Capítulo 25 - Especial

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Por Nikolas Folkestad

    Hermund me observa, enquanto caminho pelo quarto. A minha cabeça está fervendo, e o meu peito arde. Eu estou com ódio! Ódio de Kaden Christian. Quando eu vi aquela cena... Ele a beijando... Eu pensei em todas as maneiras de quebrar a sua boca.

— Cara, a sua situação é precária.

    Me jogo em minha cama, olhando para o teto.

— Eu sei.

— Eu não sei o que você fez. Mas nada vai se resolver se você ficar ai se torturando.

— Esse é o problema! — Me levanto. — Não fui eu quem fez, pelo o contrário, eu não fiz nada.

    Hermund ergue uma sobrancelha.

— Eu não estou entendo nada cara, o que aconteceu?

— É a Margot — passo a mão entre os cabelos atordoado.

   Ele ri.

— Hmm, e o que ela fez? Lhe deu um pé na bunda? Ou algo assim...

— Estou apaixonado por ela.

    Eu admito. Merda. Eu sabia que isso estava acontecendo. Não podia deixar, mas agora eu estou pouco me fodendo por isso. Não consigo pensar em mais nada, a não ser nos seus olhos, tão claros como o céu. Ou os seus lábios, tão macios quanto qualquer coisa que eu já pude sentir. Os mesmos lábios que beijou um dos meus amigos. Ex amigo agora.

    Eu não o culpo. Realmente, é impossível não se apaixonar por essa garota. Ele só vê tudo o que eu vejo nela. Foda-se. Não vou dividi-la. Eu a quero só para mim. Estou perdidamente apaixonado, como nunca pensei que pudesse me apaixonar.

— Você está literalmente, muito ferrado.

— Talvez — puxo um maço de cigarro na minha cabeceira.

    Alguns flashes passam pela minha cabeça.

    "A diferença, é que eu quero me acabar." "Eu não quero que ninguém se acabe."

   Largo o cigarro, decidido, ao me lembrar de como ela se importava. Como ela se importa com o meu pulmão. O que nem eu mesmo me importo. Ela gosta de mim? Tanto quanto gosto dela? Essa era uma incerteza. A que mais faz o meu peito arder. É louco o que eu sinto, e porra, eu nunca havia sentido algo do tipo antes.

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    A observo de longe. Os cabelos soltos, voando conforme o vento. Eu posso sentir o meu peito palpitando, enquanto às memórias invadem a minha mente. O jeito que ela retribuia os meus beijos, os meus abraços, como dizia que me queria. Como se entregou para mim...

— Pensando na filha do dono da escola?

    Desperto dos meus pensamentos quando Hermund me cutuca.

— Pensando em como quebrar a sua cara, depois que eu quebrar a do Christian.

    Ele ri. No mesmo instante, Kaden Christian se senta sobre a mesa. Fecho a cara. Estou me segurando o máximo que posso.

    O meu celular vibra dentro do bolso. Pego o mesmo verificando a mensagem.

Ana: Você e a Margot precisam conversar...

    Respondo-a.

Niki: Eu não tenho nada para falar.

Ana: Acho que tem sim! E ela também.

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