22. Melted

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Olaaaaaaaaaar! Olha eu aqui! Como vocês tão?

Agradecimento mais que especial pra @Zzenitram que além de fazer as manips é minha beta em Away e que lutou bravamente contra o sono pra revisar esse cap apesar da correria! VOCÊ É ZIKA ZEEEEN!!!! <3 

Temos música no cap de hoje, então fones de ouvido à postos!

Bota o coletinho e vem comigo...

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"O remorso é a única dor da alma, que nem a reflexão nem o tempo atenuam."

- Madame de Staël

MGK: Já tá pronta?

ForgetMeNot: Fisicamente? Sim. Psicologicamente, não.

MGK: Clássico.

Pude até vê-lo revirar os olhos ao ler aquela frase e ri pensando em quanto eu já o conhecia. Quem diria, um cara doido com visual Cyber ser o pai de uma menininha. Se ele me dissesse que ela era sua irmã mais nova teria sido muito mais fácil de acreditar, mas cara! Ele era completamente doido, imagina como aquela menina devia ter sido criada.
Passei um bom tempo tentando imaginar a relação dele com a filha e a casa dele toda decorada pelos desenhos que eles deviam ter feito nas paredes quando ela ainda era pequena. Mas eu podia estar redondamente errada, ele podia apenas desenhar padrões extremamente simétricos pela casa toda e ela ter feito uns rabiscos um dia ou outro que depois foram cobertos para dar lugar à mais das pinturas de treino dele.

Nossa, minha criatividade estava a mil hoje! Isso sempre acontecia quando eu tentava simular situações na minha cabeça, principalmente situações que estavam na iminência de acontecer e que me deixavam ansiosas. Tipo... conhecer a tal Dinah.

Respira Camila, respira! Meu corpo inteiro estremeceu sem o meu controle, os pelos dos meus braços arrepiaram e meu maxilar trancou, tudo instantaneamente. Só de pensar em como a prima de Machine devia ser, em como ela deveria falar, ou se mover. Será que ela era do tipo hacker introspectiva? Bom, Lauren já me surpreendera como uma programadora falante e simpática. Dinah podia muito bem ser uma Hacker super agitada também e considerando quem era seu primo.... Nossa, ela devia ser doida pra caramba!

— Camila, devo te lembrar que hoje é sexta-feira. – a voz de ALL-Y soou no instante em que seu busto apareceu no canto direito da minha visão.

— Sim, silencie-os novamente, por favor. – pedi engolindo em seco e sentindo uma estranha culpa se abater sobre mim.

Aquela sensação de solidão me invadiu de forma tão intensa que eu parecia ter lavado um soco do melhor boxeador do mundo. Era como se eu tivesse acabado de perde-los outra vez, era como se aquele AirCar tivesse acabado de explodir no céu. Ou pior, como se eu estivesse mandando desligar os aparelhos que mantinham vivas as pessoas que eu amava.

Quando me dei conta da situação eu já estava deitada, abraçada em meu travesseiro e chorando como um bebê. Em prantos. Um choro pesado. Sufocado. Doloroso. Como se cada lágrima fosse uma faca se enterrando em minhas costas, como se cada sexta fosse um dia a mais em que neguei os fatos. Uma linha a mais no bloco de "Vezes em que enganei a mim mesma pra me sentir melhor".

Eu não queria abandoná-los, mas tão pouco queria vê-los. Era uma sensação estranha. Eu não tinha força para desliga-los permanentemente, mas também não tinha para sentar àquela mesa e jantar como se nada tivesse acontecido.

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