Mesmo sendo "adultos", somos adolescentes

Noite dos garotos - Parte 2 (Bernardo Mazzaropi)

Ninguém sabia o que dizer ou como agir já que na maior parte do tempo todos nós preferíamos fingir que as meninas não existiam e falar delas explícita e diretamente era novo para nós.
Hugo: Pelo visto todas elas estão por aqui...
Todos nós estávamos pensando na própria ex. Saber que elas estavam a poucas ruas de distância estava em algum lugar entre uma informação maravilhosa e uma informação deprimente.
Vi de relance Guilherme enterrar a cabeça nas mãos e xingar baixinho. Essa situação toda me lembrou de quando todos nós terminamos, estávamos sentados em uma sala como estamos agora, todos solteiros e meio perdidos. Essa fase não durou muito, logo o Gui pediu a Carolina em namoro em uma tentativa desesperada de esquecer a Maia e o Marcos não demorou para seguir seu exemplo chamando a Lívia para sair em diversas ocasiões e, embora todos ainda pensássemos nas garotas que agora haviam sido deixadas para trás, as meninas passaram a não fazer mais parte dos nossos assuntos, afinal ninguém queria ser o idiota chorão que ficava lembrando da ex o tempo todo.
Guilherme: O que vocês sugerem que façamos...?
Uma boa pergunta, mas ainda existia uma ainda mais importante: nós DEVERÍAMOS fazer alguma coisa? O Victor faz falta nessas horas. Quando as meninas estavam no terceiro ano nós já tínhamos nos formado na escola então não precisamos nos preocupar em encontra-las pelos corredores da faculdade, mas ele ainda teve que passar alguns meses estudando na mesma escola que a Isa, ele saberia o que fazer agora.
Hugo: Deixa isso quieto. - ele disse se levantando. - Elas estão aqui, mas a cidade é enorme. É provável quem nem vamos encontra-las por aí.
Apesar de concordar que devíamos nos preocupar menos com isso, a parte do "não vamos encontra-las" eu precisava descordar.
Bernardo: Eu estou TRABALHANDO com a Mia. Eu VOU encontrar com ela.
Hugo soltou um suspiro irritado, não queria falar da Larissa. Não queria lembrar dela. Queria fugir do assunto. Acho que, no fundo, todos queriam, mas eu não. Fizemos isso na faculdade e acabamos assim, era melhor resolver as coisas de uma vez!
Fiquei pensando em um jeito de resolver as coisas até que o Guilherme levantou e saiu andando rápido para o banheiro.