Capítulo 37

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— E o que o seu pai era? — Pergunto mexendo nos seus cabelos, agora na tentativa de ajeitá-los, impossível.

    O suspiro que ele solta faz o meu coração se apertar. Mas quando seguro o seu queixo, ele me olha e sorri como uma criança, fazendo-me revirar os olhos e sorrir ao mesmo tempo.

— Empresário. Estilista também, como a minha mãe.

    Recordo-me do primeiro dia em que eu voltara para o colégio. Quando eu o conheci... Aqueles boatos sobre drogas. E também sobre a Ana ter dito que a mãe dele era uma estilista muito famosa.

— Hmm, já tinha ouvido antes.

    Ele ergue a cabeça para me olhar.

— Eu contei pra você?

— Na verdade, foi a Ana.

— Ah, Hermund — comprime os lábios — o que mais você sabe?

— Houve um boato nos primeiros dias de aula, o qual achavam que você estava...

— Estava?

— Vendendo drogas, ou algo do tipo.

— O quê? — Ele solta um riso alto. — Isso é sério?

    Dou de ombros.

— É o que estavam dizendo.

— E você acreditou?

    Ele me olha sério, com curiosidade.

— Não. Quase.

— É claro — responde voltando a fitar a fogueira — por causa dos cigarros.

— E você parou com isso, não é? — Toco no seu piercing que brilha refletindo as faíscas do fogo.

— Desde quando você me dissera aquelas coisas. Então eu joguei todos fora, e parei de andar com o Pet.

    Ele parou por mim... — Penso e sorrio.

— Acho bom.

    Ele ri e se levanta, beijando várias vezes os meus lábios.

— Está com sono?

— Ainda não. Você está?

— Não. Eu quero fazer uma coisa...

— Tipo?

    Ajeito-me dentro da barraca. Ele me fita, e segura a minha nuca, beijando-me com calma. Eu retribuo o beijo e sinto o seu piercing gelado roçando o canto dos meus lábios.

— Eu quero fazer amor com você, aqui, no meio do nada.

    O meu estômago se contraí com essas palavras. Ele sorri maliciosamente, e travesso ao mesmo tempo. Fico tentada a revirar os olhos para ele, mas apenas solto um riso e volto a meter a minha mão nos seus cabelos, puxando-os.

— Acho que posso atender ao seu desejo — mordo o lábio.

    Ele dá um sorriso afetuoso, e segurando o meu queixo, puxa-o um pouco para cima, capturando mais uma vez os meus lábios.

— Eu fico no comando.

    A sua voz é baixa, rouca e tentadora. Mordo os lábios com força. O que ele vai fazer?

— Okay?

    Eu assinto. Ele sorri e sobe por cima de mim, mas sem liberar o seu peso, faz com que eu me deite e volta a me beijar. Porra... Sentir o seu corpo por cima do meu é tão bom! Não tenho sanidade nem para abrir a boca e responder. Apenas fecho os meus olhos e me deito devagar.

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