A Garota maternal

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  Hinata Yamazaki não trabalharia naquele dia. O prédio onde ela trabalhava como contadora estaria fechado para dedetização. Sendo assim, ela resolveu tirar o dia para acabar de ver seus tão adorados blu-rays que juntos rendiam cerca de 11 horas de entretenimento sobre garotos colegiais descobrindo sentimentos uns pelos outros.
Ela se preparou bem para esse momento. Colocou seu melhor pijama, fechou as cortinas da sala para melhorar a imagem da TV, e posicionou os alto-falantes do home theater num ângulo que a desse imersão total. No dia anterior ela foi ao mercado comprar tudo o que ela precisava para se manter no sofá por horas sem se levantar. Passou no corredor de guloseimas e comprou três latas de uma batata famosa, um pacote de balas de goma, uma barra grande de chocolate e, passando pelo corredor de bebidas, ficou um tempo matutando se levava 6 latas de refrigerante ou a garrafa de dois litros. As latas eram mais práticas e bebendo uma por uma evitava o problema das outras perderem o gás. Por outro lado, a garrafa era mais barata e Hinata, para evitar se levantar para ir ao banheiro, poderia urinar dentro dela. Ela parou pra pensar por um momento e concluiu que isso já ultrapassaria os limites do bom senso, e se Mayu chegasse em casa e a pegasse no flagra? Então ela decidiu pelas latas mesmo. Levou 6 de coca e 6 de cerveja.
Ela despejou todas as batatas numa grande vasilha de plástico, as balas numa menor. Para as latas, ela usou um pequeno cooler com gelo para manter as bebidas geladinhas. Hinata pegou um cobertor para se cobrir e um pacote de lenços para as cenas tristes.
Quando tudo ficou pronto, ela se jogou no sofá e ligou a TV.
Ela passou três horas seguidas admirando a linda animação dos animes e a história e personagens bem desenvolvidos dos mesmos até que sua campainha tocou. Ela reclamou um pouco ao pausar seu entretenimento e foi até a porta. Olhando através do olho mágico ela viu Masami do outro lado. Assim que Hinata abre a porta, Masami avança nela com um abraço.
-Amiga! - disse a ruiva.
-Miga! - disse a Sra. Yamazaki sorrindo - O que faz aqui?
-Ainda pergunta? Eu tinha que vir ver minha Hinata Yamamoto direito depois de todos esses anos!
-Sou Hinata Yamazaki agora.
-O quê? Tipo Ken Yamazaki! Então você acabou se casando com ele? Que beleza! Sempre achei que vocês combinavam! - Masami tentou olhar dentro da casa - Cadê aquele filho da puta? Tenho que dar um abraço nele! Aliás, não vi ele ontem no jantar.
Hinata desfez seu sorriso.
-Ah... Você não soube?
-Do quê?
-Masami, ele morreu...
Masami se assusta.
-Oh... Ah... Meu Deus... Hinata... me desculpe... eu... eu não sabia...
-Não, tudo bem. Isso já tem mais de dez anos. Entre, vamos até a sala.
-Com licença.
As duas se sentaram no sofá da sala. Hinata abriu as cortinas para deixar a luz entrar e tirou do cooler uma cerveja para a amiga.
Masami notou o anime na TV.
-Nossa, você ainda assiste essas coisas?
-Você não?
-De vez em quando, mas ultimamente não tenho tido muitas oportunidades. Tirei boa parte do meu tempo para me dedicar à minha carreira, e nas horas vagas que aparecem eu vou pra academia ou fico lendo um livro.
-Assim você faz eu parecer uma vagabunda. - risos - Quer dizer, eu trabalho, até porque tenho uma filha, e alguém tem que colocar comida na mesa, mas me acomodei no meu serviço e não almejo posições maiores na empresa onde trabalho. Então só bato ponto e venho pra casa assistir TV. A Mayu limpa a casa de vez em quando e em certas oportunidades ela mesma cozinha.
-A Akari é quem faz tudo em casa pois fico fora o dia todo. As vezes até me sinto culpada por não dar muita atenção a ela.
-Como conseguiu tempo pra vir aqui, então?
-O Hiro me liberou. Ele se enfiou no escritório com uma pilha de papelada pra organizar, então ele me dispensou por hoje. Mas, vamos lá, precisamos colocar a conversa em dia, afinal não nos vemos há quanto tempo? 25 anos?
-Nossa, faz tanto tempo assim? Parece que foi ontem que éramos duas otakus escandalosas e encrenqueiras.
Masami riu.
-Nem me lembre disso. - disse a ruiva.
-De tempos em tempos eu ainda tenho alguns desses ataques de imaturidade. Faz parecer que a minha filha que é a adulta da casa.
-Então, me conta como foi a sua vida desde que perdemos contato.
-Bom, pra resumir, eu me formei como contadora, me casei com o Ken, tive a Mayu, fiquei viúva quando ela tinha 6 anos, e eu não faço sexo há mais de uma década.
-Tá falando sério? Mas por quê?
-Acho que acabei me acostumando com o Ken, então não consegui ver outros homens do mesmo jeito.
-Então você não ficou com mais ninguém depois que ele morreu?
-Não. As vezes batia a vontade de me satisfazer, e pra me saciar eu uso alguns brinquedos até hoje mas não é a mesma coisa, sabe. Mesmo assim me mantive fiel ao meu marido. Eu ainda uso a minha aliança. Todos os dias eu penso nele. Penso que tudo seria melhor se ele não tivesse feito aquela viagem. Mas me fala sobre você.
-Ah... você nem vai acreditar no que eu passei.
-Imagino, já que você se mudou pro interior pra se casar com um cara que você conheceu num evento de mangá.
-Eu ainda te devo uns tapas por ter me deixado fazer aquela burrada! Eu tinha só 17 anos e perdi a chance de construir um futuro promissor pra ir atrás de um vagabundo de fala mansa!
-Quanto tempo você ficou amarrada a ele?
-20 anos! Praticamente metade da minha vida!
-Se ele era tão ruim então por quê você não largou ele antes?
-Eu tentei! Pedi o divórcio várias vezes! Mas claro, ele vinha com sua lábia dizendo que iria mudar, que iríamos ser felizes como uma família, e eu como uma boa trouxa caía no papo dele. E também tinha meus pais dizendo que não se quebra um casamento de anos assim, e que só ia dar problema, e que eu tinha que pensar na nossa filha, e isso, e aquilo... Uma dor de cabeça sem igual. Fora que o cara era muito cabeça dura. Ele insistia em morar no interior, mesmo ganhando um salário medíocre e eu dizendo que haviam trabalhos muito melhores por aqui. Ele só cedeu quando já estávamos há 6 anos casados, atolados em dívidas. Foi meu pai quem convenceu ele a se mudar com a gente. Eu até tentei procurar você pra gente sair, pra se divertir, mas não sabia onde te encontrar e sem internet boa na época, era quase impossível. Fora que meu marido não gostava quando eu saía pra me divertir, acredita? Ele achava que eu ia acabar deixando de cuidar da nossa filha com essas saídas. O problema daquele cara é que o desgraçado era muito machista. Eu passei anos sendo garçonete porquê ele não me deixava ter o emprego que eu queria! Sempre quis ser policial, mas meu marido falava que isso não era trabalho pra uma mulher. Eu não tava aguentando mais, e ainda tinha medo dele ser assim com a Akari e impedir que ela fosse pra faculdade por ser mulher, então contratei um advogado para dar um fim nisso. Você não imagina como a minha vida melhorou depois do divórcio. Esses últimos 5 anos tem sido libertadores. E a Akari lidou bem com a separação. Ela visita o pai de vez em quando. E o canalha também, por incrível que pareça, paga a pensão em dia e parou de tentar voltar comigo depois de um tempo. Então pra resumir, em 20 dos últimos 25 anos eu passei em prisão domiciliar com um guarda autoritário, cuja única coisa boa que ele me rendeu foi minha filha. E agora estou aqui, recomeçando e tentando recuperar os anos perdidos.
-Imagino os perrengues que você passou. Foram muitos dias perdidos. Mas o importante que você conseguiu se livrar dele a tempo. Tem muita gente que passa a vida toda com a pessoa errada e nem se toca.
-É o que eu digo. Preciso aproveitar a vida. "O doce aroma de uma rosa deve ser apreciado antes que suas pétalas fiquem secas e sejam levadas pelo vento"
-Black Cat.
-Adoro esse livro.
-O Ken também gostava. A Mayu puxou isso dele, ela até tem uma cópia. Por falar nisso, vamos conversar sobre nossas meninas! Passamos várias horas da nossa juventude imaginando como seriam nossos filhos.
-Lembra quando a gente brincava de casinha? Éramos duas mães vizinhas. Você era uma super empresária rica e bem sucedida e eu era uma atriz, modelo e cantora famosa com vários prêmios.
-Sim, tínhamos Barbies e dávamos muitas festas na piscina. Eu até roubava aqueles bonecos de ação bombadões do Hiro para serem nossos maridos.
As duas riram bastante com essas lembranças.
-Lembra que a gente fingia que tínhamos filhos que eram gays e se pegavam em todo lugar? As vezes tirávamos as roupas deles e esfregávamos as partes íntimas dos bonecos?
-Nossa, éramos muito pervertidas! - risos.
-Enfim, como é a personalidade da sua filha? - perguntou Sra. Yamazaki.
-A Akari era um doce. Sempre se preocupando com a família e buscando ajudar no que for necessário. Agora ela é meio fechada. Mal nos falamos pois eu saio cedo pra trabalhar e as vezes volto tarde. Sei lá, ultimamente tenho me afastado da minha filha. Acho que ela tá sentindo a minha ausência. Eu sei que ela precisa de mim mas eu preciso correr atrás do meu sonho. Eu perdi muito tempo e agora eu tô finalmente me sentindo feliz, sabe? Eu a amo mas ela precisa me compreender. Mas, me fala da sua.
-Ah, a Mayu... Nem sei o que dizer. Ela é incrível. Sempre uma boa menina, nunca me faltou com respeito. Ela é a minha vida. Mas apesar da mulher ímpar que ela se tornou, eu sinto que não cumpri bem o meu papel como mãe.
-Por quê diz isso?
-Você vendo a Mayu feliz ontem no jantar, pode até imaginar que ela foi sempre assim, mas... Não. Minha filha passou por muitos maus bocados nesses últimos anos. Sempre sozinha, sem amigas, triste... Tudo por minha culpa. Depois da morte do pai dela, fiquei extremamente paranoica. Eu não deixava a Mayu sair pra brincar com as crianças que moravam aqui na vizinhança. Por muito tempo achei que o melhor que eu podia fazer como mãe era deixar ela protegida aqui dentro. Comprei livros, filmes animados, jogos, tudo para a Mayu esquecer a ideia de sair sozinha. Nunca mostrei nada de violento e jamais deixei ela sequer ver o noticiário. Tudo porque eu tinha medo de perder minha filha também. A Mayu foi o que me restou, a herança que o Ken deixou pra mim, minha razão de viver e eu me recusava a ver a minha filha sofrendo um arranhão. E meu tiro saiu pela culatra. Quando encarcerei a Mayu dentro de casa, sem contato com muitas pessoas, ela acabou ficando ingênua. Ficou ingênua quando eu a privei das maldades do mundo, não teve amigas porquê ela não aprendeu a socializar e acabou se tornando solitária, um combo que é um prato cheio pra crianças cruéis. Perdi as contas de quantas vezes minha filha chegou chorando em casa, e o pior é que ela nunca me dizia o motivo ou quem eram as pessoas que a estavam magoando, sempre dava uma desculpa ou mentia. É por isso que eu odeio... odeio mentiras. Ela dizia que estava tudo bem, mas era óbvio que não. A Mayu mal sorria, se tornou uma pessoa infeliz e nada do que eu fiz pra tentar reverter o meu erro adiantou. As coisas foram piorando... e ela foi estuprada. Aquilo pra mim foi... Nem sei como explicar, fiquei destruída. Aquilo foi minha culpa. A consequência mais dura dos meus erros do passado. A Mayu ficou dias trancada no quarto chorando, sem sair, sem comer direito. -Hinata chora- Masami, ela tentou se matar... disse nos meus braços que queria morrer. Depois disso ela mudou. - Hinata limpou suas lágrimas e se acalmou - Por um tempo ela não ficou triste nem feliz. Estava indiferente. Pensativa. Uns dias depois a Mayu até saiu num encontro com um garoto, parecia feliz antes de sair, mas quando chegou ela tava diferente, não queria mais falar sobre o garoto. Fiquei imaginando o que poderia ter acontecido. É provável que ela tenha levado um fora, daí a mudança. Fiquei muito apreensiva durante esses dias. Temi que depois de todas as coisas ruins que aconteceram na vida da Mayu, ela tivesse desenvolvido depressão. Cogitei levar minha filha de novo ao psicólogo, mas aí... Ela apareceu. Ayumi. A partir daí a Mayu teve uma mudança até assustadora. Estava sorrindo. Feliz como eu nunca havia a visto. Agora as duas estão namorando. Por isso digo que fui uma péssima mãe. Passei 17 anos tentando fazer a Mayu sorrir, e de repente uma garota chega e consegue esse feito em tão pouco tempo. Não estou dizendo que eu odeio a Ayumi por isso, pelo contrário, ela é uma ótima pessoa e faz muito bem à Mayu, e se a minha filha a ama, eu também a amo. É só que... Sabe... É como eu disse. Bate aquela sensação de dever não cumprido.
Masami ficou calada, sem saber o que dizer. Aquilo foi tão repentino.
Hinata ri envergonhada.
-Desculpa amiga. Isso tudo tava preso na minha garganta e acho que eu precisava desabafar.
-Compreendo. Ser mãe é difícil, ainda mais de primeira viagem. Não vou dizer que você estava certa em privar a Mayu do mundo, mas pelo menos isso foi feito pensando no bem dela, não é como se fosse por maldade. Nos duas cometemos erros, amiga, você cometeu erros com a sua filha, e eu me casei com um machista pau no cu, mas só, tudo está caminhando para um final feliz. Eu estou seguindo os meus sonhos e a Mayu está amando. Acho que a melhor coisa a ser feita, é dar apoio a sua filha.
-É, você tá certa. E eu estou fazendo isso. Muitas mães ficariam furiosas ao saber que suas filhas são lésbicas, mas eu aceitei numa boa.
-E estaria completamente errada se não aceitasse, visto o que nós duas tivemos no passado. - Masami sorri.
Hinata cobre o rosto com as mãos, envergonhada.
-Você ainda se lembra disso... - risos - Por favor Masami, vamos manter isso em segredo do Hiro.
-Mas é claro! De jeito nenhum eu diria para o meu namorado que já peguei a irmã dele.
-Ei, se me lembro bem, fui eu que te peguei primeiro na época.
-Tá, vamos concordar que nós nos pegamos ao mesmo tempo.
-De acordo.
As duas riem.
-Mas é um baita desperdício. - disse Masami.
-O quê?
-Você. Olha só pra você. Não são todas as mulheres que chegam aos 40 com um corpão desse. Você tá magra, sem celulite, os seios ainda parecem durinhos, olha essas curvinhas. Você deveria estar virando a noite numa balada, conhecendo gente nova, se socializando. Você ainda ama o Ken, eu entendo, mas como você mesma disse, já faz muito tempo desde que ele se foi. Tenho certeza de que aquele cabeça oca iria ficar feliz te vendo feliz, não importa com quem esteja ao seu lado. Precisa superar ele, Hinata. Talvez um terapeuta ajude. Uma mulher bonita como você não pode ficar em casa vendo o tempo passando. Eu mesma te pegaria de novo se eu fosse lésbica. - risos.
-Acha mesmo que eu deveria encontrar um novo amor?
-Eu tenho certeza. Vai ter fazer se sentir uma adolescente de novo. Pelo menos pra mim funcionou.
-Mas... Eu tenho a minha filha...
-A Mayu já é grandinha, já sabe se cuidar e tem alguém pra amar, agora é a sua vez.
Hinata matutou por um minuto.
-Vou pensar nessa história do terapeuta. - ela sorri.
-É isso aí miga.
Masami olha no relógio.
-Prometi pra Akari que cozinharia hoje, melhor eu ir andando.
-Foi maravilhoso te rever, Masami.
As duas se abraçam.
-Vamos sair qualquer dia. Posso te apresentar a alguns gatinhos.
-Aguardo suas mensagens.
As duas se despedem e Masami vai embora.
Hinata passa um tempo sentada no sofá pensando. Ela desliga a TV e sobe para o quarto para dobrar algumas roupas.
Depois de um tempo, Mayu aparece, retornando da escola.
-Mãe...
-Ah, oi filha. Como foi o seu dia? - perguntou sorrindo.
Mayu respirou fundo e disse:
-Tem uma coisa que eu preciso te dizer.
-Então diga.
-Antes de falar, eu tenho que deixar claro que eu não queria isso, acabou acontecendo. Não estava nos meus planos e eu não queria te dar esse desgosto. - Mayu chora - A senhora não merece uma vadia como eu como sua filha e eu entendo se você não quiser me apoiar na minha decisão...
-Mayu, fala logo!
-Mãe... Eu estou grávida...
Hinata permaneceu em silêncio, chocada. Mayu abaixou a cabeça, evitando contato visual. 
-A quanto tempo você sabe sobre isso?
Ela fica em silêncio.
-Mayu, eu estou te perguntando a quanto tempo você sabe que está grávida!
-Tem... um mês... Eu acho...
Mãe e filha se olham. Hinata nada contente. Ela ergueu o braço e deu um tapa no rosto da Mayu. Tão forte que a garota teve que se apoiar na cama para não cair.
-Isso foi por você ter escondido a gravidez de mim. - disse Hinata.
Mayu permaneceu imóvel, esperando apanhar mais, mas sua mãe a puxou e a abraçou em seguida
-E isso... Isso é pra que você saiba que não importa o que aconteça, eu sou sua mãe e sempre vou estar do seu lado. Não vou dizer que estou feliz com o que disse, na verdade estou decepcionada com você filha, mas nunca vou te abandonar.
Mayu se emociona.
-Me desculpe pelo tapa, mas você sabe que eu odeio quando esconde coisas de mim.
-Eu peço perdão.
-E eu te perdoo.
A Sra. Yamazaki para pra respirar melhor.
-Nossa... é uma notícia é tanto... Eu não tinha planos de ser avó tão jovem. Agora, me diga, de quem é esse bebê?
-Do Hiroshi, o garoto com quem saí noutro dia.
-Ele sabe?
-Sabe, mas não quer assumir a criança.
-O quê?! Ah não, ele vai me ouvir!
-Não mãe! Ele é um canalha que não merece esse bebê. Não quero um tipo como ele perto do meu filho. Eu amo a Ayumi e vamos cuidar do nosso bebê juntas.
-A Ayumi sabe?
-Sim, e está disposta a assumir.
-Isso é bom, mas quero ter uma conversa com ela. É muito fofo da parte da Ayumi querer ser mãe do seu filho mas isso requer responsabilidade. Tenho que ter certeza de que ela está pronta. E você também. Não posso te deixar despreparada e correr o risco de você repetir os mesmos erros que eu.
-Erros?

MayuOnde histórias criam vida. Descubra agora