Bocejo abrindo os olhos. Pisco várias vezes, acostumando-me com a claridade. Olho o Nikolas. Ele está desperto, olhando para o teto, distraído. Desde quando está acordado? Nem se quer percebe que eu acordei, tem o olhar fixo em algum ponto específico.
Observo os seus traços; os cílios enormes e curvados, os lábios levemente rosados, várias pintas no pescoço, algumas veias saltando em sua testa e os cabelos bagunçados, jogados de um lado para o outro.
Merda... Talvez seja hora de admitir. Ele é lindo! Poderia observá-lo por horas, nunca iria me cansar.
Ele me olha, ao perceber que eu estou o analisando, e abre um sorriso puxado com direito a covinhas. Algumas rugas de expressão no canto dos olhos.
— Bom dia, garotinha — ele diz com a voz rouca.
— Bom dia — murmuro — está acordado desde quando?
— Já faz um tempo — se endireita e alisa o meu rosto com o polegar, beijando os meus lábios.
Sorrio pequeno e me sento, soltando um longo suspiro.
Ele me olha sério.
— Tudo bem?
Assinto com a cabeça.
— Tem certeza?
— Eu tenho, Nikolas — tento ajeitar os seus cabelos rebeldes, com os dedos. Ele segura a minha mão e beija as pontas deles.
— Eu gosto quando você me chama de Niki.
Eu sorrio e deposito um beijo em seu pescoço.
— E Nikizinho? Você gosta?
Ele ri, revirando os olhos.
— Odeio!
— Também odeio quando me chama de garotinha — fito os seus olhos.
— Mentira. Você adora quando eu te chamo assim, garotinha. — Abraça o meu corpo.
— Nós temos aula — comprimo os lábios ao me lembrar.
Ele suspira.
— É, eu sei... — beija a minha bochecha e se levanta, recolhendo as suas roupas.
O observo por um tempo, mas logo me levanto, enrolando-me num lençol.
Ele me olha e solta um risinho.
— Está com vergonha de mim?
Coro.
— Eu? Não. Eu só...
Ele se aproxima e me puxa o lençol. Solto um grito e lhe dou um tapa nas cotas.
— Idiota! Mas que merda, Niki. — Resmungo.
Ele ri e morde os meus lábios, apalpando a minha bunda.
— Own, ficou bravinha?
— É melhor você dar o fora daqui logo! Antes que a Ana ou alguém lhe pegue aqui. — Caminho até o banheiro e fecho a porta, reprimindo um sorriso.
— Vejo você na aula de sociologia, marrentinha — ele diz do outro lado e eu o ouço saindo.
Solto um suspiro e passo os dedos pelo meu pescoço, lembrando-me dos caminhos que os seus lábios trilharam. Aquilo foi tão... Perfeito (?). Mas eu o odiava, certo? Odiava (?). Porra, o que eu sinto afinal?
Não. Eu não estou apaixonada! Pessoas transam casualmente o tempo inteiro, certo? Merda... Isso muda tudo, literalmente. O que nós somos agora? Ficantes? Amigos que ficam? Amigos?
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Não Seja Esse Garoto
Novela Juvenil1 lugar em herman 23/10/2019 Volume 1/2 da SÉRIE NORUEGUESA DE HISTÓRIA ORIGINAL » Você joga comigo como se você fosse tudo o que eu tenho. Mas eu não sou seu fantoche. Você está se apaixonando, só pra cair fora... Margot Hansen, garota do tipo reb...