6. The 5º Kashmir War

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Hoje temos uma música, recomendo que não só ouçam durante o capítulo como também vejam o clipe depois pq é sensacional. Pra quem gostar do clipe tem também um documentário na netflix  chamado Residente e é sobre a produção dessa música, do album, do clipe, enfim, muito bom.  

Ressalto também que os fatos e "personagens históricos" apresentados nesse capítulo tem inspirações reais, mas são, obviamente, fictícios.

Boa leitura.

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"Ganhar uma guerra é tão desastroso quanto perde-la." – Agatha Christie

Em 2040, o clima do planeta, que já estava cagado devido à progressão do Aquecimento Global, piorou de vez graças à 5ª Guerra de Kashmir.

Eu tinha quase certeza que a simulação começaria pouco antes do bombardeamento. Um aviso sobre cenas fortes apareceu na minha visão antes de qualquer outra coisa. Estava escrito em vermelho com letras garrafais "ESSA SALA NÃO É RECOMENDADA PARA PESSOAS SENSÍVEIS!". Encarei o botão para prosseguir por alguns segundos antes de finalmente pressiona-lo.

O mundo, como ele era antigamente, apareceu em minha frente. Enorme. Um grande globo de mar azul, com suas diminutas geleiras e seus continentes - ainda enormes apesar do aumento recente do nível do mar – coloridos em pouco verde e bastante marrom graças aos desmatamentos constantes. Algumas nuvens pairavam acima. Era deslumbrante de se ver. Imagino que seria ainda mais deslumbrante ver uma versão mais antiga dele recriada em Knoü, com suas florestas intactas e os polos intactos.

Notei que não havia vento, acho que estávamos no espaço, tecnicamente não deveríamos conseguir nos movimentar sem um ponto de apoio, mas era como se voássemos. Obviamente que o aplicativo não simulava todas as condições do espaço ou eu estaria em uma roupa especial, mas eu usava apenas um conjunto preto com capuz, a coisa mais básica que alguém poderia vestir.

Olhei para a direita e ela estava lá. Sua roupa era igual a minha, exceto que estava sem capuz. Ela parecia à vontade.

— A sala é só nossa? - perguntei.

— Talvez sim, só podem entrar quatro pessoas por vez. Ela é pré-programada e tem várias iguais a essa, mas talvez não entre mais ninguém com a gente. - ela se moveu graciosamente no ar, como uma mergulhadora habilidosa, flutuando ao meu redor. - Já se habituou aos controles de voo? Esqueci de te avisar sobre a altura! Tem medo? - lembrou-se e parou de repente.

— Não, não tenho medo. - afirmei calma.

"Tenho mais agonia do ar que respiramos do que da altura de minha torre", me peguei pensando, "Se bem que isso aqui é infinitamente mais alto que minha torre", pensei por um segundo antes de decidir que aquela preocupação breve era uma enorme bobagem, o maior problema agora era o que eu veria de fato naquela simulação.

Testei os controles de voo aos quais Lauren se referia, que era basicamente mover meu corpo sem colocar muita inclinação pra frente, ou pra trás, a ponto de girar de ponta cabeça. Notei que o mesmo servia para os lados, uma leve inclinada e meu corpo se movia como se eu possuísse propulsores nos pés.

Lauren parecia falar alguma coisa pra mim, mas eu não ouvi um A do que ela disse. Eu teria mesmo que me acostumar a ter outra pessoa interagindo comigo, era estranho. Eu sempre estava tão só que quando mergulhava em pensamentos eu realmente ia fundo, ignorando tudo ao meu redor, mas agora ela estava lá e ignora-la assim seria no mínimo mal-educado.

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