Kayla Coutinho foi enganada. Ou melhor, deixou-se enganar. Acreditou que, enfim, o homem da sua vida tinha a notado. Mas não. Ele só estava bêbado.
João Vittorio Morais perdeu o que ele mais amava, por não ter dado atenção. Por medo do que seu pai...
Você levou todas as minhas inseguranças Seus braços se tornaram o meu refúgio Ooh, a minha melodia se tornou harmonia com você E só com você
Anitta
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Kayla
Eu lembro da risada da minha mãe no seu último dia de vida, nós duas sabíamos que aquele era seu último dia, mas não tinha peso sobre nenhuma de nós duas, havia só a felicidade de ainda termos mais um tempo juntas.
O riso dela sempre foi alto, me fazia vibrar, não era contido, minha mãe não tinha medo de ser feliz. O que mais me fascinada era que o sorriso dela parecia ser luz pura, me acendia e iluminava tudo ao redor dela.
Minha mãe era ouro puro, brilhava, encantava a todos, tinha uma áurea que encantava qualquer um. Me encantava todos os dias em que eu a via.
Ela estava sentada numa cadeira de rodas, fraca demais para andar mas nunca infeliz. Ela me via perseguir uma borboleta pelo jardim da nossa casa, eu sorria pra ela feliz, ela me sorria ainda mais feliz. Era minha mãe e amava me ver feliz.
Lembro do riso, dos olhos azuis cristalinos a me olharem a todo momento, de quando ela abriu os braços finos me pedindo um abraço e eu corri até ela e me enfiei em seus braços por tanto tempo que não me lembro de sair.
Esse é a última memória da minha mãe, o calor dos seus braços, a canção de ninar que ela sempre cantava pra mim, o cheiro dela de girassóis, os olhos calmos, a felicidade que nunca acabava.
— Você está longe. - desvio os olhos dos meus bebês e encaro o Liam
Faz meia hora que todos foram embora, obrigados pelas enfermeiras, obviamente, já que ninguém queria ir embora, principalmente minhas amigas. Liam ficou, não sei se sou capaz de me afastar dele agora, não depois de compartilhar o que compartilhamos.
— Pensando na minha mãe. - ele tira alguns fios do meu cabelo do meu rosto e coloca atrás da minha orelha, ele aproveita para acariciar minha pele
— E como ela era como mãe?
— Perfeita! - eu sorrio — Era a mãe que mimava mas também a que educava a mão de ferro. Minha mãe nunca me deu um tapa, nunca me ofendeu, sempre me tratou com calma e amor. A gente tinha uma vida calma, uma casa alegre e que eu amava viver. Meus pais se amavam muito, acho que meu pai nunca suportou muito o fato da minha mãe ter morrido, acho que ele descontava em mim isso porque sempre disseram que eu sou cara dela.
— Então ela era linda. - eu sorrio e ganho um beijo dele — Você vai ser uma mãe perfeita como ela também, não se preocupe.
— É o que eu mais quero, ser a metade do que ela era. - ele beija meu nariz — Você é tão romântico, tirei a sorte grande. - ele ri
— Você que me faz ser assim. - ele me beija outra vez antes dos choros começarem
É engraçado que os choros dos meus bebês me fazem sorrir e são tão diferentes que só me deixam ter a idéia que meus filhos não são iguais. Em nada.
