Tudo o que eu quero é você (quando o amor acontece 2)

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Valentim: 

Era sexta-feira a noite, tudo o que desejava era ver Gabriel mas tudo o que eu conseguia era falar com ele pelo aplicativo, já não conseguia esconder de ninguém o quanto ele me fazia falta, pois passávamos praticamente o dia todo no celular conversando, era o nosso único meio de comunicação. 

Um dos poucos momentos em que desligava o celular era na hora das refeições, meu pai Martin era rigoroso em relação a isso e apoiado extremamente por meu pai Isaac que dizia que a hora das refeições era o momento em que tínhamos mais intimidade, era o momento em que compartilharmos das coisas que nos aconteceram durante o dia, e de fato era o nosso momento família.

Mesmo não tendo nenhum segredo com eles me surpreendi com a pergunta de meu pai Martin:

_ E aí Valentim como anda o seu relacionamento com o Gabriel? _ Ele me parece ser um rapaz interessante visto a maneira como saiu do seu quarto hoje. 

_ Martin - disse meu pai Isaac. Mas agora era ele quem falava:

_ Seu pai e eu estamos muito feliz Valentim por ter encontrado o Gabriel é isso o que seu pai quer dizer... depois de tudo o que passou com o Miguel você merecia encontrar alguém que também gosta de você, e nós vemos que esse rapaz gosta bastante, por isso notamos que ele saiu hoje do seu quarto um tanto estimulado e queríamos saber de você a que pé anda o relacionamento de vocês, o quão sério isso está se tornando?

Eu bem sabia o que eles queriam saber:

_ Ainda não aconteceu nada entre nós, só beijos e carícias, eu sei que ele quer tanto quanto eu, mas por mais que eu esteja procurando manter o meu pé no chão, e não colocar muitas expectativas para não correr o risco de me decepcionar acho que fracassei miseravelmente, pois estou completamente apaixonado por ele. 

_ As pessoas não estão nesse mundo para satisfazer as nossas expectativas Valentim, assim como não estamos aqui para satisfazer as delas, temos que estar  porque gostamos de sua companhia, porque queremos e nos sentimos bem ao lado dessa pessoa, por que queremos dividir momentos juntos, amar a alguém é se entregar a ela sem pensar no que ela possa te oferecer, mas oferecer a ela o melhor de você, e se for reciproco maravilha.

_ É vocês tem razão, eu não vou fugir dos meus sentimentos, nem poderia fazer isso por que eu não consigo imaginar minha vida sem o Gabriel fazer parte dela. 

_ Isso me faz lembrar da minha história com o seu pai meu filho, eu tentei fugir desse sentimento mas fui fisgado por ele né meu amor - meu pai Martin sorria para meu pai Isaac:

_ Tem uma outra coisa que eu e seu pai queríamos falar com você filho.

_ Do que se trata pai?

_ Eu e seu pai Isaac conversamos bastante e decidimos atender o seu pedido, depois do seu aniversário você poderá sair de casa, visto como o Gabriel saiu hoje do seu quarto nós pensamos que você ter uma lugar só seu é o ideal, mas isso só acontecerá depois do seu aniversário assim como ganhar um carro também, não terá desculpas para não vir nos visitar todos os dias. 

_ Eu relutei um pouco em aceitar isso filho, não por não confiar em você, mas por que eu sei o quanto é difícil morar sozinho e ter que arcar com a responsabilidade de manter um lugar só, mas depois conversando com o Martin nós decidimos e não haverá discussão quanto a isso que o aluguel ficará a nosso cargo, pelo menos nesse inicio de transição de mudança assim como não queremos que coma só lanche então faremos uma compra mensal para você também, mas terá que nos prometer que se cuidará, e nada de pensar em trabalhar e não estudar, o estudo é o bem mais importante no momento, o trabalho vem depois. 

_ Vocês sabiam que são os melhores pais que não existem outros como vocês?

Lara me olhava meio chorosa:

_ E sabe eu também tenho uma irmã linda, uma princesinha.

_ A princesinha que vai ser abandonada né?

_ Nada disso lindinha, pensa na bagunça quando você for lá para casa e ter uma casa só para nós dois - cochichei no ouvido dela _ deixar a casa para os velhos um final de semana inteiro eles merecem. 

Nós dois rimos, meus pais se entreolharam:

_ Tá, mas vamos para a parte prática da coisa, seu pai pesquisou um apartamento fica aqui perto, se quiser amanhã poderemos ir lá para você dar uma olhadinha. 

_ Tá brincando, claro que eu quero.

Respondi animado:

_ Seria pedir muito se o Gabriel pudesse ir comigo?

_ Porque não convida ele?

_ Ele vai viajar com os pais dele para passar o final de semana na casa de campos - respondi a pergunta da Lara:

_ Não vai faltar oportunidade meu filho - Era meu pai Martin quem falava.

Mandei recado a Gabriel contando as novidades, ele ficou feliz por mim eu sentia através de suas palavras, ficamos trocando mensagem até tarde da noite e então nos despedimos com um "boa noite, sonhe comigo, bjos"

Eu iria passar o dia todo sem falar com Gabriel por que na casa de campos dele não tinha wifi e o celular não pegava, ele já havia me alertado, isso era um pouco desanimador, por que era o nosso único meio de comunicação, esse final de semana seria o mais longo da minha vida, pensava eu. 

Ouvi a campainha tocar, olhei no relógio eram quase sete e quarenta e cinco  da manhã, quem será que era uma hora dessa?

Com certeza meus pais já estariam acordados portanto permaneci deitado com os olhos fechados, não estava dormindo apenas mantinha meus olhos fechados. Ouvi o barulho  da porta de abrindo devagar  e alguém deitar-se do meu lado, beijando minha nuca, não podia ser quem eu estava imaginando, seria sonho ou o meu desejo havia se concretizado, virei-me para o lado afim de visualizar sobre a difusa luz e o vi era Gabriel que estava ali na minha cama, podia sentir pela batida do meu coração que o amor da minha vida estava aconchegado nos meus braços:

_ Bom dia dorminhoco?

_ Biel, o que faz aqui?

_ Vim cumprir minha promessa.