Por mais que eu ligasse para Gabriel sempre dava caixa postal, ele me evitava propositadamente, até de Bárbara eu me aproximei para saber notícias, e as informações que eu tinha era de que ele estava de viagem marcada para dois dias, eu tinha dois dias para fazê-lo mudar de ideia, nem que fosse preciso parar aquele aeroporto eu iria faze-lo entender que não é fugindo que ele resolveria o preconceito que o pai dele tinha, mas era enfrentando, era lutando. Não se vence uma batalha sem que arregace as mangas e vá a luta, era isso o que eu mostraria a ele.
Meu relacionamento com meu pai ficou estremecido, eu sei que ele não fez por mal e até entendia suas razão, mas aceitá-las era mais complicado do que entende-las.
Bárbara me surpreendeu, ela estava mesmo preocupada com Gabriel, ela me deixava informado sobre seu estado de depressão, ele passava o dia todo trancado dentro do quarto e essa noite nós dois planejamos que eu iria fazer uma visita a ele no quarto dele, o plano tinha que dar certo, em um horário especifico eu iria aparecer, ela abriria o portão permitindo a minha entrada, e precisaríamos ter cuidado para que os seguranças não nos vissem, meus pais foram contra esse plano mas eles não tinham direito de tentar me convencer a não tentar, principalmente meu pai Martin, mesmo assim eu tentei os tranquilizar:
_ Eu terei cuidado, a Bárbara me ajudará a chegar até ele, e uma vez sozinho com ele tenho certeza de que Gabriel não resistirá.
_ Filho isso é perigoso, se o pai dele descobre esse plano maluco é capaz dele fazer algo pior do que já fez.
_ Não existe algo pior do que ficar sem o Gabriel pai.
_ Então prometa, que tomará todo o cuidado do mundo Valentim.
Eu fiz um gesto com a cabeça para meu pai Martin, depois de ouvi-lo:
_ Você vai buscar o Gabriel meu irmão?
_ Vou Larinha, vou trazer o Gabriel.
_ Tem alguma coisa que possamos fazer filho?
De todas as formas meu pai Martin tentava auxiliar para eliminar a culpa que ele sentia:
_ Não precisa, Bárbara já cuidou de tudo, agora sou eu quem tenho que cuidar para convence-lo a vir comigo.
_ Então boa sorte.
_ Vou precisar.Terminei dando um sorriso aos três:
_ Torçam por mim.
A primeira parte do plano correu como esperávamos, eu cheguei no local e na hora marcada, Bárbara já estava a minha espera, quase fomos pegos pelo segurança logo na entrada, o pai de Gabriel havia contratado uns brutamontes depois que meu pai Isaac invadiu a casa dele, esses brutamontes estavam autorizados a atirarem caso alguém tentasse entrar por isso todo o cuidado era pouco, íamos nos esgueirando como podíamos até que conseguimos entrar na casa, eu de moletas dificultava ainda mais, mas conseguimos e agora Bárbara me conduzia até o quarto de Gabriel que estava trancada, três batidas fortes na porta foi o suficiente para ouvirmos ele dizer:
_ Vão embora, me deixem em paz.
_ Abre Gabriel, sou eu Bárbara, eu tenho algo para te mostrar.
_ Vai embora Bárbara, eu não quero ver nada.
_ Gabriel eu estou te pedindo abre essa porta agora.
_ Que saco Bárbara, me deixa em paz.
_ Abre agora Gabriel.
Pela primeira vez eu admirei a audácia daquela garota. Por que foi apenas ela bater mais três vezes e ouvimos de lá de dentro:
_ Tá Bárbara, chega de bater eu vou abrir essa merd... Valentim? _ Não estou entendendo o que você está fazendo aqui, se meu pai te pega...
Antes que ele terminasse a fala eu o beijava, mas fomos surpreendidos pela mãe de Gabriel:_ Gabriel...
_ Mãe?
Com os olhos arregalados Bárbara e Gabriel a olhavam quando ela começou a gritar:
_ Denis, Denis.
Nós três nos olhamos, eles dois ainda mais indignados, foi Bárbara que rompeu o silêncio:
_ Como a senhora pode fazer isso com o seu filho?
Nesse momento o pai de Gabriel aparecia, ele me lançou um olhar furioso:
_ O que esse indivíduo miserável faz aqui? _ Bárbara, Cindy chame os seguranças.
A mãe de Gabriel o olhou e permaneceu parada, assim como Bárbara:
_ Cindy eu mandei chamar os seguranças?
Indecisa a mãe de Gabriel os olhavam, de Gabriel a Bárbara depois disse:
_ Me perdoem.
Ela saiu apressada e logo dois brutamontes estava em nosso encalço:
_ Pai não precisa disso, o Valentim já está indo embora, você já deu uma lição nele, e eu já decidi eu vou com você para a França. Valentim vai embora, por favor Valentim vai embora.
Os seguranças apontando as armas para mim só estava esperando a confirmação do senhor Synclair:
_ Não, eu não vou sem você meu amor, se você não vier comigo, é melhor que eu morra aqui mesmo, por que minha vida não terá nenhum sentido. Vamos Gabriel, você não precisa ir para a França, fica comigo.
Nesse momento o senhor Synclair disse em voz alta:
_ Vou dar dois minutos para esse delinquente sair daqui, ou eu darei a ordem para atirar, ele invadiu a minha casa como o bandido do pai dele fez.
_ Vai Valentim, ele não está brincando.
_ Eu não vou a lugar nenhum sem você Gabriel.
Nesse momento Denis Synclair deu a ordem e um dos seguranças atirou, só ouvimos o estampido e um grito, de repente um corpo desfalecido caia ao chão:
_ Não, não nãooooooo - era Cindy que gritava.
Eu olhei para a expressão petrificada do pai de Bárbara, depois me virei para Gabriel que o olhava com lágrimas a correr por sua face, Bárbara havia tomado a nossa frente, seu corpo ensanguentado estava inerte no chão, Cindy estava sentada no chão segurando a sua mão, Gabriel não tinha nenhuma reação, eu verifiquei sua pulsação, ela ainda respirava:
_ Chamem uma ambulância, chamem uma ambulância.
Tive que gritar para ser atendido por um dos seguranças, o pai de Gabriel percebendo a movimentação acabou fugindo, em menos de quinze minutos uma ambulância estacionava na garagem da casa dos Synclair, mobilizaram ela com cuidado em uma maca e a senhora Synclair a acompanhou na ambulância enquanto Gabriel vinha em meu carro logo atrás da ambulância, chegando no hospital ela foi levada diretamente para a sala onde ela seria submetida a uma cirurgia para a retirada da bala que estava alojada próximo ao coração.
Era tudo ou nada, Bárbara dependia dessa cirurgia para ver se sobrevivia.
Não demorou para que meus pais aparecessem no hospital assim que souberam do que aconteceu.
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Tudo o que eu quero é você (quando o amor acontece 2)
RomanceEm meio a pessoas preconceituosas, Valentim luta para está junto a pessoa que ama, muitas coisas os mantém separados, a inveja de pessoas maldosas, o preconceito dos pais de Gabriel, as diferenças sociais econômicas, o medo da rejeição, entre ou...