A Garota Estranha

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Hinata avançava apressada pelos corredores do prédio esquerdo da Nipon Mumei. Passos rápidos e firmes.
Sentada num largo banco ao lado da porta da diretoria estava Ayumi Saito. Estava de cabeça baixa como um réu que aguarda seu julgamento.
Quando viu mãe da sua amiga se aproximando, a ruiva tentou cumprimenta-la.

-Ah, olá senhora Yamazak...!

Sem pensar direito, Hinata ignorou a jovem e empurrou a porta da diretoria fazendo ela bater com tudo na parede, produzindo um estrondo incômodo.

-Canalha! Insensível! - gritou apontando para a cara enrugada do diretor.

-Senhora, o que pensa que está fazendo invadindo e berrando desta forma?! Estamos em aula, por favor, tenha modos! - o velho se levanta instantaneamente com a surpresa da invasão. Ele estava até então numa ligação com um representante de outra escola em que eles falavam sobre uma reunião que aconteceria em breve, e acabou metendo o telefone no gancho quanto a mulher furiosa apareceu.

-Cale a boca seu velho desapiedado! - Hinata estava ofegante como se tivesse corrido de sua casa até ali sem parar.

A senhora deu com as mãos com força em cima da mesa de cedro do velho, apoiando seu corpo, e lançou um olhar fixo desejando que o diretor tivesse um AVC ou coisa parecida.

-Eu vim até aqui ontem com o coração na mão o suplicando por ajuda, implorando a você pelo bem da minha única filha e você a expulsa nesse mesmo dia?! Que tipo de monstro você é?!

-Ah, sim... - o velho se senta calmamente em sua poltrona e ajeita os óculos - eu imaginei que a senhora viria para falar sobre o assunto. Só não achei que chegaria desta forma. Sente-se por favor.

Hinata espumava de raiva mas aceitou o convite para se sentar.

-O que, por acaso, a sua filha lhe disse sobre o assunto? - questionou calmamente.

-Chorando, minha pobre filha disse que vocês a expulsaram sem motivo!

-Sem motivo foi o que ela disse?

-Não exatamente. - Hinata tentou ficar mais calma - Ela disse que o senhor estava suspeitando que ela atacou uma das colegas de classe com um canivete. A Mayu disse que armaram para ela. A minha filha me jurou de pé junto que nunca fez isso e eu me recuso a acreditar que ela possa estar mentindo!

-Realmente, se a sua filha tentou ou não cometer uma atrocidade, eu não tenho como saber. A garota também jurou de pé junto que foi atacada então não há como saber quem está mentindo.

-Eu exijo falar com essa garota!

-Impossível. Estou tentando acobertar ao máximo o que aconteceu ontem. Além do mais a senhorita Sakura Hashimoto não compareceu a escola hoje.

-Canalha, o que você fez com a Mayu foi injusto! Apenas suspeitando da minha filha você se livrou dela?!

-Decidi expulsa-la porquê há maior chance dela está mentindo! A senhora mesma trouxe indícios de que ela tem problemas psicológicos!

-Eu já ia chegar nisso. Como você pôde dizer para a minha filha o que eu tentei esconder ao máximo dela? Agora a cabeça dela está uma bagunça tentando entender como o psicólogo acha que ela é esse tipo desprezível de pessoa! Ontem a noite a Mayu me encheu de perguntas, questionando o porquê de eu nunca ter dito isso a ela! Muito provavelmente a minha filha está brava ou magoada comigo por quê eu escondi isso dela... Eu só mantive segredo pensando em protegê-la... - os olhos da Hinata se encheram de água - A Mayu... Minha pobre filha está passando pela pior fase da vida dela, e em vez dessa escola que deveria ser uma instituição neutra, piedosa, competente e prestativa estar a ajudando a superar tudo de horrível que está acontecendo, vocês simplesmente a mandam embora como se ela não fosse nada...?!

MayuOnde histórias criam vida. Descubra agora