Capítulo 38

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    Nikolas e eu ficamos na montanha Kjerag — até as 4 horas da tarde — admirando a paisagem exuberante. Nesse período, eu recebo uma ligação de Richard, que me faz milhares de perguntas para saber se estou bem. Depois, Niki pede para que o helicóptero nos leve de volta para Tromsø, e dentro do mesmo, eu não me surpreendo quando ele se cala.

    Alguma coisa está errada! É claro que está. Mas ele não quer e, ao que parece, não vai me contar. Alguém ligou para ele, Sara, ou qualquer outra pessoa. E depois dessa ligação, eu o sinto distante e pensativo.

    Quando chegamos à Tromsø, Jeziel nos devolve o restante das nossas coisas no aeroporto. E nós pegamos o mesmo avião, o qual viemos, para Oslo. Agora ele conversa normalmente, mas eu ainda sei que algo está errado.

    Nos nossos assentos, ele segura a minha mão e brinca com os meus anéis.

— Você se divertiu?

— Muito.

    Ele sorri e beija as costas da minha mão.

— Eu quero gritar para aquele colégio inteiro que agora nós somos namorados.

    Um sorriso se delinea nos meus lábios.

— E você? — Pergunto — se divertiu?

— Foi um dos melhores momentos da minha vida. E tirando os momentos que passei com o meu pai, o restante é com você.

    Abro um sorriso largo, querendo arrancar o cinto de segurança para abraçá-lo com força. Por mais que eu também queira arrancar o mesmo e obrigá-lo a me dizer o que está errado. Apenas entrelaço os nossos dedos e beijo as costas da sua mão.

    Ele se aproxima e beija os meus lábios, de maneira neutra, puxando o meu lábio inferior para sí.

— Por que eu senti que você estava distante?

    Olho para ele, tentando avaliar às suas afeições. O seu sorriso congela e some aos poucos.

— Eu só estava pensando.

— Em que?

— Nada de importante. Você não precisa se preocupar, enquanto a você, eu nunca ficarei distante — diz alisando as costas da minha mão com o polegar.

— Está tudo bem mesmo?

— Eu estou muito feliz, é claro que está.

    Ele diz e nós nos abraçamos desajeitados por conta dos cintos. Eu me sinto aliviada.

    DE VOLTA À OSLO, felizmente, não está tão frio. Enquanto pegamos as nossas malas, como o combinado, o meu pai está nos esperando. A forma que o Nikolas o encara faz com que eu engula em seco. Eles se encaram por alguns instantes, até o meu pai dizer com um sorriso direcionado para mim:

— Sejam bem vindos de volta!

— Obrigada, papai.

    Sorrio e me inclino para abraçá-lo. E enquanto faço isso, Niki solta as nossas mãos e se afasta um pouco. Eu o olho confusa e encaro o meu pai, que logo entende o meu olhar, rapidamente se afastando.

— Por que você está agindo dessa forma?

    Eu o olho séria.

— De que forma? Eu estou normal, Margot.

    O jeito que ele diz o meu nome me soa frio. Como quando nós brigavamos.

— Você sabe que não está!

— Eu estou.

    Ele desvia o olhar e suspira como se fosse começar a chorar a qualquer momento. Eu o olho totalmente confusa. Tenho vontade de gritar e obrigá-lo a me dizer o que merda está acontecendo. Até poucos instantes nós estávamos de boa. E agora...

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