capítulo 33

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Uma semana depois

-Querida, o que houve, está pensativa! Olívia.

-Mãe, eu sei que ainda está muito magoada com meu avô, por tudo o que ele fez, mas eu gostaria que você o perdoasse, assim como fiz, eu sei que sente muito a falta dele, e seria bom tê-lo com a gente, eu gostaria muito de conhecê-lo, mesmo se ele não quiser me conhecer. Stephanie.

Falo segurando nas mãos dela.

Uma semana se passou, desde que chegamos a fazenda, depois do incidente com aquele homem, tudo correu normal, graças a Deus, os meninos se divertiam como nunca, fomos pescar, andar a cavalo, fizemos piquenique, até fomos soltar pipa, adiamos a lua de mel, por mais uma semana, passar um tempo no campo estava sendo uma experiência incrível, eu nem tinha mais vontade de ir embora.

Minha mãe e meu pai estavam cada vez mais próximos, próximos até demais, eles estavam começando a reviver, a chama do amor que estava apagada a muitos anos, pareciam dois adolescentes apaixonados, e isso me enchia de alegria, nenhum dos dois ficaria mais sozinhos.

-Meu amor, por mais que eu ame meu pai, é muito difícil perdoá-lo, eu sofri muito, quando ele me tirou você, ele não pensou no meu sofrimento quando fez isso, eu fiquei muito mal, e ele nem se importou. Olívia.

-Eu sei mãe, e eu te entendo, mas agora, tudo passou, eu estou aqui, claro que minha chegada agora, não vai reverter todos esses anos, que ficamos separadas, mas está na hora de começar tudo de novo, uma nova vida, não dá pra mudar o passado, mas agora você tem a chance de começar de novo, eu estou aqui, meu pai está aqui, seu grande amor, todos estão aqui com você, só o que falta é meu avô, pra sua felicidade voltar a ser completa, perdoar, é o ponto chave para uma vida nova, eu tive que perdoar a mim mesma, pra começar de novo com o Nicholas, eu errei, eu me arrependi de tê-lo afastado do Nick, fiz igual ao meu avô, o Nicholas me perdou, eu me perdoei, porque passei todos esses anos, culpando ele, por uma coisa que eu fiz, sei que perdoar é difícil, mas para você levar uma vida tranquila, não pode existir mágoas, você se sentirá mais leve, sua consciência e seu coração ficará mais leve, acredite em mim, perdoar é o melhor remédio! Stephanie.

-Oh meu amor, você tem um coração enorme, mas eu não sei se consigo, ele me machucou muito, agora que você está aqui, que minha ferida está se curando, mas é difícil. Olívia.

-Eu sei que é, eu também me machuquei, machuquei o Nicholas e o Nick, meu orgulho falou mais alto, eu não queria admitir o meu erro, não estou falando que a senhora errou, porque a senhora é a vítima, mas eu sei como é, eu me sentia a vítima, quando na verdade eu era a vilã, privei o meu filho de conhecer o pai por 7 anos, e ele queria tanto, ele era louco pra conhecer o pai, não tinha um dia que não falasse dele, ele via os coleguinhas da escola com seus pais, e ficava triste por não ter o dele por perto, e isso me machucava muito, mas meu orgulho me impedia de fazer alguma coisa, agora vejo que somos muito parecidas, eu sei que sente a falta do meu avô, então, deixe seu orgulho de lado, e o perdoe, mesmo que ele não queira seu perdão, você terá feito sua parte, e sua consciência ficará tranquila! Stephanie.

Aperto as mãos dela num gesto de apoio.

-Pense sobre isso mamãe, mas pense com o coração, não queira fazer isso, só porque eu estou te pedindo, não faça por mim, faça por você, seja qual for sua decisão, estarei ao seu lado, agora vou tentar descansar um pouco, porque tem uma pessoinha aqui, que estava bem agitada hoje, me deixou exausta. Stephanie.

-Tudo bem meu amor, prometo que pensarei sobre isso, agora vai descansar mesmo meu anjo, está com uma carinha abatida. Olívia.

-Pode me dar sua bênção? Stephanie.

-Claro que sim, que os Deus nosso pai e senhor, te abençoe e te guarde de todo mal, amém! Olívia.

-Amém, boa noite, te amo! Stephanie.

Falo beijando o rosto dela.

-Eu te amo mais filha, boa noite. Olívia.

Fala ela beijando minha testa.

Me levanto da cama dela e vou para meu quarto, assim que saio do quarto dela, me deparo com meu pai.

-Oi querida, já vai dormir? Charlie.

-Oi papai, sim, sua netinha está me deixando exausta. Stephanie.

Ele ri e coloca a mão na minha barriga.

-Não canse tanto a mamãe, meu anjo! Charlie.

-Ela chutou, conseguiu sentir? Stephanie.

-Sim, eu consegui! Charlie.

Fala ele todo animado, sempre que queria sentir o chute da Manu, ela nunca chutava.

-Estava se escondendo do vovô, né? Charlie.

-Tem dias que ela se esconde até do pai dela, ele até fica com medo, quando ela não responde ele. Stephanie.

-Ela chutou de novo, eu senti. Charlie.

Rio da felicidade dele.

-Você conversou com ela? Charlie.

Pergunta ele se referindo a minha mãe.

-Sim, ela disse que pensará a respeito, vamos dar um tempo pra ela decidir. Stephanie.

-Ela é igualzinha o pai dela, os dois são orgulhosos, ninguém quer dar o braço a torcer, nenhum dos dois querem ceder. Charlie.

-Nesse caso, eu puxei a eles, mas percebi a tempo, que o orgulho não leva a nada. Stephanie.

-Não, não leva mesmo, acho que se contar a ela, ela vai reconsiderar, quanto antes melhor, depois pode ser tarde demais. Charlie.

-Não quero que ela o perdoe só por causa da situação dele, quero ela o perdoe por ela mesma. Stephanie.

-Eu também queria, mas se ela não o perdoar agora, quando ele morrer, ela vai se sentir culpada por não tê-lo perdoado antes, ela não viverá bem, sabendo que teve a chance de perdoá-lo e não o fez. Charlie.

-Eu sei papai, mas perdoá-lo só porque ele está morrendo, não é a maneira mais apropriada de perdoar. Stephanie.

-Eu sei querida, mas você é médica, sabe como o câncer avança rápido, talvez ele não tenha muito tempo, e...

-O que, o meu pai está morrendo? Olívia.

Olhamos para trás e ela estava lá, parada, nos olhando chocada.

-Mamãe! Stephanie.

Presente Incerto, Futuro Inesperado (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora