Kayla Coutinho foi enganada. Ou melhor, deixou-se enganar. Acreditou que, enfim, o homem da sua vida tinha a notado. Mas não. Ele só estava bêbado.
João Vittorio Morais perdeu o que ele mais amava, por não ter dado atenção. Por medo do que seu pai...
Todo mundo tem uma pessoa, aquela pessoa Que te faz esquecer todas as outras Todo mundo tem uma pessoa, aquela pessoa Não precisa dia e nem hora pra chegar Na portaria do meu coração já tem seu nome Pode entrar
Henrique e Juliano
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Kayla
O mês de Janeiro passa mais rápido do que imaginei ser possível. Quando vejo já está na última semana de Janeiro e eu mal fiz metade da metade das coisas que prometi fazer.
Nem o enxoval do a meus bebês eu fiz!
Eu estou esperando a Môni voltar pra Londres pra poder fazer o enxoval e, graças ao meu bom Deus, ela volta amanhã. Eu tenho falado com ela todos os dias, tem sido difícil não contar pra ela que são gêmeos, mas se eu contasse ela já teria voltado a muito tempo.
Môni é assim, se preocupa mais com os outros do que com ela mesmo. Ainda lembro dela ter pedido ao Adam pra salvar a tal da Taíssa, ou melhor, Luyzi. Quem faria isso? Passando o inferno pensou em outra pessoa? Quem faria?
— Você deveria ouvir seu namorado e não vir mais trabalhar. - doutor Charlles me assusta e eu quase deixo a prancheta cair da minha mão — Me desculpa, não queria te assustar.
— Tudo bem, doutor, eu estava muito destraida mesmo. - eu o olho e ele me sorri levemente
Temos nos encontrado bastante no hospital, ele é bem gentil e, como é o médico que Liam quer que eu faça o pré natal, sempre pergunta sobre minha gravidez.
— Liam não manda em mim, doutor. - ele ri afirmando
— Parece que ninguém manda. - ele me aponta o salto e eu reviro os olhos — Já disse pra você evitar saltos, Kayla, vão te deixar com as pernas enxadas.
— Não é um salto agulha, é plataforma. O solado é reto, não tem elevações e é bem confortável.
— Mulheres e seus sapatos, certo? - caminhamos pelo posto de obstetrícia lentamente e continuamos a conversar sobre a minha teimosia, ou não
Uma cirurgiã emergencial nos encara atentamente e eu nem sei o que pensar. Ela não tem olhos ferozes na minha direção, o que se é de esperar se ela gosta do Charlles, mas ela não me olha, só mantém os olhos fixados no Charlls.
Eu olho para ela e reparo nela, ela é bem bonita, loira, olhos azuis, alta e parece ser norueguesa. Eu não fico olhando muito tempo pra ela, quero saber quem ela é, mas não quero ser indiscreta.
— Charlls, que tal um chá gelado na cafeteria? - ele olha o relógio e dá de ombros
— Por quê não? - ele me indica o caminho gentilmente e eu sorrio em agradecimento
O toque na minhas costas não é invasivo, é educado, fraternal, mas tenho medo dessa mulher achar que algo mais. Eu não estou a fim de entrar no meio de um drama, principalmente, não quero que nenhuma mulher louca de ciúmes queira me matar achando que eu e o Charlls temos alguma coisa.
