir com tanta pressa, mesmo que não falasse nada, com medo de ver ele surtar.

Horas se passaram naquele carro, mas não havia som, não havia palavras trocadas, músicas ou qualquer outra coisa a não ser o barulho do acelerador e os fungos baixos de Percy enquanto dirigia, seus olhos estavam nublados pelas lágrimas. Annabeth nem ao menos lembrou de passar qualquer mensagem para sua mãe sobre aquilo, seus pensamentos estavam todos focados em Percy e como ajuda-lo.

Ele parou o carro em um chalé pequeno que tinha vista para o mar, Percy desceu do carro e simplesmente seguiu para o mar que estava de frente ao chalé, Annabeth olhou ao redor do pequeno lugar e se perguntou o que fazer, somente então seguiu para o lado de Percy e sentou-se ao seu lado. Percy nem ao menos o encarou.

— Eu sou um idiota! Estava na minha cara o tempo todo, simplesmente não tinha como conseguir ver, o que eu fiz de mal para merecer isso. Minha vida toda é uma mentira!

— Percy..

— O que devo fazer? Eu nem tenho coragem de ter raiva dela, eu só não entendo porque fizeram isso comigo, se ela tivesse dito que meu pai me abandonou e que ele era rico mas que nunca me quis do meu lado eu ia acreditar, nem ia ligar para ele. Então porque? Porque ela mentiu para mim dizendo que ele estava morto? Porque agora? Eu não entendo...

Percy começou a chorar alto, ele chorava e não sabia muito bem como conter suas lágrimas, ele gritava para a água, gritava querendo que uma onda alta o bastante o levasse e o afogasse nela. Annie sentiu seu coração se encher de compaixão e se aproximou pouco a pouco dele e o abraçar fazendo com que ele chorasse em seu ombro. Depois de algumas horas o choro se cessou, nunca em sua vida ele chorou tanto, olhou para o horizonte e logo a lua começou a aparecer e o por do sol realmente era muito belo de ver, bem ali, em frente ao mar.

Percy lembrou das vezes que assistiu o por do sol com sua mãe sentada ao seu lado, quando correu em meio a água feliz com sua mãe o seguindo, Percy pensou, quando em sua vida sua mãe foi sincera.

— Será que consigo seguir em frente? Quer dizer, eu sei que ela tem um motivo, eu realmente quero acreditar que ela tem um grande motivo para fazer isso, mas não sei se tenho forças para ouvi-lo. O que deveria fazer?

— Podemos ficar aqui essa noite, amanhã é um novo amanhã e tenho certeza que terá forças para se levantar e olhar em seus olhos.

— Não tenho essa força toda.

— Tem sim, sua mãe é incrível Percy, umas das mães mais fortes que já conheci, ela faz tudo para você.

— Eu sei, por isso não entendo como ela teve coragem de mentir para mim, eu simplesmente não consigo entender. — Percy olhava para água sem rumo — Ela me levava aqui sempre que podia sabia? A gente se sentava na fogueira e apreciava a noite comendo, quando eu chegava aqui sempre a enchia de perguntas sobre o meu pai e ela dizia que foi aqui que ela passou um dos momentos mais lindos de sua vida com ele e eu me pergunto: era tudo mentira? Ou será que alguma coisa era real. Eu sei, sei que estou sendo injusto com ela mas eu não consigo parar a dor, não consigo parar de pensar nisso. Doí...

Percy segurou Annabeth em seus braços e ela o abraçou mais ainda, tentando consola-lo.

— Eu sei que doí, mas também sei que amanhã quando amanhecer, você vai encarar isso como sempre encara, de cabeça pra cima! Vai até ela e vai ouvi-la e seguir em frente, enfrentando tudo o que tem que enfrentar, como um Jackson enfrenta as coisas. Eu vou estar ao seu lado até o amanhecer.

Percy olhou em seus olhos e sorriu fraco, seus olhos estavam inchados mas isso não impediu dele a segurar forte e a beijar, seu coração estava cansado, tudo em sua cabeça estava embaralhado e tudo que ele pensou foi que queria ser consolado, queria sentir o calor que emanava dela, queria a beijar, sentir seu corpo junto ao dela e se deixar levar.

Annabeth correspondeu, queria acima de tudo consolar seu coração, se deixou ser puxada pelos seus braços e os sentimentos que compartilhavam naquele momento era além de amor, companheirismo ou qualquer outra coisa, era acima de tudo compaixão e empatia. Algo que cercava suas vidas, ela o entendia, compartilhava de seus sentimentos e tentava de todo o seu coração mostrar que aquilo tinha saída, que aquele sentimento no fim da noite que se formava ia acabar.

Percy a levou para dentro do chalé e rapidamente fechou a porta deixando todos aqueles sentimentos que o cercavam tomarem conta.

***

Oi pessoal, boas festas! Espero que tenham gostado e leiam com a música é uma das minhas favoritas <3

Esse capítulo é um dos capítulos que eu mais sonhei em escrever e um dos que ainda não estou segura. É sobre o amor, cuidado, para mim amor é estar ao lado. É cuidar e ajudar, ser companheiro e da mesma forma que Percy sempre apoiou Annabeth nos momentos difíceis, Annabeth fez o mesmo nesse momento. Acho lindo essa relação deles. 

Confesso que não sou boa em escrever romance, mas gosto de deixar nas entrelinhas o amor de forma cuidadora e amorosa. Não possessiva e arrebatadora como vejo em muitos livros. Para mim amor é simples e calmo e não precisa de ciúmes ou rivalidades para mostrar sua força mas sim de interação. Não criei Rachel para ser a inimiga, mas sim para mostrar uma personagem maravilhosa e diferente. Da mesma forma com Grover. Quero que notem que mesmo que o foco não seja percabeth, dá pra notar que não é, trabalho os dois dessa forma e vejo o amor assim. Espero que apreciem isso em minhas histórias. 

Não acreditem num amor que te machuca, ou que te tira o sono, que te faça chorar ou seja somente aparente. Acredite, o amor não é ciúmes, o amor é cuidado, é conhecer a pessoa que ama, cuidar dela, estar do lado dela quando ela precisa, amar cada defeito e conhecer cada qualidade. Isso é amor, companheirismo. Espero que cada um dos meus amados leitores encontrem um amor assim <3

Gente, o primeiro a comentar foi@user353163665061 o (confesso que demorei uma hora pra escrever seu user) mas seu comentário foi tão fofo que escreveria várias vezes <3 Obrigada! 

O segundo a comentar foi o @starco_always_234 que também fez um comentário muito fofo <3, sério, vocês, meus leitores, são demais!

Obrigada e espero que tenham gostado, esperem pela surpresa que vou fazer para comemorar o ano-novo! Vocês vão babar <3 Até semana que vêm, pessoal! 

Olimpus Family IOnde histórias criam vida. Descubra agora