63: Quem eu sou?

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— Foco, garoto! —  O treinador gritava enquanto Percy tentava de todas as formas bater os pés e braços de forma rápida, ele estava tão perdido que diferente do normal, que era só ouvir os suspiros de reclamação de seu treinador enquanto se sentia em casa, ele ouvia cada grito e parecia perdido em meio aquele monte de água.

Percy tentava, tentava lutar contra aquilo que o paralizava na água a correnteza parecia o puxar para trás para a desistência, o esquecimento, a dor. Entretanto, ele lutava, batendo os pés e mãos e buscando o foco no meio daquela multidões de sons que o atrapalhavam. 

Percy tocou a linha de chegada, mas não a tempo. 

  — Não parece muito bem hoje, acho melhor ir pra casa. —  O treinador falou com a voz calma. 

—  Não! —  Percy gritou —  Não quero ir para casa. 

— Não pode treinar assim, preciso que melhore e preciso rápido. Falta pouco tempo Percy, muito pouco tempo e essa é uma competição importante, eu preciso que esteja no seu melhor. —  O treinador comecei —  Vá para casa, ou para qualquer lugar que seja e melhore porque preciso de você bem.  Não aguento esse seu olhar perdido. 

Percy assediu e pegou a toalha saindo da água, hoje, pela primeira vez, ela parecia não o ajudar muito. Talvez seja pelo seu sangue, o seu sangue não queria lutar contra o ódio como geralmente fazia. Ele queria desistir de lutar. 

***

— Você está lindo! —  Annabeth sorriu com seu boné dos yanglees, ela sempre usava ele quando saia na rua com Percy. Se sentia invisível, afinal, era seu disfarce favorito. Percy no entanto não gostou nem um pouco de estar disfarçado também, pela primeira vez na vida, algo sobre os jornalistas ainda estarem o perseguindo. Annabeth o convenceu a usar um maldito colar de ouro, ele se sentia um drogado com aquilo e o boné surrado pro lado. 

— Estou me sentindo ridículo —  Percy estava enburrado enquanto sentava na praça movimentada. 

—  Eu não ligo, é para o seu bem, então aguente —  Annabeth sorriu enquanto dava um selinho em Percy que ainda tinha o rosto fechado. Era bonito, quando ele ficava com raiva. 

— Meu bem certo? —  Percy abaixou o tom de voz. 

  —  Pare. —  Annabeth reclamou. 

—  Eu não fiz nada! 

—  Está fazendo, está mal, por conta das mentiras, mas Percy, precisa superar isso, você sabe os motivos de cada um, todos erraram nessa história e pediram perdão. Porque não pode esquecer e seguir em frente? 

— Para onde? 

— O que? —  Annabeth ficou confusa. 

— Você diz que eu devo seguir em frente, mas para onde? Minha casa é cheia de jornalista, ando com fantasias e minha vida é baseada em mentiras. Não sei para onde seguir, o que devo fazer agora? 

— Enfrentar de cabeça erguida! 

— Enfrentar o que? Poseidon? Minha mãe? Grover? As pessoas que agora falam que sou uma mentira? Ou eu? Vou enfrentar o que? Seguir para onde? Não vejo sentido em tudo isso, essas mentiras, essas histórias, elas não fazem sentido para mim. Eu só penso em o que fazer agora. Perdoar e seguir como se nada tivesse mudado, mas... Tudo mudou. Eu mudei e agora não sei para que mudei. 

— Percy, você continua sendo o mesmo Perseus de sempre. Com as notas altas, as competições de natação e a lerdeza. Você continua o mesmo Percy para mim. 

— Perseus Jackson ou Olimpus? Porque é isso que me perguntam agora, eu sou um Olimpus agora? O que isso significa? Eu juro que estou tentando entender, mas isso parece impossível. Eu não consigo me concentrar na natação, se eu entrar agora no ringue juro que destruo tudo, não consigo entender nada que botam na minha frente, parece que regredi, regredi para aquela criança problemática que nunca poderia crescer na vida. 

  —  Chega de besteiras! Isso não é um filme de drama!! —  Annabeth se irritou e se levantou só para encarar fortemente os olhos de Percy, azuis nos cinzas. Um olhar que dizia tudo —  Você é Percy Jackson e sempre vai ser um Jackson não importa o quanto te digam. O menino bagunceiro sempre será bagunceiro e isso nunca vai mudar. Mas o Percy, o Percy que eu conheço lutou para ser mais do que um idiota choram, ele lutou contra seu padrasto, ele lutou contra a escola, ele lutou a vida inteira e venceu. Mesmo que seja o tártaro, ou o fim do mundo, o Percy Jackson vai continuar a lutar, então levante a cabeça e volte a ser o Percy, porque essa pessoa que estou vendo na minha frente é só um idiota e eu odeio gente idiota. 

— Não posso lutar contra mim mesmo, é uma luta perdida. 

— Você vai conseguir, porque você é Perseus Jackson. 

Annabeth sorriu e puxou Percy para caminhar com ela no parque. 

***

—  Cheguei! —  Percy avisou e andou para seguir para o quarto, antigamente ele correria para sua mãe e daria um grande abraço, porém tem tempo que não o faz. 

—  Vêm aqui! Estou no sofã —  Sally o chamou, Percy pensou um pouco e foi até lá, dando de cara com sua mãe sorrindo, ela estava normal, com uma roupa aleatória, um cabelo desarrumado e sorrindo. Sempre sorrindo, parecia que nada tinha mudado, mas isso era verdade para Percy? —  Quer um pedaço? 

Sally perguntou se referindo ao bolo azul e convidativo que estava na mesinha de centro. 

—  Não pode me comprar com um bolo! 

—  Sei que não — Sally cortou um pedaço e botou no guardanapo para Percy e estendeu. 

—  Isso não quer dizer nada —  Percy reclamou mas pegou o pedaço de bolo, era algo que ele nunca conseguiria resistir. 

—  Quer ver um filme? —  Sally perguntou, Percy sabia que ela estava usando os famosos truques de mãe. Ele não sabia se conseguiria resistir. 

— Isso é trapaça! —  Percy sorriu, por um momento ele esqueceu a mágoa, afinal, ele era só um garoto e amava tanto a mãe — Está me manipulando com bolo! 

—  Que injusto, é só um bolo e tv, vamos, está passando aquelas lutas horríveis. 

—  Você odeia assistir MMA. 

—  Faço tudo por você.  —  Sally sentou o sofã ser ocupado por Percy. Percy sabia que aquela frase tinha diversos significados, mas não importava, era Sally sua amada mãe, não importa o quanto lutasse contra, ele sempre voltaria para casa, sempre voltaria para ela. 

Ela era tudo para Percy, a mais bonita, a mais inteligente, a mulher mais importante de sua vida. Nada poderia mudar isso, ele sabia que não conseguiria sentir raiva dela nem de Grover. Eles eram sua família para Percy, aqueles que estiveram com eles nos piores momentos de sua vida, esse sentimento nunca mudaria. 

Foi por esse motivo que Percy em dado momento deitou no colo de sua mãe enquanto ela acariciava seus cabelos, ele falou, falou sobre sua competição chegando, falou sobre a escola e o quanto se sentia cansado. Percy sorriu enquanto sentia-se cada vez mais adormecido nos braços da mãe e não podia deixar de se sentir em casa, em família. 

*** 

Bom dia pessoal, espero que tenham gostado desse meu bebê confuso, acho lindo a cena, mas esse capítulo meio que me travou completamente, demorei bastante para conseguir gostar dele e bem, ainda não estou satisfeita. Porém, é o melhor que consegui, por isso comentem mesmo se gostaram, preciso da opinião de vocês. 

Gente, a primeira a comentar foi a @Marjackson2 e a segunda foi a @user353163665061, duas coisas fofas que enchem meus comentários de mensagens lindas. Por favor, continuem e me digam o que acharam. 

Espero que tenham gostado, desculpe pela falha de semana passada e nos vemos no domingo. 

Ps: minha gata está bem sim e eu já estou bem melhor. Obrigada por entenderem e estarem comigo mesmo com tantas falhas que tenho como escritora. Amo vocês! 

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