Capítulo 22

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— Você vai falar com ele? — Pergunta Ana, ao se sentar na minha frente.

    Nós estamos no intervalo. O dia está mais frio que o normal. Nikolas está me ignorando e eu estou tentando fugir do Christian. 

— Depois eu vou — como um pedaço do meu lanche, mastigando devagar.

— Quer que eu o chame aqui?

— Não! Ana. Ficou louca? — Bebo um gole gordo do meu suco.

   Ela bufa, enquanto revira o macarrão com almôndegas no prato. 

— Amiga, tu é muito complicada.

   Olho para a mesa dos garotos. Nikolas está entretido no celular, Hermund conversando aos risos com um garoto que eu não conheço e Christian, está me olhando. Desvio o olhar. 

— Por que não foi se sentar com eles? — Pergunto.

   Ela me fita séria.

— Acha mesmo que eu iria deixar você aqui sozinha? Só para ficar com o Hermund? 

   Sorrio fraco, observando-a mexer no celular.

— Sei que não faria isso.

— Garota, você é, literalmente uma puta mesmo! — Assusto-me com o escândalo da Hulda, atrás de mim.

   Viro-me para ela. Todos estão nos encarando. E quando eu digo todos, eu quero dizer; o colégio inteiro.

— Do que você está falando sua louca?

— Não se faça de sonsa! — Rosna com raiva.

   Parece uma cadela.

— Eu não faço idéia do que você está falando — me levanto, e quando vejo Kaden Christian vindo na nossa direção, tudo se encaixa na minha cabeça.

— Pois eu faço questão de lhe mostrar, vadia! — Ela diz e logo após eu sinto o estalo no meu rosto.

   Um silêncio se instala no refeitório. Eu a olho indignada, sentindo o sangue ferver até a cabeça. Então ela muda de expressão, de vitória para medo.

   É bom você temer mesmo, piranha.

   Seguro-a pelo pescoço e bato a sua cabeça no pilar, ela solta um grito e tenta puxar os meus cabelos. Mas eu sou mais rápida, e puxo os dela, arrastando-a até a mesa, esfrego sua cara na mesma.

— Agora você vai pensar duas vezes antes de me insultar, ou bater no meu rosto.

— Me solta sua marginal, você é louca? Me solta. — Ela grita, choramingando. 

   Ana, Hermund, Christian e até o Nikolas tentam me separar dela.

— Margot Hansen e Hulda Westbye — o diretor Henry entra no meio, nos separando. — Vocês querem me explicar o que diabos está acontecendo aqui? Você está louca Hansen?

— Foi a Hulda quem começou, diretor — Hermund à entrega.

   A mesma o olha, indignada.

— Não me interessa quem começou! — Henry grita. — Vocês duas, estão suspensas!

   Fuzilo-o desacreditada e marcho para dentro do prédio, Christian vem atrás de mim.

— Christian, sai daqui! Eu não quero conversar agora — digo completamente irritada.

— Mas...

— Por favor — paro o olhando — agora não, eu não estou com cabeça para isso.

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