Capítulo 29

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    Quando ouço o sinal para o fim das aulas, sigo direto para a quadra. Me sento na arquibancada e observo os atletas que jogam por diversão. Reviro os olhos lentamente ao ver Anders Arnesen se juntar à eles. Logo sinto uma presença se sentar ao meu lado. Olho para ele.

    Christian me olha e sorri pequeno. O seu sorriso é meigo e simpático.

— O que você queria falar?

— Apenas conversar. Sem pressão.

    Abraço as minhas pernas.

— E sobre o que quer conversar?

— Agora que eu sei que não tenho nenhuma chance com você  — ele diz e eu engulo em seco — mesmo assim, não quero que as coisas fiquem estranhas entre a gente — completa.

— Eu também não.

— Nós ainda somos amigos. Ou o Nikolas vai a proibir disso também?

— Ele não vai me proibir de nada, Chris.

— Você está realmente apaixonada? — Pergunta. Seus olhos azuis estão escuros.

— Eu estou e não queria magoar você. Até porque eu não previ nada do que está se passando. Eu mesma não imaginava que iria me apaixonar de novo, e pelo Nikolas.

— Ele tem sorte de ter você... Me desculpe por ter lhe beijado naquele dia, eu não sabia que vocês tinham algo.

    Comprimo os lábios.

— Você não precisa pedir desculpas por isso. Só não faça de novo. — Dou um sorriso educado. — Amigos?

    Seus olhos se suavizam.

— Amigos...

    Nós damos as mãos e rimos.

— Eu não sabia que aquele cara é o seu ex — comenta depois de um tempo de silêncio.

    Suspiro pesadamente e olho Arnesen jogando bola com os outros garotos.

— Uma regra para a nossa amizade Christian, Não fale sobre aquele garoto. Para mim ele não existe.

— Tudo bem.

— Ótimo — o olho.

    Ele delicadamente passa o polegar pela minha bochecha, olhando-me nos olhos, beija a mesma e se levanta antes de sair. Eu o olho sem entender nada.

    Alguém sobe a arquibancada; Anders. Eu me levanto e saio rápido, mas ele logo me alcança.

— Não adianta fugir de mim Hansen, nós estamos no mesmo colégio de novo.

    Ignore Margot! É só ignorar... — penso comigo mesma e aperto os passos.

    Uma mão me puxa com força pelo pulso. Me viro para ele e o encaro com ódio.

— O que você quer? Outro tapa na cara?

    Ele reprime um riso e sorri de canto. Mesmo estando mais alto e forte demais para um garoto de dezoito anos, ele continua o mesmo. Os olhos verdes e escuros, esperto e observador. A mesma cara de quem não vale a comida que come. Como eu pude me apaixonar por esse demônio?

— Ao que parece, você se esqueceu de tudo o que nós vivemos juntos!

    Solto um riso sarcástica.

— Graças aos céus — solto a minha mão do seu aperto, rapidamente.

— Eu sei que você ainda pensa em mim, Margot.

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