"Força... Devo ter força...! Não posso fingir que isso nunca aconteceu... Foi um momento difícil em minha vida, mas já passou... Não posso mais fugir da realidade, devo ter força para levantar desta cama e encarar o mundo lá fora...". Foi o que a Mayu pensou logo depois de ser acordada pelo seu despertador. Disposta, ela se levantou e abriu as persianas da janela, deixando a luz entrar. Mayu cerrou os olhos e alongou seu corpo. Ela nunca se alongava em casa, por isso ouviu alguns estalos vindos de suas articulações. Ela foi até o banheiro e escovou seus dentes, depois voltou para o quarto, pôs seu uniforme e penteou seus cabelos.
Após se arrumar, Mayu foi para a cozinha com sua bolsa escolar em seu ombro direito.-Bom dia. - disse ela calmamente para a Sra Yamazaki que chacoalhava as panelas no fogão.
Hinata deixou as panelas e apoiou seus braços no balcão de mármore que ficava entre a cozinha e a sala de jantar, onde sua filha estava.
-Bom dia filha. Vejo que decidiu ir para a escola hoje. - proferiu com um leve sorriso.
-Não seria bom pra mim ficar naquele quarto escuro perdendo aulas. Acho que me distrair um pouco vai ser melhor para a minha superação.
-Fico feliz que pensa assim. Está com fome? Eu fiz misoshiro e um pouco de chá verde.
-Só quero isso. - ela pega uma maçã no cesto de frutas em cima da mesa de jantar.
-Tem certeza? Você pode ficar com fome durante a aula?
-Eu tenho dinheiro. Se eu tiver fome eu vou numa das máquinas automáticas que tem pela escola.
-Hmm... Você que sabe então.
A senhorita Yamazaki deu a primeira mordida na maçã e caminhou até a porta.
-Até depois. - despediu-se.
-Te vejo depois. Se cuida filha.
Mayu caminhou sem pressa até a escola saboreando a maçã e jogando o miolo na primeira lixeira que encontrou. Ela chegou na escola normalmente e subiu até o piso onde estudava.
A senhorita Yamazaki passou pela porta da sala de aula e foi recebida com alguns olhares de surpresa e outros de pena. Todos que conversavam até então, ficaram em silêncio quando a viram. Satoru e Itou se espantaram ao vê-la.
Mayu, sem ter feito contato visual com ninguém, sentou-se calmamente na cadeira e pôs seus cadernos debaixo da mesa. Ela pega um livro da bolsa - intitulado "Black Cat" - e põe-se a ler, ignorando os cochichos dos seus colegas que cortaram o silêncio que fizeram quando ela apareceu.
Todos correram para os seus lugares quando a professora de matemática entrou. A professora - senhorita Momokino - viu a Mayu e se agachou em frente a carteira dela.-Oi Mayu. Como você está? - perguntou a sensei, cuja maquiagem era perceptível de longe.
-Olá, sensei. Estou bem, obrigada. - respondeu Mayu.
-Que bom. Se precisar de algo pode me chamar.
-Obrigada Momokino-sensei.
No intervalo, Mayu não pôde ignorar sua barriga roncando e foi até uma das máquinas automáticas que ficava no corredor das salas do segundo ano. Ela enfiou algumas moedas na máquina e tirou um pacote de salgadinhos. Mayu se virou para voltar para a sala, mas se assustou pois Hiroshi estava bem na frente dela.
-H-Hiroshi?! - ela quase deixou o salgadinho cair.
-Oi. Você está bem? - Hiroshi forçou um sorriso envergonhado.
-E-Eu...? Eu estou sim...
-É que você esteve meio estranha na aula hoje. Tá, eu sei que você passou por um perrengue, mas-

VOCÊ ESTÁ LENDO
Mayu
Mystery / ThrillerNo friends, no life. Essa era a vida de Mayu Yamazaki, uma estudante de 16 anos que vivia sua vida sendo torturada por três colegas de classe que só faziam aquilo por diversão. Ela vivia apenas com a perpétua esperança de que tudo poderia ser melho...