Quando passo pelos portões do colégio, eu sinto todos os olhares em mim. Mas que merda está pegando? — penso comigo mesma. É até normal quando as outras garotas me olham com soberbia. Mas os garotos? O que está acontecendo aqui? Bufo e entro no prédio tentando ignorar os cochichos, mas parece que o assunto de hoje sou eu.
— Amiga! — Ana surge na minha frente, já com o uniforme e uma mochila nas costas. Ela deve ter acabado de chegar.
Seu semblante não é muito bom.
— Oi. — Sorrio. Mas ela continua séria. — Algum problema?
— Um problema enorme. E eu acho que você não vai gostar nenhum pouco da notícia.
Molho os lábios a olhando séria.
— Que notícia?
— É melhor que você veja com os seus próprios olhos — ela diz isso e me puxa escadaria à cima, até uma das salas de filme.
Quando nós entramos, tem seis alunos ali, conversando. Dentre eles; Hermund, Kaden, Isaías, Ethan, Pet... Mas o que merda ele está fazendo aqui? — Penso já começando a sentir a raiva subir — mas assim que coloco os meus olhos no último — o que está de pé, o meu coração para.
Não pode ser ele! Não. Porra. É ele! Anders Arnesen. O filho da puta do meu primeiro e ex namorado. O cafajeste que me enganou e despedaçou o meu coração em milhares de caquinhos. O desgraçado que eu acreditei e amei. O maldito que eu achei que nunca mais fosse ver na vida. E agora ele está aqui, na minha frente.
Arnesen abre aquele sorriso ridículo quando os nossos olhares se cruzam. Mas diferente de quando eu morria de amores quando tinha os seus olhos em mim, o que eu sinto agora é nojo. Repulsa. Eu sinto um ódio profundo.
Sinto os meus olhos marejarem de raiva. Seu sorriso é maldoso, os olhos brilhando com malícia e puro deboche. Desgraçado! Então as lembranças me tomam. As malditas lembranças.
DOIS ANOS ATRÁS...
É noite de sexta feira. E como sempre, os garotos preparam uma grande festa. A qual todos falaram a semana inteira. É sempre assim. Quando chego na casa do Hermund, não me surpreendo com a quantidade de adolescentes bêbados, se pegando ou fumando maconha. Essa é a quarta festa que vou, já estou acostumada.
O jardim está um caos, e lotado. Quando passo pela porta, a sala não é diferente. A noite está fria, mas eu posso sentir o calor dos corpos que dançam a vontade ao som de Skrillex. As luzes coloridas que se mexem tanto me dá uma dor atrás dos olhos. E quando me espremo diante daquela multidão, à procura do meu namorado, então eu sinto uma mão me puxar pelas escadas.
— O que você pensa que está fazendo?
— Eu só estou sendo sua amiga. — Ela dá um sorriso grande e falso.
Hulda sendo a minha amiga? Isso nunca iria acontecer.
— Eu não preciso da sua amizade falsa — solto nossas mãos e paro no meio da escada, fitando-a.
A morena revira os olhos.
— Eu realmente não quero mesmo ser a sua amiga, querida. Mas tem aquele ditado, como é mesmo? — finge pensar — quem avisa amigo é. E eu só vou lhe mostrar uma coisa.
— Eu não quero ver nada.
Começo a descer as escadas, mas ela me puxa de volta. Encaro-a irritada.
— Me diz logo o que você quer! Eu estou procurando uma pessoa.
Ela ri. Num tom sarcástico, uma risada totalmente debochada.
— E você tem certeza de que essa pessoa quer ser encontrada?
Ela sabe que eu estou falando do Arnesen. Mas o que ela quer dizer com isso?
— Do que você está falando? — A olho confusa.
— Eu vou lhe mostrar.
Ela diz e começa a me levar para o andar de cima. E quando abre a porta do terceiro quarto, as lágrimas enchem meus olhos. Uma dor imensa invade o meu peito. Anders Arnesen, o meu namorado, o mesmo que dizia me amar com todas as forças está nu na cama, e com outra garota.
Ele olha para mim e arregala os olhos surpreso. Depois sorri. Ele sorri porque está pouco se fodendo com a situação. Sorri porque não me ama de verdade. Sorri com afetação, porque esse era o seu objetivo; me afetar.
— Você pode enxergar agora? — Hulda sorri abertamente, voltando à fechar a porta — o seu namoradinho, Anders Arnesen, ele não é tudo isso o que você pensa!
Tento abrir a boca para formular o maior dos insultos, mas simplesmente não consigo dizer uma palavra. Porque tudo dói em mim. Porque eu fui enganada.
— Essa é a realidade, Margo. Seu namorado é um cafajeste, e ele lhe traí com muitas, o que só você não enxerga.
Ela diz isso e logo sai com um sorriso vitorioso.
Eu fico ali, estática. Porque não consigo acreditar. Quantas vezes ele dissera que me amava? Quantas vezes dissera que aquilo era para sempre? Ele estava me enganando. E eu realmente não enxergava. Ele era como qualquer garoto de dezesseis anos; com os hormônios a flor da pele.
Um mentiroso e cafajeste. O qual eu acreditei como uma boba. As lágrimas caem como a chuva, e rapidamente eu as enxugo. É quanto prometo para mim mesma; que nunca mais relacionaria-me com qualquer garoto durante o colegial. Porque todos eles eram iguais.
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Não Seja Esse Garoto
Teen Fiction1 lugar em herman 23/10/2019 Volume 1/2 da SÉRIE NORUEGUESA DE HISTÓRIA ORIGINAL » Você joga comigo como se você fosse tudo o que eu tenho. Mas eu não sou seu fantoche. Você está se apaixonando, só pra cair fora... Margot Hansen, garota do tipo reb...