Capítulo 8

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   É uma hora da tarde e eu estou na frente do colégio, esperando o meu pai. Ou quem quer que seja que virá me buscar. Talvez o motorista... Ana não para de falar o quão quer ir na festa do Hermund. E eu não consigo parar de pensar no que acabara de acontecer meia hora atrás.

— Minha mãe chegou. — A loira diz soltando um suspiro.

   Eu sei que ela não quer ir para casa. Seus pais tem brigado muito ultimamente, e ela acha que eles vão se separar.

— Vamos Ana, eu estou com pressa! — A mulher loira buzina do outro lado do prédio. — Oi Margo.

   Sorrio para ela.

— Oi senhora Ødegaarg!

— Bom, eu já vou. A gente se fala por mensagem, está bem?

— Okay. — Nos despedimos com um abraço e eu à assisto ir embora.

   Logo uma Ferrari branca estaciona na minha frente. Eu rio não acreditando no que vejo.

— Você tinha mesmo de vir com esse carro chamativo?

   Ele ri enquanto saí do carro e joga os cabelos loiros para trás, tirando os óculos.

— É para suas amiguinhas verem que você tem um pedaço de mal caminho como irmão.

   Gargalho.

— Você se acha demais William, sinceramente. — Reviro os olhos.

— Ah, cala a boca. Você não vai dar um abraço no seu irmão? Sabe, eu vim de Manhattan só para ver você, garota chata.

— Tão dramático. — Ironizo e rio abraçando-o. — E se você quer saber, minha única amiga já foi embora.

   Ele retribui o abraço, beijando várias vezes o meu rosto.

— Não importa. Mesmo assim, todas estão olhando.

— Céus, você se acha demais em.

   Ele ri.

— Eu não me acho maninha, eu sou.

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— Cadê o papai, em? — Pergunto assim que entramos em casa.

— Onde você acha? No trabalho, é claro. — Ele revira os olhos.

   Desde que a mamãe morreu, William não tem uma boa relação com Richard. Eu não sei o porquê.

— Margo, querida, já estava morrendo de saudades. — Sorrio abertamente ao receber um abraço apertado de Emma, nossa governanta.

— Eu também estava com saudades — retribuo o abraço.

— Bom, vocês vão almoçar agora? Eu acabei de por a mesa...

— Nós vamos Emma — William responde na minha frente. — Eu esqueci de dizer Margo, não vai dar para gente jantar hoje, okay? Só amanhã, eu tenho algumas coisas para fazer.

   Estreito os olhos para ele. Eu sei muito bem as "coisas" que ele tem para fazer.

   Vacilão.

— Não precisa mentir Will, eu sei muito bem o que você vai fazer.

   Ele faz aquela típica cara de santo e depois sorri.

— Está bem. Você me pegou! Eu vou há uma festa com alguns colegas, fala sério, hoje é sexta. A gente tem o sábado e o domingo também. Você deveria sair — ele diz apontando o dedo comprido na minha cara.

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