Capítulo 39

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    Na segunda aula, Hulda se senta ao meu lado. E a sua cara me mostra claramente que ela tem um propósito com isso. A professora está ditando um texto quando ela pergunta:

— Então você e o Niki estão sérios agora?

— Estamos. — Eu a olho.

    Ela faz uma careta estranha.

— Hmmm.

— Por quê?

— Sinceramente?

    Ergo uma sobrancelha encarando-a.

— Sinceramente o quê?

— Eu não acho que vocês combinem. — Ela diz simples, voltando a atenção para a professora.

    Eu entreabo a boca chocada, querendo rir. E quem ela pensa que é? Para opinar na minha vida... Ninguém!

— Você não tem que achar nada — olho para ela.

    Ela dá de ombros.

— É só a minha opinião.

— Eu não preciso dela!

— Ei, calma — ela ri — eu só estou sendo uma boa amiga. Eu já vi o Nikolas com duas meninas, e uma delas é a filha da professora de norueguês.

    Eu nego com a cabeça. Ela está mentindo...

— Com a Rebeka? Você está mentindo.

— Eu não estou. Por que eu mentiria? — Ela me olha.

— Para me prejudicar, como sempre faz — falo entre dentes.

— Eu já disse que estou tentando ser sua amiga — diz com um sorriso falso, o qual eu reconheço muito bem.

— Nós nunca fomos amigas de verdade Hulda, e nunca vamos ser! — Digo ríspida e pego o meu laptop, antes de sair da sala, sem me importar com os protestos da professora.

   Quando chego nas escadas, trombo-me com Rebeka, a qual me cumprimenta educadamente. Então eu a observo enquanto ela continua subindo, para o dormitório. Será que a Hulda estava dizendo a verdade? — Penso e logo nego com a cabeça. A única coisa que ela quer é tentar fazer da minha vida um inferno. Só que ela se esquece de que eu sou o diabo.

— Hey?

    Assusto-me com uma voz rouca atrás de mim. A qual eu reconheço... Pet Magnussen. Fecho os olhos por alguns instantes, e me viro para ele, controlando-me ao máximo.

— O que você quer?

   Ele sorri. Um sorriso com duas covinhas fundas, um furo no queixo e uma veia salpicando perto do nariz fino. Os seus olhos negros brilham como se ele estivesse se divertindo com alguma coisa. Com a minha cara.

— Conversar. Eu posso?

— Eu não sei. Diga logo o que você quer! — digo fria.

    Ele passa a mão entre os cabelos curtos e castanhos. Depois volta a sorrir, estranhamente.

— Então você e o Nikolas estão juntos?

   Rolo os olhos.

— Você sabe a resposta. Diga logo o que quer.

— Calma  — ele ri, jogando as mãos para o ar em forma de rendimento — vamos nos esquecer das desavenças do passado!

   Eu cruzo os braços e o olho impaciente.

— Na verdade, você me ferrou uma vez — ele diz me olhando com um olhar totalmente diabólico — e agora que estou de volta, talvez eu possa ferrar um pouquinho com o seu namorado.

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