Que tal uma festa? (Milena Vargas)

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Estava terminado de escrever uma matéria sobre uma pequena floricultura que tinha acabado de abrir cuja a dona era uma senhora de uns 62 anos extremamente simpática quando comecei a pensar sobre o meu aniversário. Já seria no próximo mês!!
Lembrei-me de que no ano passado, a Mia preparou uma festa surpresa para mim chamando todas as pessoas do trabalho e faculdade que eram mais próximas.
Resolvi tentar fazer o mesmo esse ano e mandei a mesma mensagem para as meninas:
Milena: Gente, eu estava pensando em fazer uma festinha surpresa para a minha irmã, como ela fez para mim no ano passado.
Maia: Eu topo.
Mariana: Pode contar comigo.
Larissa: ADOROOOOOOO FESTAS!!!!
Então estava resolvido. 
Fiquei conversando com as meninas e chagamos à conclusão de que seria melhor fazer a festa surpresa na casa da Mariana, porque era maior e tinha até um lugar que podia fazer a função de uma danceteria.
Comecei a escrever outra notícia, mas parei na metade para poder almoçar. Mandei uma mensagem perguntando para a Mia se ela queria almoçar comigo, mas ela disse que iria almoçar com uns colegas do trabalho. Falei com a Maia e descobri que ela estava almoçando com uns amigos e por fim procurei a Mariana, que por sorte estava disponível ao menos para comer comigo.
Juntei as minhas coisas, sai do pequeno prédio onde trabalhava e fui em direção ao carro. Comecei a dirigir rumo ao lugar onde havia sido o evento que a Mari tinha ficado encarregada por tirar fotos e liguei o rádio com a minha playlist favorita de músicas.
A Maia teria um troço se entrasse no carro nesse momento, ela sempre queria ser a responsável por cuidar das musicas independentemente do lugar para onde iríamos e, tenho que admitir, o gosto musical dela era muito bom. Afinal, não poderia ser diferente com a família que têm e o trabalho que escolheu.
Foi com esse pensamento que me vi estacionar o carro em frente a um colégio onde alunos com diplomas e chapéus saiam aos poucos, todos aliviados com o fim da escola e sorrindo para suas famílias naquele dia tão feliz. Tinham sobrevivido ao colégio e agora iriam para a faculdade. Lembro de quando eu estava me formando, eu e as meninas não fazíamos a menor questão de estar naquele lugar e lembrar de todos os planos que havíamos feito com os meninos para comemorar o fim do colégio. É... A MINHA lembrança daquele dia não era NADA feliz.
Mari entrou no carro com um sorriso pequeno ameaçando surgir em seus lábios, eu sabia que ela não estava muito feliz, provavelmente se lembrando do mesmo que eu, mas precisava sorrir para manter o seu emprego.
Mariana: Te lembra alguma coisa??
Milena: Nada que eu realmente queira lembrar... - falei com um suspiro. Ela concordou de leve com a cabeça.
Mariana: A nossa formatura realmente foi uma droga.
Milena: Devíamos ter aproveitado mais, olha o tipo de lembrança que temos agora! Seria muito melhor se tivéssemos saído com sorrisos e felizes por termos nos formado, assim como eles estão fazendo. - disse fazendo um movimento suave com a cabeça para indicar os alunos, que continuavam saindo pelo portão de ferro preto rumo à liberdade. Só então me questionei o porquê de a cerimônia ocorrer justamente no INÍCIO do ano letivo.
Mariana: Concordo, eles é que são espertos! - Mari deve ter percebido a confusão que se instalava no meu rosto, pois logo acrescentou: - Eu conversei com o diretor da escola, ele me disse que o fim do ano foi muito corrido para fazer a entrega dos diplomas e que eles adiaram para o começo desse ano. E já que a aula da maioria ainda não começou, ele pensou que seria melhor fazer a entrega agora pela chance de alguém estar viajando ser pequena. Mesmo assim, para quem não veio, eles mandaram uma cópia do diploma pelo correio.
Milena: Entendi... - murmurei. - Onde você vai querer almoçar?
Mariana: Shopping? - ela falou levantando um pouco as mãos.
Milena: Como sempre! - falei revirando os olhos e rindo juntamente com Mariana. Dei partida e seguimos para lá.

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