Capítulo 24

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    Enquanto arrumo a minha cama, estou ciente dos olho de Ana em mim. Antes de entrar no quarto, pude ouví-la chorando, baixinho. E quando entrei, ela tratou de fingir que está dormindo.

— Você e o Niki se resolveram? — murmura.

    Faço que sim com a cabeça, e caminho até ela, me sentando ao seu lado na cama. Puxo o cobertor, cobrindo-me também.

— O que aconteceu com você Ana? Por que saiu do refeitório daquele jeito?

    Seus olhos marejam e ela olha para a almofada que abraça.

    Eu vou matar o Hermund — penso comigo mesma.

— A Hulda me contou...

— Contou o que?

— O que ela ouviu do pai do Hermund hoje.

— E o que ela ouviu? Ana.

— Ele disse que eu não sou certa para o Hermund. Que ele não quer nos ver juntos, porque os nossos pais são amigos, e porque ele quer que o Hermund fique com você.

   Ela me olha. Abro a boca várias vezes, desacreditada. Eu não acredito nisso!

— Mas o que esse homem está pensando? — Me levanto. — E o Hermund, o que falou sobre isso?

    Ela dá de ombros.

— Ele riu e fez uma piada, disse que não seria tão mal pegar você.

    Fico sem reação por um momento, indignada.

— Não é a primeira vez que ele diz algo do tipo — choraminga — ele dá em cima de muitas garotas, mesmo ao meu lado. Você tinha razão, Margo. E o Hermund nunca vai me amar como eu o amo.

    Sinto um aperto ao vê-la derrubando lágrimas. Por causa daquele imbecil. Volto à me sentar ao seu lado, abraçando-a.

— Não fale assim, Ana. Quem perde é ele! E não você. Quando eu dissera que é uma boa garota, é porque você é. Você é maravilhosa, e merece alguém que te ame de verdade, alguém que lhe dê valor.

— Mas...

— Ana? — Hermund bate na porta, depois de tentar abrí-la, sem sucesso.

— Não o deixe entrar, por favor.

    Ana se encolhe ao meu lado. Hermund continua batendo na porta.

— Eu sei que você está ai! Abra, por favor...

— Ela não quer ver você garoto, vai embora. — Respondo ríspida.

— É com ela que eu quero falar Hansen, e não com você!

— O que você está fazendo aqui? Sr. Næsheim, pare de espancar a porta. — Repreende a inspetora. — Você não pode ficar aqui, vamos! Você tem sorte da Lyna não ter lhe pegado.

   Ouço passos e em seguida um silêncio. Ana suspira aliviada. Eu a olho.

— Vocês tem de resolver isso. Não pode fugir para sempre...

— Eu posso. E simplesmente vou! Eu não quero mais ser feita de boba, Margo. Ele não é homem o suficiente de assumir um compromisso sério comigo, então eu não quero mais saber dele.

    Sorrio abertamente e satisfeita.

— Essa é a minha garota!

    Nos abraçamos. O meu celular vibra dentro do meu bolso. Pego o mesmo, desbloqueado-o, e leio a mensagem do Niki.

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