Capítulo 5

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JP...

A Cecilia surtou, ela simplesmente paralisou, o doutor quis ceda-la, mas eu não deixei, não é hora da Cecilia ficar dopada.

-Cecilia me escuta! A Leticia precisa de você.

Ela me olhou e assentiu, ela olhou para o medico e suspirou.

-Você acha que ela não tem chance mesmo?

-Infelizmente não, o tratamento não fez efeito nenhum, ele só tem enfraquecido a le, você tem duas opções Cecilia, continuar com o tratamento e pedir a Deus um milagre, ou...

-Deixar a Leticia morrer.

A Cecilia interrompeu o doutor com a voz embargada.

-Eu vou na segunda opção, eu vou ficar ao lado da minha filha enquanto ela estiver viva, quanto tempo você acha que ela tem?

-Se pararmos agora, eu acredito que muito pouco, não posso te falar...

-Lucas! Quanto tempo!

Ela disse seria e o doutor suspirou.

-No máximo dois meses Cecilia, pode ser que ela nem passe do primeiro mês, Cecilia você não precisa decidir isso agora! É muita informação pra um dia só!

-Eu já decidi Lucas, a Leticia tem direito a ter pelo menos alguns dias de felicidade.

-Tudo bem, eu vou assinar a alta dela e te passar os remédios, se você precisar de qualquer coisa você volta imediatamente.

-Quando vamos poder ir embora?

-Quando acordar.

-Eu vou levar elas em casa!

O doutor assentiu e eu voltei o olhar pra Leticia, uma criança de seis anos não devia sofrer desse jeito.

Depois de quatro horas a Leticia acordou, a Cecilia ficou no quarto com a Leticia arrumando a princesa para ir pra casa enquanto o doutor preparava a receita com os remédios.

-Joao Pedro!

Assustei-me quando o doutor me chamou pelo nome, ninguém aqui no morro me chama pelo nome.

-O que foi doutor?

-O que você quer com a Cecilia?

-Olha doutor não estou gostando do ruma que essa conversa esta indo, e eu não estou a fim de dar um tiro na testa do medico da Le.

-Eu gosto da Cecilia, mas esta claro que ela só me ver como medico da filha dela, eu amo ela, mas com você eu não tenho chance.

Não preciso dizer que o meu ego foi às alturas, esse medico encheu a minha bola, mas a Cecilia é minha e eu acho bom esse medico não tentar me tirar ela.

-Eu gosto da loirinha de verdade, não é como se ela fosse uma daquelas vadias lá do morro, eu estou com ela todo esse tempo porque gosto dela, acho bom tu se afastar dela.

-Eu sei Jp, eu nunca teria chance, só mais uma coisa, os remédios são muito caros e o hospital não...

-Me passa a receita doutor, eu vou comprar.

Ele suspirou e me entregou, ele já estava se afastando quando eu puxei o seu braço.

-Isso vai funcionar?

Ele sorriu meio forçado e me olhou.

-Esses remédios só vão diminuir a dor, ela vai ter constates hemorragias, febre alta e dores de cabeça, esses remédios só vão ajudar ela a ter seus últimos dias mais tranquilos, eu fico feliz em ver que elas finalmente encontraram alguém que se importa com elas.

-Elas são importas pra caralho pra mim.

-Nós estamos prontas.

A Cecilia apareceu na porta com a Leticia no colo, imediatamente eu coloquei a receita no bolso e tirei a Le do colo da mãe.

-Meu Deus que menina pesada.

-Eu já falei que você não é tão legal quanto o tio Júlio.

-Eu vou te colocar no chão então sua chatinha.

-Não! Mamãe!

Ela gritou e eu ameacei jogar ela no chão, a Cecilia sorria e a Leticia se agarrou a mim.

-Vamos pra casa mocinha.

Eu levei as duas pra casa e quando nos chegamos a casa delas a Le vomitou e não conseguiu se manter de pé, ajudei a Cecilia a fazer a Le dormi e quando nos saímos do quarto eu disse convicto.

-eu vou passar a noite aqui.

-não precisa Jp! Eu dou conta.

-por favor, Cecilia! Me deixa ajudar vocês, é muita coisa pra você carregar sozinha e também você não esta mais sozinha nisso, eu estou aqui.

-Você não precisa fazer nada por nos duas Jp, você não precisa.

Ela disse a ultima parte quase chorando.

-Vocês precisam de ajuda! Eu gosto de você Cecilia, de verdade, eu odeio ver você passando por tudo isso sozinha, você tem a mim Cecilia, eu vou fazer de tudo para ver vocês duas felizes.

Ela já estava quase chorando, eu sei que ela precisa de alguém, e eu vou fazer de tudo para ser esse alguém.

A Menina do Caixa 2Onde histórias criam vida. Descubra agora