Valentim:
Gabriel estava uma pilha de nervos, afinal era o dia do casamento da Bárbara, Amber, Amélie, Hanna a mãe dela e Lara ficaram responsável de prepará-la, enquanto Gabriel, Hennrry, Léo, Cássio, meus pais e eu ficamos responsáveis de acalmar Kleber que estava pior do que Gabriel.
O casamento seria a noite, numa capela pequena e afastada da cidade, Bárbara havia escolhido assim, uma cerimônia bem simples.
Pelo fato de Bárbara está em uma cadeira de rodas, o governador foi contra essa união, mas Kleber colocou um basta na questão dizendo que com ou sem o consentimento dele, ele iria casar com ela por que a amava e era com ela que ele iria ficar.Toda e qualquer desconfiança que Gabriel pudesse ter em relação a ele foi se dissipando com as atitudes corajosas que ele demonstrava ter.
O sorriso que Bárbara tinha no rosto desde que saiu do hospital a três meses atrás podia-se dizer que ela nunca havia sido tão feliz como estava nesses últimos dias apesar de sua limitação, daquela moça arrogante que eu desafiei no primeiro dia de aula só ficou a lembrança por que agora ela era gentil, educada, havia se associado a uma ONG de proteção a vítimas de violência virtual, sexual e moral, e não foi apenas financeiramente, ela fazia questão de ir visitar essas vítimas, conhecer as suas histórias e era adepta lutava por cada uma delas guerreando as suas lutas.Com isso já havia colocado uns três atrás das grades e dois estava quase a ser julgados.
Já estávamos na capela, Kleber de cinco minutos olhava no relógio, eu olhava para porta onde Gabriel entraria com Bárbara, no fundo eu também estava ansioso, apesar de não precisar de um papel para confirmar o nosso amor eu pensei por um segundo em ser o meu casamento com Gabriel, e lá vinha eles, Gabriel empurrando a cadeira de Bárbara trajando um vestido branco, era um vestido simples, ela optou assim porém que a deixou muito bonita.
Gabriel tinha um sorriso nos lábios ele me olhava lá no altar, afinal éramos os padrinhos, Kleber foi ao encontro de Bárbara, estendendo a mão para Gabriel, notei quando ele disse algo no ouvido de Kleber e esse balançou a cabeça e agora ele vinha ao meu encontro, com o sorriso mais lindo que eu já vi, se colocou do meu lado e disse:_ Eu estou quase chorando.
_ Calma amor.
_ Ela tá tão bonita não está?_ Sim ela está.
O sermão do padre era longo, mas enfim chegou a hora do pronunciamento dos votos, o primeiro a discursar foi Kleber que falou, falou e falou mas o resumo era que ele queria viver com ela pelo restos dos dias dele. Agora era a vez de Bárbara falar.
_ Kleber, desde o momento em que eu te conheci, minha vida se transformou em uma montanha russa, ora no alto ora no baixo, foi um processo doloroso mas também de muito crescimento, nem tudo foi fácil, tivemos que nos adaptar, nos reinventar, e aqui estamos nós hoje, você tem um grande desafio nas mãos, e eu tenho um grande desafio nas minhas, você tem o desafio de me aguentar por pelo menos cem anos, e eu o desafio de te fazer feliz durante esses cem anos. O que está reservado para nós eu não sei, mas mesmo que esse cem anos dure um, dois, três, dez anos já valeu a pena por que eu estarei ao seu lado.
Kleber se ajoelhou para ficar da sua altura e a beijou, foi um dos casamentos mais lindo que eu já tive a sorte de ir, minha cunhadinha estava radiante, e no meio da festa como sempre fazia quando tinha oportunidade arrastava Gabriel para um canto mais afastado, e longe de todos os olhares eu o beijava introduzindo minha língua em sua boca e puxando aquele lábio com o dente, eu adorava fazer isso e sei que Gabriel também gosta, isso nos enche de tesão:
_ Biel, o que você acha de casar?
_ Valentim sabe que não precisamos disso para que alguém saiba que nos amamos, o casamento da minha irmã foi lindo, eu me emocionei e vi que você também se emocionou, mas vamos ser sinceros, para nós dois não seria assim, com um padre, em uma igreja, com a benção apostólica e tudo isso, para nós seria uma união estável e no máximo um casamento simbólico. É isso mesmo que queremos? _ Nós lutamos por uma igualdade de direitos então por que nos contentarmos com tão pouco quando somos cidadães do mesmo jeito, engraçado que nós temos que lutar por um direito que é nosso, oficializar o nosso amor, mas na hora da cobrança de impostos os políticos não querem saber se somos gays, lésbicas, se somos trans, se somos héteros, nessas horas o nosso dever é pagar, mas na hora de exigir temos tão poucos recursos, então não Valentim, eu não preciso casar, não preciso oficializar em um papel aquilo que já é oficial, nós nos amamos, nos queremos, nos desejamos e não é nenhum documento que fará isso ser mais real, ele já é real:
_ Você tem toda razão meu amor, o amor que sentimos vai muito além de um documento, ele está em nós, na nossa essência, na nossa alma, nós somos casados por que nos conectamos no espirito, no momento em que nossas alma se encontraram ela se fundiram e nos tornamos um
Eu fazia um carinho no rosto dele e no momento em que nós dois nos beijaríamos, ouço Hennrry nos dizer:
_ Hei vocês dois, deixa para namorar mais tarde a noiva está chamando o irmão dela seu tarado.
_ Eu sou tarado no meu marido e você é um estraga prazer.
Agarrei Hennrry pelo pescoço abaixando a cabeça dele bagunçando o cadelo todo engomadinho dele.
Os noivos já estavam se despedindo dos convidados, na madrugada daquela mesma noite eles viajariam, dona Cindy também iria e ao abraçar Gabriel ela começou a chorar, pronto bastou para que ele também se debulhasse em lágrimas, primeiro ao abraçar a mãe, depois ao abraçar Bárbara, acho que depois de tudo o que aconteceu eles ficaram bastantes ligados um no outro.
Depois ele se virou para Kleber e disse:
_ Cuide bem delas, eu confio em você a felicidade dela.
_ Pode confiar Gabriel.
Ele havia decidido se despedir da mãe e da irmã na festa, não ir ao aeroporto, não me pergunte o porque mas a decisão era dele e eu respeitei.
Um ano depois:
Eles se falavam todos os dias, seja por telefone, seja por watts, seja pela web cam, e Bárbara lhe contava as novidades sobre ela, sobre a mãe, sobre Kleber e enfim lhe deu a grande notícia:
_ Biel, você vai ser titio.
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Tudo o que eu quero é você (quando o amor acontece 2)
RomanceEm meio a pessoas preconceituosas, Valentim luta para está junto a pessoa que ama, muitas coisas os mantém separados, a inveja de pessoas maldosas, o preconceito dos pais de Gabriel, as diferenças sociais econômicas, o medo da rejeição, entre ou...