Noite das garotas - Parte 3 (Maia Mello)

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Já tinha tocado umas cinco músicas e as pessoas do restaurante acompanhavam com palmas e às vezes até cantando junto.
Eu adorava tocar! Desde de que eu era muito pequena meu pai me levava para assistir seus concertos e quando eu tinha 15 anos comecei a tocar com uns amigos dele da faculdade em um barzinho perto de casa.
Já passavam das 23:40 quando parei a seção de músicas, pois o restaurante fechava em 20 minutos e todas trabalharíamos amanhã.
Estávamos quase na porta quando um dos garçons me chamou, pediu que eu o seguisse até o escritório do dono porque ele queria falar comigo.
Pedro: Olá, seja bem-vinda...
Maia: Maia.
Pedro: Maia! Você pareceu se sair muito bem lá... bem, nas mesas.
O dono era um homem novo de no máximo 25 anos e muito sorridente.
Maia: Obrigada, eu acho... - disse sorrindo também.
Pedro: Bom, meu nome é Pedro de Albuquerque. Com o que você trabalha, Maia?
Maia: Eu sou formada em música.
Pedro: Agora está explicado! - ele disse batendo palmas. - Eu queria te fazer uma proposta.
Maia: Estou ouvindo...
Pedro: O que você acha de todas as segundas e quartas-feiras tocar aqui? Eu até ofereceria para tocar sexta, mas imagino que você deva ter sextas-feiras ocupadas.
Maia: Sério?? - falei me animando. - Claro!! Seria ótimo!!
Pedro: Então eu tenho uma nova funcionária??
Maia: Sim!
Apertamos as mãos em um cumprimento.
Sai da sala sorrindo feito uma criança que tinha acabado de ganhar um doce dos pais por ter tirado nota boa.
Milena: O dono te proibiu de entrar aqui e subir em mais mesas?? - ela perguntou, mas não consegui decidir se ela estava brincando ou realmente preocupada.
Maia: Na verdade Mi, eu acho que eu acabei de ganhar um emprego!!
Todas as meninas comemoraram comigo enquanto comecei a pensar em aparecer mais cedo na quarta para poder conhecer os outros funcionários do lugar e me apresentar também. Se bem que não me surpreenderia se eu já estivesse conhecida como a louca que subiu na mesa.
Isso pouco importava, agora eu tinha um emprego!!
Assim que saímos, me despedi das gêmeas e parabenizei a Mia de novo, dessa vez recebendo os parabéns de volta.
Fui até o carro com a Mariana, ela iria me deixar em casa e depois iria para a dela.
Mariana: Parabéns, Maia! Você realmente merece esse emprego, nunca vi alguém tocar tão bem quanto você. E, bom... também tem aquele lance da coragem para fazer o que você fez!
Eu comecei a dar risada. Tenho certeza de que a Mari não faria algo assim nem se pagassem! Ela sempre foi menos maluca do que eu e a Larissa, mas sempre andou mais com nós duas, o que era um contraste interessante.
Maia: Eu estou TÃO FELIZZZZZ!!!! EU TENHO UM EMPREGO!!!! - eu comecei a gritar dentro do carro. - Isso é ótimo!! Antes eu dependia do interesse das pessoas nos meus concertos e, além disso, esse trabalho é só duas noites na semana então eu tenho tempo para fazer trabalhos em outros lugares.
Ela riu e ligou o carro para irmos para casa comemorar.

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