Gabriel:
Com olhar lascivo obedeci ao aflorar de meu desejo e me permitir ser beijado por Valentim, não tinha como retroceder eu sabia que o inevitável iria acontecer, no momento em que coloquei meus olhos sobre ele no primeiro dia que eu o vi, eu sabia que se me aproximasse eu permitiria acontecer, e ali estávamos, nós dois sozinhos ali na casa dele, permaneci imóvel quando ele levou o meu dedo ferido aos lábios sugando o sangue, o desejo foi instantâneo me dominando com um frêmito fulgor insalubre, não precisou muito, apenas que o nosso olhar se cruzassem e senti a faísca de suas pupilas se unirem a minha, em uma concordância que estava acima dos nossas vontades, nesse momento eu senti a distancia de nossos corpos sendo pouco a pouco ultrapassada e sem precisar palavras, sem precisar que houvesse pedido, nossas bocas se conectava em um beijo lento e aos poucos a explosão de paixão nos domesticava como dois selvagens que manifestava-se naquele beijo ganancioso, foi nesse instante que me vi sendo arremessado ficando preso entre o corpo de Valentim e a parede sobre as minhas costas, deixei que minha mão escorregasse por seus braços subindo por seus ombros até alcançar seu pescoço onde tateava de leve sua nuca e cedendo ao impulso eu entreabria meus lábios para receber os dele, acredito eu que poderia ceder ainda mais se não fôssemos interrompidos com o barulho da maçaneta da porta, e foi só o tempo de nos afastarmos ela abriu-se dando passagem a uma linda garotinha e o outro pai de Valentim.
Assim que ele entrou logo percebeu que havia atrapalhado algo pois olhou para o lado em que eu me encontrava com um expressão culpada, depois voltou o olhar para Valentim:
_ Valentim, não vai nos apresentar o seu amigo?
Valentim me olhou depois olhou para o pai e a irmã e exibiu um sorriso a eles:
_ Claro que sim pai. Esse é o Gabriel, Gabriel esse é o meu pai Martin e minha irmã Lara.
_ Ele é o rapaz que falamos ontem?
Meio sem jeito percebi que Valentim abraçou a irmã:
_ Desculpa a minha filha Gabriel, é que nós temos uma regra aqui em casa de falarmos sobre como foi o nosso dia, e fatalmente o seu nome surgiu.
_ Não se preocupe seu Martin, Valentim já havia me avisado.
_ Hã claro que sim.
Começamos a conversar, a família do Valentim era muito unida diferente da minha, meus pais estavam sempre viajando e Bárbara e eu ficávamos por conta dos empregados, talvez por isso crescemos sem limites.
Lara era uma tagarela encantadora, ela me contou várias anedotas sobre Valentim, Martin e Isaac eram pais super presente na vida deles.Ficamos conversando um pouco mais, e depois Martin arrastou Lara para outro cômodo da casa acredito eu para deixar Valentim e eu sozinhos, liquidamos as demais fatias de torta, depois ajudei Valentim lavar a louça outra coisa que estava experimentando ao lado dele pela primeira vez e guardamos os quitutes que sobrou na geladeira ou em seus recipientes.
Fiquei desanimado quando percebi que já era tarde e eu teria que retornar para casa:
_ Eu nem vi que a hora passou tão rápida, foi ótimo passar o dia com você.
Nós dois estávamos sentados no sofá, ele deitado com a cabeça no meu colo, ele acariciou o meu rosto com a palma de sua mão:
_ Eu quem o diga Biel, esse dia foi incrível.
_ Eu não queria ir, mas tá na hora.
Ele se ergueu e novamente tomou meus lábios em um beijo. Eu também me ergui segurando a mão dele:
_ Agradeça aos seus pais por mim, eles são incríveis Valentim, você tem muita sorte, e o que é aquele encanto da sua irmã, ela me fez prometer que viria na sua festa - risadas:
_ É eu tenho muita sorte em tê-los, fui muito agraciado.
Em cumplicidade cruzei meus dedos aos dele e Valentim sorriu me puxando para mais um dos deliciosos beijo que havíamos trocado naquele dia:
_ Vou pedir para que meu pai te leve pelo menos até próximo a sua casa.
_ Não precisa incomodá-lo com isso Valentim.
_ Por favor, assim podemos ficar um pouco mais juntos.
_ Se é assim não tem como recusar.
Sentamos nós dois no banco de trás do carro do pai do Valentim, Lara no banco da frente. todo o caminho Valentim permaneceu com os dedos cruzados aos meus, eu por minha vez deitei a cabeça em seu ombro.Chegando próximo de casa, o pai de Valentim parou o carro a duas quadra como eu havia pedido, enquanto ele e Lara entraram em um mercado para comprar uma garrafa de água mineral, eu já estava fora do carro, Valentim estava sentado com as pernas para fora do carro, abaixei colocando ambas as mãos sobre os joelhos dele e encostei minha testa a dele, depois nossas bocas se encontravam em um beijo a serpentear a nossas línguas em nossas bocas, depois que se separamos daquele beijo que eu ansiava por mais, eu passei os dedos sobre seu rosto:
_ Eu esqueci de pegar o seu número.
Ele entregou o celular dele em minhas mãos e eu disquei o número, entreguei a ele e dois minutos meu aparelho começa a tocar, eu atendo:
_ Alô?_ Agora você já tem o meu número.
Não hesitei em rir, balançando a cabeça e mordendo o canto dos meus lábios:
_ Vai me ligar mais tarde?
_ Quer que eu ligue?
_ Quero, quero muito.
_ Então não precisa pedir duas vezes.
Me despedi do pai de Valentim em seguida de Lara:
_ Obrigado pela carona seu Martin, foi um prazer conhecê-lo.
_ Pelo jeito nos veremos mais vezes Gabriel, será sempre bem vindo em nossa casa.
_ Mais uma vez obrigado.
Abracei Lara:
_ Gostei muito de te conhecer, e prometo levar um presente para o seu irmão mais gato no dia do aniversário dele.
Meus olhos se desviaram para Valentim:
_ O irmão mais gato dela tudo o que ele quer é mais um beijo.
_ Ah é? Lara será que ele merece ser beneficiado assim?
_ Não sei deixa eu pensar - Valentim lançou um olhar para ela balançando a cabeça positivamente:
_ Por favor irmãzinha.
_ Tá, pode beijar - todos nós rimos.
Nos aproximamos, deixando nossos narizes encostados por alguns segundos depois nos beijamos em um clima bastante íntimo.
Depois de terminarmos o beijo era hora de ir, roubei um último selinhos de seus lábios me demorando um pouco mais nesse selinho:
_ Tenho mesmo que ir, me liga mais tarde, estarei esperando sua ligação.
_ Prometo.
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Tudo o que eu quero é você (quando o amor acontece 2)
RomanceEm meio a pessoas preconceituosas, Valentim luta para está junto a pessoa que ama, muitas coisas os mantém separados, a inveja de pessoas maldosas, o preconceito dos pais de Gabriel, as diferenças sociais econômicas, o medo da rejeição, entre ou...