A Garota querida

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Foi uma viagem curta de táxi até o lugar especial. Mayu desceu do carro e pagou o taxista. Atravessou a cerca segurando duas sacolas, uma com roupas para a Ayumi e outra com lençóis. A jovem subiu a colina e viu sua amada de pé ao lado da imensa cerejeira a esperando.
A ruiva preparou bem o lugar. Amarrou lâmpadas recarregáveis ao galos da cerejeira. Improvisou blocos para uma baixa mesa de jantar e bancos. Sobre outros blocos estava o celular dela, um vaso de rosas e uma sacola com comida.

-Ayumi? O que é tudo isso? - perguntou Mayu.

-Não fomos ao baile então eu trouxe o baile até nós. Não fomos ao restaurante então eu trouxe comida. Já que o mundo quer fazer de tudo para nos entristecer, por quê não ficarmos no nosso lugar especial onde ninguém pode nos incomodar?

-Oh Ayumi... - Yamazaki se emociona.

-Você trouxe o lençol?

-Trouxe três.

-Bem conveniente. Sua mãe não ficou preocupada por você aparecer com o vestido cheio de milkshake?

-Sim, mas eu disse que acabei me sujando no baile e ela engoliu.

A ruiva pega um dos lençóis e coloca sobre a mesa improvisada e em seguida põe o vaso de flores e duas marmitas.

-Isso é muito fofo! - disse a jovem se sentando.

Ayumi, em seguida, tira da outra sacola suas roupas limpas. Ela começa a tirar o vestido sujo de milkshake, ficando somente de sutiã e calcinha. Mayu ficava hipnotizada assistindo a luz da lua cheia refletindo na pele branca da sua namorada. A ruiva termina de se vestir com uma camisa comum e uma saia.

-Espero que não se importe em comer nosso jantar num prato de papel. - disse, se sentando.

-De jeito nenhum! A comida parece deliciosa!

-Comprei em um restaurante novo.

Ayumi cuidadosamente distribui o yakisoba em dois pratos de papel. Ela abre uma coca e despeja em dois copos. Mayu agradece e come.

-Delicioso, como você. - disse a ruiva.

-Essa não foi a sua melhor cantada. - Yamazaki ri.

As duas continuam a saborear o jantar. As vezes uma dava comida na boca da outra como gesto de amor. Quando terminaram de comer, Ayumi deu a sobremesa: pudim, o doce preferido da Mayu. Depois do jantar, a ruiva deu a mão para a jovem, convidando-a para bailar.

-Sério?

-Você me disse que a valsa era a sua parte mais esperada do baile. Portanto decidi improvisar.

Saito foi até sei celular e deu play numa das músicas. Começou a tocar You and I da banda One Direction. Ayumi novamente convidou Mayu para dançar. Ela aceita. O casal vai até uma parte mais plana do local e começa a dançar. Uma dança lenta, onde dois corpos se tocavam e se encaixavam com tamanha leveza que os passos não eram sentidos. Era como se ambos flutuassem sob o ar, olhos fixos uma na outra, o encaixe de seus corpos não era tão perfeito como a sintonia das suas almas que pareciam conversar entre si sem dizer uma palavra. Era apenas isso, em meio ao vai e vem da música, em meio a aquele lugar vazio, nada mais importava. A ligação delas era mais forte que palavras, era mais forte do que gestos, era apenas vivido e sentido. O coração da doce Mayu batendo suavemente e o sorriso da sua amada que falava em silêncio sobre a paz que a preenchia. Permaneceram naquele sonho, transbordando de amor uma pela outra, tão inseridas naquele gesto de amor infinito que não notaram que a música havia acabado. Se curvaram em reverência ao final da valsa para logo em seguida se juntarem para selar um beijo.

A ruiva estendeu os dois lençóis que restaram sobre a grama e as duas se deitaram abraçadas debaixo daquele céu estrelado, sentindo a brisa refrescante que vinha do mar.

MayuOnde histórias criam vida. Descubra agora