68: Onde meus pés alcançam

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Percy se sentiu um pouco sufocado na escola, havia passado um mês desde o escândalo dele ser filho de Poseidon e as pessoas começaram a falar, fofocando e diminuindo seu desempenho dizendo que tinha passado na escola por influência de Poseidon. Ele começou a duvidar daqueles dias em que recebeu em sua casa a pequena carta que provava seu gabarito na prova. Mesmo que suas notas fossem exemplares, ele lembrava que Annabeth e Leo estavam em aulas avançadas e tinham o mesmo desempenho que ele. Por que ele era especial? Se todas as suas matérias eram medianas como poderia se vangloriar quando sua namorada é um génio?

Se sentia burro, principalmente com os boatos que rolavam pela escola. Nesse momento, por exemplo, ele andava sozinho nos corredores, coisa que dificilmente fazia, e via os olhares dos alunos para si. Ele queria gritar que eles eram hipócritas pois também entraram por meio do dinheiro, mas no fim, se sentia como no ensino fundamental que todos olhavam para ele tendo notas baixas e riam.

— Parem com isso! — Uma voz brandou e Percy logo se assustou ao olhar para sua ex-namorada o defendendo— Como se não tivessem entrado aqui por influência. O pior, é que todos sabemos que a bancada da escola corrigiu todas as provas e o boletim de Percy prova muito bem que ele é bem melhor que qualquer estudante riquinho como vocês!

— Deixa Rachel, eu não ligo — Ele sorriu, puxando ela para que parasse de falar.

— É mentira, sei que vai chorar quando chegar em casa! — Rachel reclamou — Você sempre faz isso, se diminui em vez de enfrentar todos que falam mal de você.

Percy somente deu ombros, ele se sentia mal sim, as vezes as lembranças o faziam rever as cenas de seu padrasto o criticando, de seus professores brincando e rindo ele, como se sua incapacidade de se manter quieto e sentado, ou sua dificuldade em algumas questões o diminuíssem. Porém, ele não era o mesmo Percy daquela época, por mais que esses comentários o fizessem mal, ele ainda iria levantar a cabeça e continuar a andar pois foi isso que aprendeu com todos os obstáculos de sua vida.

— Eu vou ficar bem Rachel, não vou mais chorar. — Ele continuou a andar se despedindo de Rachel e levantando a cabeça. Ele podia ter inseguranças, mas não ia deixar elas dominarem.

***

— Porque esse alvoroço? — Percy perguntou a Thalia, quando viu todos os alunos entulhados no quadro de avisos.

— Está terminando o ano letivo e todo ano tem as homenagens, eles botam no quadro de aviso os destaques no ano, que são os esportistas e nerds que nem a Annabeth e dão medalhas, tiram fotos e é claro, é uma grande oportunidade de se destacar na seleção da faculdade, a maioria que aparece na lista acaba tendo mais chances de entrarem em Harvard e outras grandes faculdades — Thalia explicou — Os estudades quase se matam de estudar para ter a mínima chance de entrar nessa lista.

Annabeth e Leo se aproximaram com grandes sorrisos e Luke, que estava do lado de Thalia suspirou com raiva.

— Não vão nem olhar a lista não é? — Luke reclamou.

— Claro que não — Annabeth riu

— Já sabemos que estamos lá, para que se dar ao trabalho? — Leo comentou divertido.

Luke somente suspirou, não se daria o trabalho de ver a lista, não havia ido bem nas últimas competições de luta e suas notas só não eram piores que a de Thalia, mas bem, ninguém ia tão mal como Thalia.

— Percy, porque não dá uma olhada na lista? — Annabeth perguntou sorrindo enquanto o abraçava buscando o máximo de contato possível. Uma mania muito bem aceita. Ela sentiu o braço de Percy em seu ombro e relaxou instantaneamente.

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