Contando e recontando as linhas do teto, concluo que Niki está a vinte minutos dentro do banheiro. Quem demora vinte minutos para fazer as necessidades? Bem, talvez ele tenha decidido tomar um banho. Mas como eu não ouço o barulho da ducha, que por sinal, faz um barulho chato do caralho, começo a me preocupar.
Levanto-me e pego um roupão no armário, fechando-o sobre o meu corpo. Caminho até o banheiro e quando abro a porta; o meu coração dispara. Nikolas está caído sobre o chão, apagado. O nariz sangrando. Corro até ele e tento reanima-lo. Porra. À quantos minutos ele teria "caído"? Quando entrou?
Eu não posso chamar a inspetora. Nós seríamos punidos, sem contar o fato de ele estar nu. Mas também não posso o deixar nessa condição, e o meu coração está batendo tão forte que eu o posso ouvir de tanto desespero.
— Merda Niki. Não faz isso comigo. Acorda. — Seguro o seu rosto, e nada.
Pego o seu pulso, checando a pulsação. Está normal. Mas o seu nariz não para de sangrar, começo à pensar em hemorragia e tudo de ruim, isso me deixa mais desesperada ainda.
Levanto-me rápido e pego papel para limpar todo o sangue, segurando com cuidado a sua nuca. O seu corpo começa à tremer e então ele abre os olhos, piscando lentamente.
— Porra, seu idiota — coloco a mão sobre o meu peito, aliviada — você sabe o caralho do susto que você me deu? Merda.
Abraço-o com força. Ele retribui desajeitado e o meu coração ao invés de se acalmar, acelera mais ainda.
— Convulsão — ele murmura baixinho.
Eu o olho.
— O quê?
— Convulsão. Eu tenho convulsão as vezes. É tipo refluxo, sempre tive, desde moleque.
— Eu quero matar você! Seu babaca.
Bato no seu peito e ele ri baixinho, me abraçando.
— Desculpe. É um problema que eu tenho.
— Você não precisa pedir desculpas por isso — ajudo-o a se levantar — mas você já foi a um médico? Pode ser algum problema de saúde...
Ele confirma com a cabeça, colocando uma mexa dos meus cabelos atrás da minha orelha.
— Relaxa. Eu estou bem agora.
— Você devia ter me contado que tinha isso...
— Não é o tipo de coisa que se sai contando por aí — ele dá de ombros e cambaleia um pouco para trás. Eu seguro-o e o olho séria.
— Vamos tomar um banho e almoçar. Você precisa comer alguma coisa!
— Tudo bem, mandona.
Reviro os olhos.
— É para o seu bem... — o puxo para a segunda cabine.
Ligo a ducha na água quente e tiro o meu roupão, pendurando-o sobre a parede fina. Sinto os seus braços rodearem o meu corpo e um beijo ser depositado no meu ombro.
Passo os meus braços a volta do seu pescoço e fecho os olhos, sentindo a água quente se chocar contra o nosso corpo agarrado. Quando de repente, eu ouço a porta do banheiro ser aberta. Abro os olhos rapidamente e encaro-o aflita. Fodeu.
— Por que você não foi a aula? — Ana pergunta.
Niki e eu nos encaramos com os olhos arregalados. Eu posso ouví-la, enquanto ela faz xixi. Ele segura um riso. Faço um sinal de silêncio e ele assente.
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Não Seja Esse Garoto
Ficção Adolescente1 lugar em herman 23/10/2019 Volume 1/2 da SÉRIE NORUEGUESA DE HISTÓRIA ORIGINAL » Você joga comigo como se você fosse tudo o que eu tenho. Mas eu não sou seu fantoche. Você está se apaixonando, só pra cair fora... Margot Hansen, garota do tipo reb...