Capítulo 21

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   De repente alguém abre a porta, e entra conversando alto. Esse alguém é a Ana, e ao seu lado Rebeka, filha da professora de norueguês. No exato momento em que abre a porta, ela nos olha, Rebeka também. Nikolas e eu nos entreolhamos. Ah não... Que diabos eu vou explicar para ela agora?

   'Então Ana, é que está 'rolando' uma coisa entre eu e o Nikolas, e nós fodemos duas vezes'. Merda. Eu sabia, uma hora isso iria acontecer. Agora ela está nos olhando, a boca aberta, exageradamente. Esperando uma explicação. 

— O que está acontecendo aqui? — Estranhamente, ou não, ela abre um sorriso imenso. 

   Abro a boca diversas vezes, tentando dizer algo. Nikolas continua sereno, pouco se importando que a minha melhor amiga acabara de nos pegar, no flagra.

— Eu acho que já sei a resposta — a loira fecha a porta e se escora na mesma, como se fossemos sair correndo por ela. Rebeka apenas observa.

   Eu quero desesperadamente sumir.

— Eu posso explicar — tento me levantar, mas o Nikolas não deixa — Niki, levanta — falo entre dentes.

   Ele solta uma risadinha, porém, continua no mesmo lugar. Ana ri da nossa 'situação'.

— Bem, eu quero uma boa explicação! Nada mais justo, certo?

— Conta pra ela — Nikolas diz, simples. Eu o olho indignada. 

   A minha melhor amiga acabara de me pegar no flagra, com um garoto, um garoto que supostamente eu odeio (?). Depois de dizer várias vezes que; eu nunca mais relocionaria-me com outro. Depois de pegar no pé dela por ficar com o Hermund. E eu nem sei o que Nikolas e eu temos.

— Contar o quê? Margo — a loira me lança um olhar curioso, cheio de expectativas. 

   Quando eu abro a boca para começar a minha explicação, fajuta, Nikolas me interrompe e diz;

— Que nós estamos ficando!

   Os olhos verdes da loira quase saltam da órbita, e os meus também.

   Okay, eu ia dizer alguma coisa. Mas não jogar de cara assim, que merda ele está pensando? Eu tinha de contar tudo com calma! Fecho os olhos com força, esperando os xingamentos, mas eles não vem. Mas sim, um grito. Um grito muito alto.

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— Agora nós podemos nos sentar juntas, todos os dias na mesa dos meninos — Ana diz com os seus olhos brilhando.

   Eu reviro os olhos, imaginando essa desgraça. Nós estamos sozinhas agora, no quarto.

— Nem pensar!

— Mas por quê? Seria tão legal — ela diz, sonhadora.

   Nego com a cabeça.

— Ele já se declarou pra você?

— O quê? Não!

— Omg, imagina a gente saindo juntos, você, eu, Hermund e o Niki, em casais...

   Ah não! Isso já deu para mim. Levanto-me. 

— Ana! Chega de sonhar — solto um suspiro — eu preciso sair um pouco, espairecer. 

— Ah, tudo bem...

   Caminho até o meu armário e pego um casaco qualquer, antes de sair. Saio do dormitório e desço as escadas, em direção ao jardim, quando me encontro com o Christian.

— Hey! — ele sorri e se aproxima beijando a minha bochecha.

— Oi — comprimo os lábios.

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