Capítulo 18

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Amanda

Eu não sabia muito bem o que esperar dessa conversa com a minha irmã. Nosso reencontro foi tão confuso e cheio de mágoa, que me pergunto se todo esse ressentimento não é fruto de algo mais antigo.

É engraçado como algumas coisas se tornaram mais claras para mim desde o resgate dela. Tudo foi como um filme em preto e branco que finalmente ganhou cor e as cores não são tão bonitas como imaginamos.

Estou nervosa sobre isso, na verdade eu nem queria estar aqui. Mas se tenho que pôr um ponto final que seja agora e não mais para a frente, quando eu sei que vai ser muito pior.

O quarto da minha irmã tem uma janela para o corredor, posso ver a TV ligada, e um filme velho passando, minha irmã está deitada na cama de costas para onde estou. Tomando uma respiração, entro no quarto e espero ela dizer alguma coisa, mas ela não diz nada.

— Está dormindo? — Me aproximo da cama, no mesmo momento que ela se vira para mim e me encara.

— O que você está fazendo aqui? — Suas palavras são duras e cheias de raiva.

Esse tom não é algo novo, ela já usou ele tantas vezes comigo, agindo como eu tivesse que a obedecer.

— Cedrick me disse para vir, achei que tínhamos que ter essa conversa.

Ela ri.

— Achou? Já parou pra pensar que as coisas que você "acha" que deve fazer, são exatamente as que não devia? Não quero te ver, não quero ouvir falar de você!

Você não vai sair bem dessa, não dessa vez e não nunca mais! Chega!

— É uma pena, porquê vai me ouvir, e querendo ou não vai ter que olhar para a minha cara! — Respondo, perdendo toda a paciência que me resta. — Eu não pedi pra ter que conviver com uma irmã que faz de conta que o mundo é um lugar maravilhoso, uma irmã que me disse para ficar longe de um caso de tráfico de pessoas. Se eu tivesse ficado de fora, talvez você não estivesse aqui, mas um monte de mulheres inocentes assim como você ainda estariam presas, sendo estupradas e abusadas. Mas isso não importa, desde que aprincesa aqui estivesse em casa na mordomia. Me pergunto se não se cansa de ser assim.

— Eu não sou o problema, você é.

— Tem certeza disso? De onde eu vejo, você é egoísta, mimada, e age como se o mundo girasse em torno de você! Mas ele não gira, e eu não posso fazer nada se me odeia. Não vou parar de viver a minha vida, para correr atrás de você.

— Quem você...

— Cala boca! Ainda não terminei. — Estou tremendo, Deus eu não estava preparada pra esse tipo de merda, mas uma vez que estou aqui, só quero terminar logo com isso. Arrancar o curativo de uma vez. — Se acha que eu vou correr atrás da sua bunda mimada, porquê acha que te devo isso, está enganada! Não te devo nada! Cedrick era o seu namorado e nem ele desistiu do caso, mas você não está culpando ele, está? E sabe por quê? Porque ele vai rastejar e implorar o seu perdão, e eu cansei de fazer isso. — Estou chorando, e não sei exatamente o motivo do choro, sendo sincera? Me sinto livre! — Esse tempo todo eu sofri por sua causa, te procurei, quase morri e fui contra tudo o que eu acreditava pra te trazer de volta para casa em segurança. E tudo isso devido ao fato de que eu acreditava que com você ao meu lado, eu era forte. Sem você eu me sentia fraca. Só que esse tempo todo te procurando e quase morrendo, me mostro que eu sou forte. Não preciso de você para ser feliz e nem para conseguir me erguer das piores situações, posso fazer isso sozinha. Só espero que uma hora perceba que essa situação aqui, não aconteceu por minha causa. E quando fizer isso, venha me procurar, eu te perdoo por ter sido má comigo por todo esse tempo.

Alex - Máfia Vermelha 5Onde histórias criam vida. Descubra agora