O terrível som do seu despertador tocando foi a primeira coisa que Yamazaki ouviu quando acordou. Indisposta... Essa era a palavra que descrevia a jovem naquela manhã.
Se recusando a levantar ela deu um forte soco sobre o botão que desligava o aparelho digital.
Após 10 minutos na cama debaixo das cobertas pensando se levantava ou não, ela decidiu que suas obrigações eram mais importantes então ela se sentou na cama para tentar acordar direito.
Já no banheiro ela se olhou no espelho, mas isso não melhorou nem um pouco a sua manhã. Seu cabelo estava todo bagunçado, haviam olheiras e sua feição era desanimadora. Resumindo ela estava um bagaço, e como se isso não fosse o bastante a bunda dela doía a cada passo que ela dava.
Após lavar o rosto, escovar os dentes e pentear o cabelo ela ficou bem melhor, mas ainda estava sonolenta.
Com seu uniforme vestido ela foi até a cozinha onde sua mãe estava tomando o café. Mayu se sentou numa das seis cadeiras da mesa de jantar e ficou imóvel, praticamente dormindo de olhos abertos. Ela estava quase adormecendo de verdade quando ela ouviu um ruído e se espantou:-Ahn?! O quê...? O que foi? - disse ela após o susto.
-Eu disse bom dia. - era somente a mãe dela.
-Ah... Bom dia mãe.
Hinata levou a xícara de café até a altura do queixo e expressou um leve sorriso.
-Chegou tarde ontem, não foi?
-Eu... Sim, por volta da uma da madrugada. - bocejou após falar.
-Como foi o encontro?
-Bem... Normal. - sim, essa foi a melhor resposta que ela conseguiu pensar. Mayu não diria para a mãe que transou com o Hiroshi e depois foi abandonada por ele no motel, quatro dias após ser estuprada. O que sua mãe pensaria dela?
-Ah Mayu, não seja má comigo! Vai, diz o que aconteceu! Rolou um beijinho? - Hinata olhou para a filha, e sua feição dizia "eu sei que rolou safadinha!".
-Teve um selinho... - suas bochechas coraram.
-Yaaaay! - Hinata se remexia na cadeira de felicidade. - Eu sabia! Conta tudo miga!
-Foi só isso. - Mayu bebeu o café na xícara.
-Quando vocês vão sair de novo?
Mayu parou por um momento pra pensar no assunto e presumiu que... Na verdade ela nem sabia se teria um segundo encontro. A noite anterior foi mesmo confusa.
-Eu não sei. - respondeu a jovem.
-Você poderia trazê-lo aqui pra jantar um dia desses.
-Mãe! Só saímos uma vez! Não o trate como se já fosse da família! - Mayu elevou um pouco a voz.
-Ah... D-Desculpa filha... Acho que me empolguei.
-Não... Eu que peço desculpas... Não tenho o direito de levantar a voz para a senhora.
-Mayu, já te disse que não gosto que me chame de senhora, faz-me sentir velha. E você sabe que eu tenho um espírito bem jovial.
-Ah é? Não parece. - risos.
-Você tinha que me ver aos 23 anos. Imagina uma mulher adulta casada jogada no sofá seminua e assistindo animes coberta de migalhas de salgadinhos.
-Nossa, você era assim?
-Na verdade eu ainda sou assim. Sabe à noite quando eu tranco a porta do quarto e fico lá um bom tempo? Eu estou simplesmente me entupindo de besteiras enquanto assisto animes na TV.
-Ai meu Deus... Minha mãe é uma hikikomori...
-Ei! Hikikomori não! Eu trabalho, sabia? E tem mais, sou imatura mesmo! Me assumo otaku, fojoshi e amante de pocky. - pronunciou com orgulho. - E se achar ruim eu viro k-poper!
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Mayu
Mystery / ThrillerNo friends, no life. Essa era a vida de Mayu Yamazaki, uma estudante de 16 anos que vivia sua vida sendo torturada por três colegas de classe que só faziam aquilo por diversão. Ela vivia apenas com a perpétua esperança de que tudo poderia ser melho...