Mesmo sendo "adultos", somos adolescentes

A perseguição (Natália Lopes)

Eu vi a Luiza entrando na sala onde seria a palestra para qual ela tinha me arrastado e percebi que seu olhar parou em Diego, que estava a duas cadeiras de mim ao lado de uma garota que chegou uns minutos depois da gente.
Assim que entrei na sala, o Lucas me chamou para sentar ao seu lado e eu não perdi tempo em aceitar. Tentei acenar para que a minha amiga me visse, mas ela rapidamente desviou o olhar e se tornou inútil tentar atrair sua atenção.
Estava prestes a me levantar quando notei que ela encarava alguém que estava na frente de todas as centenas de cadeiras que estavam sendo rapidamente preenchidas e tentei ver quem era.
Espere um pouco, eu conheço essa menina de algum lugar.
Aguardei que ela se virasse e então eu imediatamente a reconheci. Tenho certeza de que nessa hora eu fiquei completamente pálida porque o Lucas começou a perguntar se eu queria alguma coisa e se estava me sentindo bem.
Maia saiu correndo e só tive tempo de ver a Luiza indo atrás dela antes que eu me levantasse e corresse atrás das duas.
Demorei para perceber que estávamos em uma estranha ordem de perseguição: Maia estava na frente, a Luiza estava atrás da Maia, eu estava atrás da Luiza, o Lucas estava atrás de mim e o Diego estava atrás do Lucas.
Corremos os cinco nessa mesma ordem até chegarmos no estacionamento e um carro vir em nossa direção. Mais especificamente, na direção da Luiza, que era a única que estava atravessando naquele exato momento.
Natália: Luiza!!! Cuidado!!!!
Ela parou onde estava e olhou para ver do que eu estava falando enquanto o motorista tentava desesperadamente frear o carro. Percebi que todos tinham parado ao meu grito e vi o carro atingindo a Lu, mas de leve, pois o motorista tinha conseguido diminuir a velocidade. Ainda assim, foi o suficiente para que a derrubasse no chão e dar a ela alguns arranhões do asfalto do estacionamento.
Maia: Luiza!!! - Ela correu para perto da minha amiga para ver se estava tudo bem, mas o motorista chegou antes.
Ele ajoelhou no chão na tentativa de ver se tinha feito grandes estragos, mas nem sequer olhou-a nos olhos.
Victor: Meu Deus!! Você está bem?? - Ele levantou o olhar ao mesmo tempo que a Luiza o encarou e abriu um sorriso gigantesco.
Luiza: Victor!!